No que diz respeito ao cozido à portuguesa, há um ponto inquestionável: o de alguém mais velho na família, como uma mãe ou um avô, que sabe fazer um como nenhum outro. Mas para matar as saudades de sabores confecionados por pessoas que já não voltam ou que estão longe, pode trazê-los para perto de si, independentemente do ponto do País onde esteja.

O que pode diferir é o tipo de cozido, dado que a receita altera-se de região para região, segundo a página das Comunidades Lusófonas. Todos levam carnes, enchidos e verduras — o que mais caracteriza este prato que faz parte da identidade dos portugueses —, mas há uns que levam grão e acompanham com arroz e outros que não têm nenhuma das duas.

No Minho, por exemplo, o cozido leva galinha, presunto, salpicão e focinho de porco. Tudo acompanhado de arroz, com um pormenor: é feito no forno.

Do arroz de marisco à chouriça assada. No Cantinho, em Faro, a comida sabe a tradição
Do arroz de marisco à chouriça assada. No Cantinho, em Faro, a comida sabe a tradição
Ver artigo

Descendo no mapa, o cozido à alentejana é um pouco diferente no sentido em que leva porco, isso é certinho, mas também pode levar borrego e no Algarve, no que toca às guarnições é frequente colocar batata doce.

O cozido dos Açores sabemos bem como é feito, debaixo da terra no calor vulcânico das furnas, o que pode não saber é que leva também inhame e toucinho fumado. A Madeira também tem o seu próprio cozido, surpreendentemente sem enchidos e com um outro elemento fora do comum: fatias de pão e hortelã.

Agora que conhece como são feitos os vários cozidos portugueses, está na altura de passar ao ataque e aproveitar o frio desta altura do ano para aquecer-se com um prato bem servido que, acompanhado de um copo de vinho tinto, faz parecer que o verão chegou ao corpo.

Taberna Ti João

Taberna Ti João
Taberna Ti João créditos: facebook

Aqui come-se cozido à barrosã. Isto significa que uma lista imensa de ingredientes vem para a mesa, mas tentaremos resumir alguns para aguçar o apetite: fumeiro (chouriço de abóbora, salpicão, alheira e presunto), porco fumado (orelheira, pé de porco, faceira), vitela barrosã, porco bísaro fresco, batata kennebec e couve tronchuda.

A Taberna Ti João, em Boticas, serve o cozido assim mesmo aos sábados e domingos de outubro a abril e custa 30€.

Taberna Ti João

Localização: Rua do Lameirão, 1 5460-130 Carvalhelhos
Reservas: 938 936 712
Horário: sexta-feira das 19 às 23h; sábado das 12h às 15h e das 19h às 23h; domingo das 12h às 16h

Flor da Montanha

Flor da Montanha
Flor da Montanha créditos: facebook

Domingo é tradicionalmente o dia de se comer cozido à portuguesa, talvez por ser também aquele que é mais dedicado à família e a almoços demorados. Na Flor da Montanha, em Esmoriz, município de Ovar, é este mesmo o propósito: degustar de um cozido sem olhar para o relógio. Este é um dos casos em que se serve o cozido com arroz, bem como outras guarnições que servem de base ao "conduto", como diziam os antigos, composto por 13 qualidades de carnes e enchidos.

O cozido à portuguesa da Flor da Montanha custa entre 16€ e 26€.

Flor da Montanha

Localização: Rua Forno da Telha 424, Esmoriz
Reservas: 256 755 969
Horário: todos os dias das, 10h às 15h; sexta e sábado também ao jantar, das 19 às 22h

Restaurante O Toucinho

Restaurante O Toucinho
Restaurante O Toucinho créditos: facebook

Almeirim é mais conhecido pela sopa da pedra, mas acredite que vale a pena visitar o restaurante O Toucinho à quarta-feira para experimentar o cozido à portuguesa. É que além da travessa composta por arroz, carnes e hortaliças, o mais tradicional, há sandes de cozido à portuguesa dentro do pão regional designado caralhota.

O cozido custa 19€ por dose e a sandes 5,90€.

Restaurante O Toucinho

Localização: Rua de Timor 2-O 2080-103 Almeirim
Reservas: 243 592 237
Horário: de sexta a terça-feira das 11h30 às 15h e das 18h30 às 21h30

Super Mário

Super Mário
Super Mário créditos: facebook

Nada sabe melhor do que uma travessa bem servida numa tasca e a do Super Mário é exemplo disso. Nas travessas largas vêm aconchegadinhos os enchidos, como a farinheira e o chouriço de sangue, assim como as batatas, cenouras, verduras e as carnes de porco, incluíndo a orelha.

Enche-se a barriga e a carteira porque por tudo isto, servido apenas às terças-feiras, paga apenas entre os 8€ e os 10€. Também pode levar para casa em regime de take away por 6€ uma 1/2 dose.

Super Mário

Localização: Rua Duque 9, Lisboa 1200-159 Lisboa
Reservas: 213 479 437

Caldeiras & Vulcões

Caldeiras & Vulcões
Caldeiras & Vulcões créditos: facebook

Chegámos aos Açores, mais precisamente ao restaurante nas Furnas que faz um cozido no calor vulcânico no qual os enchidos ganham forma dentro de um tacho largo. No Caldeiras & Vulcões, o cozido vai para debaixo da terra durante a noite, depois de o chef Paulo dispor meticulosamente os ingredientes "na sua disposição predileta", como é descrito na página de Facebook.

O restaurante inovou-se e, além deste, até tem um Cozido das Furnas 100% Vegan que devolve à terra os ingredientes usados no cozido para que esta os termine. O cozido tradicional custa 14,50€ para uma pessoa e o vegan custa 30€ para duas. A ementa conta ainda com croquetes do cozido (4,50€) para começar logo no início da refeição e perceber o que lhe espera.

Caldeiras & Vulcões

Localização: Rua das Caldeiras, 36,9675-045, Furnas – São Miguel, Portugal
Reservas: 296 584 312
Horário: de quarta-feira a segunda-feira, das 12h às 15h e das 18h30 às 21h30