Portugal tem mais cinco restaurantes com estrela Michelin. Os galardoados foram anunciados na noite desta terça-feira, 14 de dezembro, numa cerimónia em Valência, Espanha, onde ao palco subiram os chefs à frente das várias cozinhas portuguesas de excelência para receber a sua primeira estrela.
O chef Arnaldo Azevedo foi receber a estrela Michelin do restaurante Vila Foz, no Porto; o chef Pedro Pena Bastos do Cura, em Lisboa; o chef Carlos Teixeira do restaurante Esporão, em Reguengos de Monsaraz; o chef Luís Brito recebeu a estrela do A Ver Tavira; e o chef Louis Anjos subiu pelo Al Sud, em Lagos.
É esta a lista dos restaurantes que seguraram pela primeira vez o prémio mais prestigiante da área da restauração, enquanto outros renovaram as que tinham conquistado. Entre eles estão o lisboeta ALMA, do chef Henrique Sá Pessoa, que renovou a segunda estrela Michelin, bem como a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira, do chef Rui Paula. Já com uma estrela renovada, enumera-se o restaurante LOCO, em lisboa, do chef Alexandre Silva, e o restaurante da Casa da Calçada, em Amarante, nas mãos do chef Tiago Bonito.
Dos agora 33 restaurantes com estrela Michelin em Portugal (pode ver a lista completa aqui), dois deles somam ainda outra distinção: o Il Gallo d’Oro, na Madeira, e o Esporão, no Alentejo, que receberam a Estrela Verde Michelin, atribuída pelo segundo ano a restaurantes que estão alinhados com uma forma de cozinhar mais sustentável.
"As nossas equipas também observaram que cada vez mais estabelecimentos mostram um maior interesse em oferecer uma cozinha mais preocupada com as questões do meio ambiente e da sustentabilidade. Não podemos se não congratularmo-nos e apoiar este movimento fundamental, ilustrado este ano com a atribuição de uma Estrela Verde a oito novos restaurantes especialmente comprometidos com estes fatores", disse Gwendal Poullennec, Diretor Internacional dos Guias Michelin, durante a cerimónia no auditório do Palau de les Arts Reina Sofía de Valência.
De volta aos cinco restaurantes galardoados, afinal, quanto custa comer no mais barato e no mais caro recém-Michelin? E, quantas micro doses — leia-se, momentos — são colocadas à frente durante a degustação? Revelamos tudo, por ordem decrescente de valor.
Cura — 85€
Alojado no Ritz Four Seasons Hotel Lisboa, o restaurante comandado pelo chef Pedro Pena Bastos é a cura para um palato saciante de comida autêntica. Pelo menos, é essa a intenção do chef. "Trabalha com pequenos fornecedores locais para conseguir ingredientes de excelente sabor e condição e colhe outros, como musgo de rena estaladiço, carne marmoreada de porco preto do Alentejo e 'o melhor grão-de-bico que conseguimos encontrar' diretamente da natureza", lê-se no site do Cura.
Mas vamos a pratos. Além das opções à carta, há três menus de degustação — origens, meia cura e raízes —, sendo este último o mais barato. Inclui pão de trigos ancestrais, pão de leite, manteiga envelhecida das Flores e azeite e termina com cacau, levístico, girassol batateiro e arábica. Quer dizer, o fim é mesmo a conta: 85€ por pessoa.
Vila Foz — 75€
"Uma sala extravagante, onde requinte e conforto se fundem. Ampla, luminosa, acolhedora, palaciana. Um magnífico salão nobre do Palacete". É neste ambiente que se degustam os pratos preparados pela equipa e pelo chef Arnaldo Azevedo. A carta do Vila Foz é marcada pelos sabores da costa portuguesa, que são trabalhados no sentido de criar "obras de arte excecionais de gastronomia contemporânea".
O resultado são saudações do chefe, seguidas de espargos, cenoura, espumante e açafrão, deixando espaço para beterraba, funcho e algas e mais dois momentos antes do fim: morango, lichia e cardamomo. Estes pratos dizem respeito ao menu mais barato do Vila Foz, intitulado de Novo Mundo, a 75€ por pessoa.
Al Sud — 69€
A pandemia da COVID-19 levou o Al Sud, do Palmares Ocean Living & Golf Resort, a fechar, mas nem isso fez com que passasse despercebido aos críticos do Guias Michelin. "Esta distinção é uma recompensa para toda a equipa, desde a cozinha, pastelaria, restaurante ou bar. Iremos trabalhar cada vez mais e melhor para que o AL SUD continue a proporcionar momentos inesquecíveis", afirma o chef Louis Anjos, num comunicado enviado às redações.
Esses momentos vão dos oito aos dez dos menus de degustação e por esta altura já deve adivinhar qual o mais barato. É o de oito momentos, compostos por sabores do mar e da ria. O menu começa no atum rabilho e vai até à framboesa do Algarve, com manjericão e iogurte. O valor é de 69€ (a harmonização tem um custo extra de 35€).
Esporão — 50€
Mais um dos novos galardoados com a primeira estrela Michelin e este também com a estrela Verde Michelin, que de certo modo já anuncia que a ementa pode sofrer alterações frequentes. Ainda assim, o restaurante faz questão de reforçar o aviso sobre os pratos. "Elaborados com produtos sazonais, de produtores locais e nacionais, acompanhando de perto o ciclo de cada um. Por isso, o menu está sujeito a alterações frequentes, sem aviso prévio", pode ler-se no site.
Mesmo com surpresas, pode contar com um menu de degustação preparado pelo chef Carlos Teixeira, com cinco ou sete momentos — denominado de Carta Branca —, ao qual pode adicionar pairing de vinhos. O de cinco momentos custa 50€ por pessoa e o pairing de três vinhos Esporão acresce 15€.
A Ver Tavira — 45€
No caso do restaurante que tem à frente o chef Luís Brito, a opção de pagar mais ou menos dependerá de ir ao almoço ou jantar. Em ambos, prometem-se "experiências únicas e inesquecíveis", que diferem nos ingredientes usados. Ao almoço, o menu mais barato do A Ver Tavira tem três momentos e custa 45€ (mais 35€ para ter harmonização de vinhos).
Já ao jantar, os vegetarianos poupam na carteira por terem o menu mais barato, 60€ (mais 35€ com harmonização de vinhos), enquanto quem come proteína animal poderá optar pelo menu reflexão, com cavala fumada, alho negro, limão preto e caviar para entrada e sabores de um cozido português nos principais. Custa 70€ (mais 45€ com pairing, opcional).