Meghan Markle sofreu um aborto espontâneo em 2020. A antiga estrela de "Suits", que é casada com o príncipe Harry, partilhou a notícia numa carta aberta ao "The New York Times" esta quarta-feira, 25 de novembro. Na carta, Meghan revela que perdeu o segundo filho em julho deste ano.

"Foi uma manhã de julho que começou tão normalmente como qualquer outro dia. Fiz o café. Dei comida aos cães. Tomei as minhas vitaminas [...] Apertei o meu cabelo num rabo de cavalo antes de tirar o meu filho do berço. Depois de lhe trocar a fralda, senti uma cãibra forte. Caí no chão com ele [Archie] nos meus braços, continuei a cantar uma música de embalar para nos manter calmos, aos dois", escreveu na carta.

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A duquesa de Sussex, que já é mãe de Archie, com 1 ano, percebeu de imediato que algo se passava. "Sabia que, enquanto agarrava o meu primeiro filho, estava a perder o segundo. Horas depois, estava deitada numa cama de hospital, a segurar a mão do meu marido. Senti a palma da mão dele suada e beijei-a, ambas molhadas das nossas lágrimas. A olhar para o branco frio das paredes, fiquei a imaginar, de olhos vidrados, como é que íamos superar."

Naquele que apelida como um dos momentos mais difíceis da sua vida, Meghan Markle explica que recordou um outro bastante complicado. A duquesa referiu-se à mediática visita oficial à África do Sul, em setembro de 2019, ainda antes dos duques de Sussex abandonarem o Reino Unido e deixarem de ser membros seniores da realeza britânica

"Estávamos a terminar a tourné, eu estava exausta. Estava a amamentar o nosso filho pequeno e a tentar manter um rosto corajoso para o público. Foi então que um jornalista me perguntou: 'Está bem?'. Respondi-lhe honestamente. 'Obrigada por perguntar. Poucas pessoas perguntaram se estou bem.' Sentada naquela cama de hospital, a ver o meu marido de coração partido enquanto tentava segurar os pedaços do meu, percebi que a única maneira de começar a curar-nos foi perguntar: 'Estás bem?'", explicou.

Na carta publicada pelo jornal norte-americano, com o título "As Perdas que Partilhamos", a duquesa alerta a sociedade para a necessidade de "estender a mão aos outros", mesmo quando não existe uma relação mais íntima. "Perder um filho é carregar uma dor insuportável, vivida por muitos, mas falada por poucos. Na dor da perda, eu e o Harry descobrimos que em cada 100 mulheres, 10 a 20 sofreram um aborto. No entanto, este assunto continua a ser tabu, uma vergonha injustificada e perpetua-se um ciclo de luto solitário", escreveu na carta aberta.