O novo Pestana Douro Riverside foi inaugurado em abril deste ano. A MAGG passou uma noite neste hotel, que, como o nome indica, fica mesmo junto ao rio Douro. Além de massagens e cocktails, pudemos desfrutar de uma deliciosa refeição no restaurante Aroma.

Pestana Douro Riverside. Antes, uma fábrica de perfumes. Agora, um hotel com vista para o rio
Pestana Douro Riverside. Antes, uma fábrica de perfumes. Agora, um hotel com vista para o rio
Ver artigo

O restaurante do hotel, que está a cargo do chef Tony Salgado, aposta maioritariamente em grelhados, concebidos com produtos portugueses e através de técnicas tradicionais. Esta vertente de grill não passa apenas pela carne ou pelo peixe, mas por todos os alimentos que pode ter lugar num grelhador, tal como legumes.

O objetivo é que "todas as peças tenham um toque fumado", tal como nos explicou o chef. Provámos algumas das que compõem o novo menu e que foram escolhidas depois de realizados alguns testes. A ementa foi construída tendo em conta a necessidade de incluir opções vegetarianas e vegan, "algo a que hoje em dia temos de ter atenção", considera Tony Salgado.

Chef Tony Salgado
Chef Tony Salgado Tony Salgado é chef executivo do Pestana Douro Riverside e do Pestana Palácio do Freixo. créditos: Facebook

É natural que, ao ouvir falar em grelhados, fique um pouco apreensivo. Quantas vezes arrisca e corre mal, por a comida não vir no ponto que desejaria? Ora vem em sangue, ora rija como sola de sapato. Ao jantar no restaurante do Pestana Douro Riverside, isso não acontece.

Isto porque é o cliente quem assume os comandos do grelhador, portanto mais ninguém definirá se está bem passado o suficiente ou se devia ter permanecido menos tempo na grelha. E, para tal, não precisa de ficar ao relento, de abano na mão. Pode fazê-lo no conforto da mesa onde fica sentado.

O prestável staff do restaurante faz-lhe chegar um mini grill que mal ocupa espaço. Na nossa experiência, foi o chef Tony Salgado quem fez as honras, para nos ensinar um pouco da mestria necessária e para garantir que conseguiríamos prosseguir o resto da refeição de forma autónoma.

Caso queira apenas alimentar-se, também podem ser os funcionários a grelhar tudo. Ou pode arriscar no "faça você mesmo" e chamá-los apenas quando for necessária alguma ajuda. Esta experiência vai permitir-lhe comer aquilo que desejar, de acordo com o seu próprio ritmo e preferência.

Restaurante Aroma
Restaurante Aroma No restaurante Aroma pode grelhar a sua própria comida. créditos: MAGG

O menu de outono do Aroma é composto por oito entradas, quatro pratos de peixe, seis de carne, um vegan, seis sobremesas e acompanhamentos. Todas as noites das 19h30 às 22h30, são os clientes quem escolhe os pratos, bem como os acompanhamentos. 

Esta "onda de churrasco", como lhe chama Tony Salgado, é "aquilo de que, hoje em dia, as pessoas estão muito à procura". Um conceito que o País tem introduzido cada vez mais, por exemplo ao recorrer à picanha, argumenta o chef executivo dos Pestanas Douro Riverside e Palácio do Freixo, ambos no Porto.

O nosso jantar à luz das velas começou com pão quente, que molhávamos em manteiga e azeite balsâmico (3,50€), e avançou para umas ribs de porco embebidas em molho barbecue (10€), que, tal como é possível ver na imagem anterior, foram grelhadas pelo chef. A carne saía do osso com uma facilidade imensa, tal era a ternura.

O eco grill parou de fumegar por um pouco quando chegou a sopa de abóbora, feita com abóbora assada no forno (9€). Cremosa, ficava ainda melhor graças aos pedaços de cebolinho e bacon divinais nela polvilhados. Não tardaria a vir toda uma tábua com elementos para cozinhar no fogo, tais como cogumelos, milho, courgette e pimentos padrón (6€). 

Estes alimentos iriam acompanhar o resto da refeição e já seriam por nós grelhados. Juntaram-se a um macio polvo à lagareiro com cebolas confitadas (21€) e a um arroz de grelos bem molhado e solto (4€), mas também a um entrecôte de novilho (25€) com batata recheada com mostarda, queijo da serra, bacon, pickles e rebentos de rabanete.

E sim, estava tão bom quanto a descrição o faz parecer. Basta imaginar o sabor da carne com flor de sal e uma tira de gordura aliado ao da batata, que, ao cortar, se esvaía em queijo. A refeição terminou com uma pavlova de creme de rosas e frutos vermelhos (10€).

Esta linda sobremesa continha, como topping, verdadeiras pétalas de rosa cristalizadas. Tal como todas as outras que integram a ementa, vai ao encontro da índole do hotel. Outrora uma fábrica de sabão, velas, perfumes e produtos químicos, o Pestana Douro Riverside dedicou cada um dos oito pisos a um aroma floral, o que esclarece o nome do restaurante.