Há hotéis de cinco estrelas e depois há o The Oitavos. Situado na Quinta da Marinha, em pleno parque Natural Sintra-Cascais, este hotel não pede — exige — que desliguemos das inquietações. É por estar no meio de um pinhal que providencia quietude e silêncio, é pelas cores (os azuis e os brancos dominam), que proporcionam relaxamento imediato assim que colocamos os pés no lobby, é pela decoração despojada, minimalista, é pelos tetos altos que dão a sensação de amplitude mesmo quando estamos dentro de portas, é pela piscina infinita, com água salgada e aquecida, com vista para o mar, que nos faz entrar de imediato num outro estado de espírito. Menos agitado, mais próximo da natureza. Em paz.

A precisar de relaxar? O The Oitavos tem uma massagem seguida de scones e chocolate quente
A precisar de relaxar? O The Oitavos tem uma massagem seguida de scones e chocolate quente
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A MAGG visitou o O The Oitavos, propriedade da família Champalimaud, e pôde experimentar, ao longo de dois muito relaxantes (e deliciosos) dias, o melhor que este hotel, que completa 13 anos em setembro, tem para oferecer. Não é de admirar que Cristiano Ronaldo tenha escolhido este hotel de cinco estrelas para ser seu vizinho e esteja a construir a casa onde vai passar a reforma (dizemos nós) mesmo coladinha ao campo de golfe do The Oitavos (bom gosto, portanto). Enquanto não temos a oportunidade de ver CR7 e Georgina a dar umas tacadas, eis sete coisas que tem mesmo de fazer se ficar hospedado no The Oitavos.

1. Mergulhar na piscina infinita (com água salgada aquecida)

É incontornável, mesmo que não esteja um calor abrasador (mas se estiver, ainda melhor). Deixar a toalha na espreguiçadeira, despir o roupão, mergulhar e ficar só, apoiado na beira da piscina, a olhar para o verde, para o azul. No fundo ficar a olhar para ontem, porque é isso mesmo que apetece fazer nesta piscina. Não pensar em nada, ficar a flutuar (até nisso a água ajuda), ou então dar umas braçadas para afastar a preguiça. Se o vento, que ali naquela zona tem a teimosia de aparecer, estiver pouco convidativo ou as temperaturas não forem perfeitas, recomendamos ainda assim o mergulho... e uma fuga rápida para a zona de balneoterapia do spa.

piscina infinita the oitavos
créditos: MAGG

2. Relaxar na zona de balneoterapia (e contemplar a vista da sauna)

Agora dentro de portas, mais uma piscina de água salgada e aquecida, equipa com jactos para ajudar a descomprimir aqueles músculos tensos e irritados de uma semana de trabalho. Já tínhamos conhecido muitas zonas de balneoterapia, umas mais bonitas do que outras, mas ficámos encantados com a visão relaxante e acolhedora do pinhal e da vegetação rasteira que se tem quando, seja na sauna ou no banho turco, nos sentamos apenas a contemplar. Há privacidade, mas também a sensação de que não estamos confinados num espaço exíguo.

vista sauna the oitavos
créditos: MAGG

E ficámos com muita vontade de voltar a este espaço num dia de frio, para experimentar o quão acolhedor pode ser. Para completar a experiência, é imprescindível deixar o corpo submergir nas bolhinhas do jacuzzi. O usufruto da zona de balneoterapia tem um custo de 25€ por quarto para hóspedes e 40€ por pessoa, por dia, para não hóspedes. Mais informações aqui.

3. Receber uma massagem no spa que muda de cor

A cromoterapia é uma terapia complementar que usa as cores para melhorar o equilíbrio entre o corpo e a mente. Mesmo que seja céptico em relação a estas práticas alternativas, não deixe de passear vagarosamente pelos corredores do spa do The Oitavos, como nós fizemos, e apreciar o silêncio colorido dos corredores, enquanto aguarda que o chamem para o tratamento de eleição.

spa the oitavos
créditos: MAGG

Fizemos o facial boost (85€), um tratamento que "ilumina e hidrata a pele em apenas 30 minutos". Depois da pele limpa e tonificada, recebemos ainda uma massagem de cabeça, pescoço e ombros. O preço do tratamento inclui ainda o acesso ao circuito de balneoterapia, para uma tarde (ou manhã) perfeita, mesmo que não esteja hospedado no hotel.

4. Jantar no Ipsylon

Podemos estar num restaurante mais exclusivo ou no tasco mais humilde que, mais do que a comida, o que marca a diferença são as pessoas. E o Ipsylon, o artístico restaurante do The Oitavos, não é exceção. Mais do que recebidos, fomos mimados pelo chefe de sala, Ricardo Silva, pelo sommelier, Luís Ribeiro, e pela restante equipa. Deixámos as escolhas nas mãos dos dois e não nos arrependemos (só mesmo quando a refeição terminou).

Depois de um gin tónico Sharish, começámos por polvo na plancha, batata saloia, manteiga de alho (16€), que estava tenro e com os tentáculos ligeiramente crocantes. Acompanhámos com a primeira escolha de Luís Ribeiro, um Esporão Reserva Branco. Ainda nas entradas, um clássico, o recheio de sapateira e tostas (16€) com a quantidade certa de carne do crustáceo, doce e com um toque de acidez. O vinho eleito pelo sommelier do The Oitavos foi um surpreendente Ninfa Sauvignon Blanc.

Luís Ribeiro é dos sommeliers mais apaixonados com que nos cruzámos. Vive e respira vinho, gosta de partilhar os seus conhecimentos e conduz-nos pelo raciocínio que o fez escolher determinado pairing. E há uma generosidade enorme nesta partilha, nesta proximidade, num segmento cada vez mais estandardizado e que cria uma distância quase higienizada entre os clientes e os colaboradores.

Provámos um arroz de garoupa (75€), que estava malandrinho, como se quer, com pedaços alvos e tenros do peixe pescado na nossa costa. Acompanhámos com Duas Quintas Reserva Branco, mais uma escolha surpreendente. Antes da sobremesa, terminámos de forma gloriosa, com um Bife do lombo "Rossini" e puré de batata (38€), um naco escandalosamente tenro, com um luxuoso chapéu de foie gras, acompanhado de um Callabriga Douro Tinto.

lombo rossini
créditos: MAGG

Terminámos a refeição com crème brûlée de baunilha, gelado de caramelo salgado (9€), um clássico que não desiludiu, e Biscuit de avelã, creme e ganache montée de chocolate de leite (10€), o único elemento desta refeição que achamos que pode ser melhorado (trocando o chocolate de leite por algo mais amargo, para criar contraste). O que não desiludiu foi o pairing, um Solar de Serrade Alvarinho Colheita Tardia.

creme brulee
créditos: MAGG

5. Almoçar no Verbasco

Se for praticante de golfe, depois de uma manhã a tentar melhorar o seu handicap, vai ter de retemperar energias no restaurante que serve de club house e cuja esplanada tem uma vista incrível sobre o mar. De golfe não percebemos nada, mas com comida até nos safamos. E aprovámos a tempura de bacalhau com aioli (16€), que estava crocante, saborosa e com uma quantidade generosa do fiel amigo. Já não podemos dizer o mesmo sobre o peixe do dia com arroz de lingueirão (32€). O peixe estava bem confeccionado, mas o arroz sabia demasiado a tomate cru, denunciando que não foi suficientemente apurado. Terminámos com uma deliciosa mousse de chocolate à colher (6€), salpicada com flor de sal para aquele contraste maravilhoso.

6. Tomar um banho de espuma a olhar para o Atlântico

Espaço é a palavra que nos vem à mente quando pensamos no quarto em que dormimos no The Oitavos. Em tons de azul, o espaço não tem paredes até ao teto a dividir o quarto da sala e da casa de banho. Há uma divisão entre a zona do banho e a sala, mas não choca visualmente e permite que se circule de forma fluida pelo quarto. Adorámos o tamanho da cama, os espelhos na cabeceira, o sofá incrivelmente confortável e a varanda com vista para o mar. Mas a rainha dos quartos é a banheira colada à janela panorâmica, e que permite estar a desfrutar de um banho de espuma enquanto se contempla o Atlântico.

banheira the oitavos
créditos: MAGG

E porque há pequenos pormenores que fazem toda a diferença, temos de elogiar o facto de o secador de cabelo vir equipado com difusor (acessório tantas vezes negligenciado em equipamentos de hotel). Só temos uma falha a apontar: a ausência de uma chaleira eléctrica (apesar de haver máquina de café de cápsulas).

7. Comer waffles ao pequeno-almoço

Somos, cada vez mais, fãs de um pequeno-almoço híbrido. Uma seleção apresentada em buffet, outra parte (geralmente ovos, panquecas e outros pratos quentes) à carta. Experimentámos os waffles, que eram super leves, com exterior estaladiço e interior suave e fofo. Os ovos mexidos estavam cremosos, cozinhados na perfeição, e eram perceptíveis pequenas fitas de clara e de gema, sinónimo de que os ovos não foram batidos até à exaustão antes de serem cozinhados. Que é como se deve fazer.

pequeno almoço the oitavos

Adorámos a incrível seleção de frutas e também a variedade de queijos. Só tivemos pena de não ver um exemplar que fosse de pastelaria portuguesa, nem sequer um singelo pastel de nata ou umas queijadas de Sintra. Fica o desejo para uma próxima visita.

Veja fotos do The Oitavos

De acordo com simulação feita no site do The Oitavos para o fim-de-semana de 1 e 2 de julho, uma noite para duas pessoas, em tipologia superior loft, com pequeno-almoço incluído, começa nos 331€ (tarifas e taxas incluídas).

*A MAGG visitou o The Oitavos a convite do hotel

The Oitavos

Localização: Rua de Oitavos, Quinta da Marinha, 2750-374 Cascais
Reservas: +351 214 829 050/ reservations@theoitavos.com
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