Há um novo boato a circular na cidade. Mas ao contrário dos outros, que se dizem baixinho, este escreve-se com letra maiúscula, porque é para acreditar.

O Boato é o novo projeto do chef Manel Perestrelo, que abriu o Salmora, no Algarve, e O Moço dos Croissants e o QURA, ambos em Campo de Ourique, Lisboa. Fica na Avenida da Liberdade e tem inspiração na cozinha mediterrânea, facto que, segundo o chef, não vai ser impedimento para continuar com a criatividade e com a tradicional culinária portuguesa.

Mas antes da falarmos do Boato, vamos contar a história séria de quem o pensou: Manel Perestrelo. Depois de uma vasta experiência em restaurantes dos outros, tanto em Portugal como no estrangeiro, decidiu abrir o seu primeiro restaurante em 2015 no Algarve, o Salmora.

Veggie. Há uma nova revista de receitas vegetarianas
Veggie. Há uma nova revista de receitas vegetarianas
Ver artigo

Mas como sempre quis fazer qualquer coisa ligada à pastelaria e, segundo o chef, "uma sobremesa pode tornar uma refeição fantástica ou estragá-la", por isso decidiu abrir O Moço dos Croissants, em Campo de Ourique, que está focado nos croissants mas abastece de sobremesas todos os restaurantes do chef Manel. Mais tarde, foi a vez do QURA, o seu primeiro projeto de restauração em Lisboa, com poucas mesas e mais focado na intimidade entre cliente e chef.

O Boato é o seu projeto mais recente e é todo inspirado no mar mediterrâneo. "Mas não quer dizer que isso me vá quebrar a criatividade", diz à MAGG. Quem chega ao Boato sente logo a essência dos países do sul da Europa, desde a cor das paredes, em tons de verde água, à carta escolhida pelo chef Manuel.

Tudo começa com um couvert composto por pão grego caseiro (2€), creme de ricotta (2,5€) e azeitonas marinadas (1,5€).

Couverts: pão grego caseiro, creme de ricotta e azeitonas marinadas

Para entradas há gamba com lascas de sal (11€), beringelas assadas com creme de caju, com pesto (8€), carpaccio de novilho (11€), corvina marinada em leite de tigre (11€) e tártaro de salmão (9€).

Beringelas assadas com creme de caju

Passando para os pratos principais, o chef dividiu a carta em quatro categorias, os peixes, as carnes, os arrozes e as massas e saladas a que chamou Mar, Terra, Servagem e Natural, respetivamente.

Se preferir peixe, pode escolher entre salmão com molho de mostarda e avelãs torradas (12€), pataniscas de polvo (12€), corvina amanteigada (15€) ou lula confitada com esmagada de coentros (14€). Mas se o seu apetite pede carne, experimente um bife do lombo (17€) ou secretos de porco preto (16€), ambos servidos com batata doce.

Depois passamos para a carta dos selvagens, os arrozes, e aqui pode escolher entre arroz de polvo para duas pessoas (22€) — um prato bem português —, arroz selvagem com cogumelos e espinafres (13€) ou risotto de quinoa e vieiras, feito com pêra, queijo azul e avelãs tostadas (15€). Se preferir massas ou saladas — pratos mais frescos — sugerimos que procure a secção Natural da carta onde pode escolher entre pappardelle de pesto (12€), tagliatelle de cogumelos e ovo biológico (14€), salada cous cous de tomate seco (10€) ou salada de queijo cabra gratinado (11€).

Tagliatelle de cogumelos portobello, ovo com creme de parmesão

As sobremesas disponíveis, fornecidas pel'O Moço dos Croissants, são a mousse de chocolate e lascas de sal (5€), tarte de queijo (6€), uvas alimadas e sorvete de manjericão (4€) ou papo de anjo (5€).

Aos almoços, de segunda a sexta-feira, está disponível um menu mais económico. Por 12€ pode escolher entre duas opções de entrada e duas de prato principal, tudo fora da carta habitual.

O nome Boato não foi escolhido para causar burburinho, mas a verdade é que o chef descobriu que a palavra significa barco, num idioma antigo num idioma que existiu há milhares de anos atrás. "Achei piada porque seria um trocadilho", conta à MAGG.

Interior do restaurante

E ainda que se assuma como um restaurante, a ideia do chef é explorar o "after work" e ter um espaço onde as pessoas possam conviver depois do trabalho com eventos, degustações de vinhos, demonstrações de marcas e workshops. O restaurante é um open space com 60 lugares no interior e 20 na esplanada. "Encantei-me logo pelo espaço porque tem vista para a rua de trás e à noite fica com um ambiente fantástico e mais urbano", conta o chef Manel.