Foi uma dose dupla para Hugo Candeias no primeiro dia de Chefs on Fire. O chef do Ofício, em Lisboa, foi o criador de um dos pratos mais requisitados da noite — o que causou filas durante praticamente todo o dia, fruto de toda a gente querer provar —, uma batata recheada com costela de vaca confecionada no fire pit central do Prado, uma das áreas mais concorridas do festival.
A par disso, a famosa tarte de queijo basca do chef, que já ganhou uma marca própria, a Dona by Hugo Candeias, é um dos bites do evento, estando disponível também neste segundo dia, domingo, 21.
Quanto à escolha do prato a servir no fogo, e que causou filas gigantes durante todo o dia, o chef refere que partiu tudo de um desafio. "Foi o Gonçalo [Castel-Branco, fundador do festival] que me desafiou a desenvolver um prato para o fire pit, que é esta estrutura arredondada, em que a ideia é pendurar aqui algumas peças maiores de carne", recorda Hugo Candeias.
"Já andava a querer fazer um prato de carne há algum tempo. Então, basicamente, escolhi uma costela de vaca, juntei-lhe uma batata em baixo para evitar aqui a parte do pão ou tortilhas que já tinha feito. A ideia era trazer um prato de conforto, que nos conectasse um pouco com aquilo que é a nossa cozinha."
O sucesso inesperado da tarte basca
Do outro lado do Prado, a tarte basca continuou a atrair os festivaleiros, o que justifica a presença deste bite pelo terceiro ano consecutivo, e o projeto da marca, com um quiosque no Jardim da Estrela, em Lisboa, onde também é um sucesso. "Para além do quiosque, continuamos com a venda à fatia ou tarte inteira no Ofício, e as vendas online também têm corrido bem", diz o chef sobre este sucesso inesperado.
"Eu tinha acabado de vir de Espanha, passámos pelo Covid, e eu tinha que fazer aqui alguns pratos para take-awaya, e acho que de forma quase emocional escolhi, 'ok, vou fazer uma tarte de queijo'. Podia ter sido outra sobremesa qualquer, esta veio-me à cabeça porque comia muito em Espanha. Então ajustei uma receita ao forno e àquilo que seriam os ingredientes daqui e acabou por resultar bem. Não estava nada à espera deste boom que a tarte teve, mas foi positivo, tem sido até ao dia de hoje, deixa-me muito contente, e espero que as pessoas continuem a desfrutar da tarte."
Sobre o Ofício, o restaurante do chef em Lisboa, Hugo Candeias diz estar focado em terminar o ano e deixa no ar a possibilidade de novidades para 2026. "De momento, estou 100% focado no Ofício, daqui até o final do ano, depois no próximo ano vamos ver o que é que acontece. Mas quero terminar este ano, e acho que era necessário arrumar a casa, mas continua a correr muito bem, e felizmente tivemos um agosto muito bom. Alterámos horários, abrimos só o jantar, e tem funcionado melhor, tanto para a equipa, como para os clientes. Acho que foi uma boa mudança."
Em relação à grande novidade deste ano do Chefs on Fire, que aposta em talks e workshops, Hugo Candeias refere que o aspeto didático é um dos que privilegia mais no evento.
"Acho que aproxima as pessoas de tudo aquilo que compõe o trabalho de um chef. Ou seja, temos a parte da fotografia, temos a parte do próprio fogo, temos a parte do cozinhar, temos tantas partes que estão interligadas com a cozinha que nós às vezes achamos que nada têm ver com cozinha. Hoje em dia temos a secção da fotografia gastronómica, que está altamente dedicada a esse ponto, o desenvolvimento de técnicas de gravação e técnicas de captação de imagem, que eu acho que é uma coisa muito interessante. Acho que é uma parte muito gira, que o Gonçalo e toda a sua equipa têm pensado muito bem em ser um festival não só para que os chefes se divirtam e para que nós todos tenhamos aqui bons momentos, mas eu acho que tem que ser didático", conclui.
O Chefs on Fire continua este domingo, 21 de setembro, no Parque Marechal Carmona, em Cascais. Os bilhetes estão à venda em diversas modalidades. Pode escolher entre o All In, que custa 100€ por pessoa e inclui 7 pratos e 4 bebidas; o Fire/Combo que custa 85€ e inclui 5 pratos e 2 bebidas; e ainda o Fomo, que custa 50€ e garante o acesso ao recinto e concertos, tal como todas a outras modalidades, mas sem pratos e bebidas, sendo estes adquiridos no local.
Os bilhetes kids são destinados a crianças entre os 6 e os 12 anos, custam 20€ e incluem o acesso ao recinto e à Zona Kids com atividades para crianças, mini-doses e bebidas (até aos 6 anos não pagam, mas não têm acesso às doses e bebidas do espaço crianças).