Robert De Niro e a sua ex-assistente foram a julgamento esta segunda-feira, 31 de outubro, no tribunal de Manhattan, Nova Iorque. O ator de 80 anos está a ser acusado de discriminação e misoginia por Graham Chase Robinson, que começou a trabalhar como assistente do artista em 2008 e tendo acabado como vice-presidente da Canal Productions, a produtora de De Niro.
Esta batalha judicial dura há quatro anos e Graham Chase Robinson declarou, em julgamento, que Robert De Niro a tratou como uma "office wife" (esposa de escritório, em português), até ao momento em que se despediu, em abril de 2019. Isto porque, de acordo com a mulher de 41 anos, o artista ter-lhe-á pedido que lhe coçasse as costas e lavasse os lençóis, pagando-lhe menos do que ao personal trainer, cujo trabalho não exigia tanta responsabilidade.
Durante o julgamento, a estrela de Hollywood foi ficando bastante frustrada com as alegações, segundo conta o "Daily Mail", que acrescenta que este terá confessado que pediu à assistente para lhe coçar as costas mais do que uma vez. "OK, duas vezes? Apanharam-me! É o que eu estou a dizer, isto não faz sentido. Nunca foi feito com desrespeito", disse o ator.
No entanto, as queixas de Graham Robinson não se ficam por aqui. A mulher acusou o ator de ser um chefe demasiado exigente, relembrando episódios em que o mesmo ter-lhe-á ligado de madrugada ou até quando, em 2015, lhe pediu que comprasse um bilhete de autocarro para o filho, enquanto a assistente estava no funeral da avó.
A par disto, a ex-funcionária também alegou que De Niro lhe terá chamado "pirralha mimada" e "cabra" em diversas ocasiões, como em trocas de mensagens com a namorada, Tiffany Chen, que tinha ciúmes da assistente, e depois de ela não o ter acordado para um evento importante. "Ela não me acordou e fez com que eu perdesse uma coisa importante em Malibu", ripostou o ator, defendendo-se.
Graham Robinson começou a trabalhar para De Niro aos 25 anos, enquanto sua assistente, acabando por tornar-se vice-presidente de produção e finanças da Canal Productions antes de renunciar ao cargo, em 2019. Apesar de ter sido promovida, De Niro ter-se-á sempre referido à mesma como sua assistente, de acordo com a mesma publicação, atribuindo-lhe funções que divergiam daquilo que lhe competia.
Contudo, a defesa do artista dizem que, embora Robinson tenha ascendido ao cargo de vice-presidente da produtora em 2017, as suas funções de trabalho de coordenação da vida pessoal e profissional de De Niro não mudaram. Em relação ao funcionário do sexo masculino que ganhava mais que a assistente, os advogados do ator frisaram que isso se devia ao facto de o mesmo trabalhar para o ator há muito mais tempo.
Além disso, a equipa de De Niro defendeu-o, dizendo que este sempre foi chefe generoso – e Robinson acabou por ser retratada como alguém que "aproveitou" o acesso ao dinheiro e à fama, faturando quantias "exorbitantes" de despesas pessoais, bem como tendo cobrado indevidamente uma viagem a Los Angeles. Robinson é ainda acusada de passar o dia a ver Netflix.