
O mais recente filme do “Superman” chegou aos cinemas no passado mês de julho (e ainda está em exibição) com a promessa de renovar a lenda kryptoniana para uma nova geração. E a verdade é que novas histórias indicam novos rostos, mas há um detalhe subtil que muitos espectadores talvez tenham deixado escapar. Num piscar de olhos, entre cenas movimentadas da redação do “Daily Planet”, surge um pivot interpretado por um ator pouco conhecido, mas com uma ligação simbólica ao legado do Super-Homem: Will Reeve.
Esse cameo, aparentemente discreto, carrega um enorme peso emocional e histórico. E porquê? Porque Will, como deve perceber pelo apelido, é o terceiro filho de Christopher Reeve, o inesquecível intérprete do Super-Homem nas icónicas produções dos anos 70 e 80. Desta forma, Will Reeve, de 33 anos, conseguiu homenagear o pai, que perdeu quando tinha apenas 11 anos, ao aparecer no novo filme sobre o herói que o deu a conhecer ao público, satisfazendo também a promessa que fez a Christopher Reeve no dia em que o ator morreu: deixá-lo orgulhoso.
Esta promessa foi revelada no documentário “Super-Homem: A História de Christopher Reeve”, que foi lançado em 2024 e está disponível na HBO Max. A produção, que inclusive foi nomeada para quatro Emmys, cerimónia que vai acontecer a 15 de setembro, teve a ajuda dos três filhos do ator (Matthew e Alexandra do casamento com Gae Exton e Will da relação com Dana Reeve) em diversas partes, nomeadamente nos testemunhos. Foi aí, então, que Will revelou a promessa que tinha feito ao pai mesmo antes de o ator morrer. “Eu disse que o amava e que ia fazer de tudo para deixá-lo orgulhoso”. E quem é, afinal, Will Reeve?
Ficou órfão aos 13 anos e foi bastante apoiado por Robin Williams

Com todos os factos, é possível dizer que Will Reeve passou por uma infância, no mínimo, conturbada. O jornalista (sim, Will também é jornalista na vida real, mas já lá vamos) ainda não tinha 3 anos quando o pai ficou tetraplégico, devido a uma acidente que lesionou sua medula espinal, e foi com 11 anos que soube que o pai tinha morrido, vítima de um enfarte causado por uma infeção, segundo a “People”. Dois anos depois, Will Reeve ficou órfão, com a mãe, Dana Reeve, a morrer aos 44 anos com cancro no pulmão.
Assim, Will perdeu os dois pais num espaço de apenas 17 meses, tendo apenas os dois meios-irmãos para o ajudar. No entanto, o jovem, na altura, não foi viver com eles, e sim com um amigo próximo da família. Segundo alguns amigos próximos, citados pela revista norte-americana, Dana queria que Will continuasse em Bedford, Nova Iorque, rodeado pelas pessoas com quem cresceu. Assim, acabou por organizar as coisas antes de morrer, deixando tudo pronto para que Will conseguisse ter um sítio onde ficar.
Contudo, uma grande ajuda para superar tudo foi Robin Williams. O ator, que se suicidou em 2014 depois de ter sido diagnosticado com uma depressão, causada pelo diagnóstico de Parkinson, era um dos grandes amigos de Christopher Reeve, pelo que esteve bastante próximo de Will desde a morte dos seus pais até à sua própria morte. Robin Williams não chegou a adotar legalmente o filho do amigo, mas foi um dos grandes pilares de Will Reeve no resto do tempo que tiveram juntos.
O mundo da televisão e o jornalismo como profissão

Will Reeve fez os seus primeiros passos na televisão no filme “Armadilha Selvagem”, lançado em 1997 e realizado pelo seu pai, sendo que também teve um pequeno papel na produção de Christopher Reeve de 2004 “A História de Brooke Ellison”. Além destes, Will narrou uma das personagens do filme “O Pequeno Herói”, de 2006. Depois disso, não é conhecida mais nenhuma participação de Will no cinema, mas a verdade é que o filho de Christopher e Dana Reeve não saiu da frente das câmaras.
Acabou por escolher ser jornalista, sendo que hoje em dia é correspondente da ABC News. Licenciou-se na Middlebury College, no estado de Vermont, EUA, e estagiou no programa “Good Morning America”, segundo a “People”. Depois disso, conseguiu um lugar no “SportsCenter” da ESPN, e desde 2018 que trabalha então para a ABC como correspondente. E a verdade é que, apesar de ter escolhido o jornalismo, algo completamente diferente da profissão do pai, a vida dos dois continuou ligada, com Will a fazer até uma peça sobre o acidente do pai.
Foi em maio de 2023 que Will foi designado para cobrir uma reportagem sobre um homem que ficou paralisado da cintura para baixo após um acidente, e que graças à inteligência artificial e a pesquisadores na Suíça conseguiu voltar a andar. “O meu pai era Christopher Reeve. Ele sofreu uma lesão na medula espinal em 1995, e dedicou os últimos nove anos da sua vida à luta por uma cura. Essa descoberta parece ficção científica, mas é real e traz grande esperança para um futuro brilhante. Ele seria o primeiro da fila a inscrever-se para esta intervenção”, disse Will na reportagem.
Longe das câmaras, Will é ativista e está noivo

Seguindo também os passos ativistas do pai, Will faz parte do conselho de administração da Fundação Christopher & Dana Reeve, que foi fundada pelos seus pais. A organização defende legislações e pesquisas sobre lesões na medula espinal, além de ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas afetadas e de se dedicar a encontrar uma cura. Will participa de forma empenhada e regular nas campanhas de angariação de fundos e nas ações de sensibilização, segundo o site oficial da fundação.
Já no campo amoroso, Will Reeve pediu Amanda Dubin, de 29 anos, em casamento em novembro de 2024, numa celebração íntima com familiares e amigos. Os dois estão juntos desde abril de 2023, e são várias as publicações que fazem nas redes sociais. A mais recente foi em abril, quando Will deixou um carrossel de fotografias a desejar um feliz aniversário à noiva.