O número 19A da Avenida João XXI deixou de ser Be Lisboa (atualmente apenas na Comporta) para dar lugar ao restaurante de ramen, Saisho Ramen, cujo conceito é dar aos portugueses um ramen tradicional de qualidade — e sem ter de pagar um balúrdio.
"Percebemos que há imensos restaurantes japoneses e a maior parte deles têm uma qualidade muito baixa. Outros são premium e o preço é muito elevado. Achamos que a comida japonesa deve trazer mais qualidade premium ao público em geral e criámos este conceito", diz à MAGG Neo Zhu, de 37 anos, há mais de sete em Portugal.
Há uma razão que pode explicar os preços praticados noutros restaurantes: o trabalho de background envolvido num ramen antes de chegar à mesa. "É difícil de preparar. Por exemplo, a sopa leva mais de dez horas a preparar. Cada topping, como o saisho [barriga do porco] leva também muito tempo. Os ovos também são muito difíceis. Mas com tudo preparado, quando chega a altura de comer, é muito rápido. Leva apenas alguns minutos", afirma o proprietário.
É, por isso, o restaurante ideal para os apressados e para quem já chega com a barriga a acusar alguma fome. Mas já que o ramen levou tanto tempo a preparar, merece o devido tempo para ser saboreado com calma e nutrir o corpo. Isto porque o caldo é rico em cálcio e colagénio, uma das características que faz parte do ADN do Saisho Ramen. "O principal conceito do nosso ramen baseia-se no DNA [sigla em inglês para ADN]: D de delicioso, N de nutritivo e A de acessível", refere Neo. Resta saber que delícias são essas.
Há apenas quatro ramens — compostos por um caldo intenso feito de ossos de porco servido com noodles — para não tornar a escolha difícil: o saisho ramen (9,50€), o tonkotsu ramen (8,90€), o tofu ramen (8,90€) e o tantanmen ramen (7,90€). Em igual número há sobas — massa servida sem caldo e misturada com molhos caseiros — entre as quais se destaca o chicken soba (7,90€), e o menu conta ainda com donburi — uma tigela com arroz cozido a vapor acompanhado de vegetais e molhos —, como o teriyaki tofu don (7,50€), uma das opções vegan do menu. Todos os noodles servidos no Saisho Ramen são feitos à mão no próprio restaurante.
O sushi também faz parte da carta, mas apenas nas entradas como os uramaki california (2,90€) e, para finalizar, o Japão está representado nos mochis.
Apesar de toda a oferta, o destaque são mesmo os ramens feitos pelo chef chinês Jack Chen, especialista em comida japonesa e particularmente nesta iguaria — até porque sem ele, não havia restaurante. "Parte do motivo para termos aberto o restaurante é pelo facto de o Chen ser tão louco por ramen. Tem de comer ramen todos os dias", diz Neo.
Com Neo Zhu está Pedro Portela, de 45 anos, gerente, que adianta à MAGG que o objetivo é que no futuro o restaurante chegue a cada vez mais pessoas. "Estamos a pensar fazer um franchising, talvez em alguns centros comerciais. Assim que afinarmos o processo, estamos prontos a fazê-lo", diz Pedro e Neo acrescenta que a ideia é precisamente "levar ramen ao máximo número de portugueses de forma acessível".
O restaurante conta ainda com uma esplanada interior que é uma espécie de oásis asiático no centro de Lisboa para o fresco do ar livre combater os calores da sopa japonesa (e dos picantes, se for o caso). Já a zona lounge (mega instagramável) é ideal para descontrair ou teletrabalhar enquanto desfruta de uma das bebidas especiais preparadas pelo experiente barista Javier Chen.
Destacam-se o thai milk tea (um chá tailandês, com base de chá preto, aroma de anis, cardamomo e leite), o yuzu soda (bebida com a fruta cítrica japonesa yuzu) e chás que variam diariamente, como jasmim e rice tea (chá verde e arroz integral torrado), servido frio ou quente a pedido.