São os filmes que os prémios ignoram, que a crítica desvaloriza e que, por vezes, temos receio de admitir que vimos. São aqueles que servem como conforto bom nos dias maus, que nos permitem desligar o cérebro depois de muito trabalho e que, porque não há que ter receio de o admitir, também nos fazem falta quando não queremos ver nada de muito complexo ou erudito.

Geralmente, são aqueles que, se nos esforçarmos para tal, nos tornamos capazes de esmiuçar ao detalhe, detetando pequenas incongruências, interpretações fracas ou situações absolutamente inverosímeis que fariam qualquer crítico de cinema revirar os olhos e levar as mãos à cabeça.

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Se ignorarmos tudo isso, e é esse o exercício que propomos, o resultado é uma sessão de entretenimento despretensiosa e divertida que a vida não é para ser levada tão a sério. Por isso, fomos vasculhar o catálogo da Netflix à procura de alguns filmes que, de uma forma ou de outra, têm uma ou várias das características que enumerámos.

É o caso de "A Última Carta de Amor" cuja história é pouco surpreendente, cai sistematicamente nos clichés habituais do género e é pouco rigorosa até porque, apesar do título, nunca a última carta de amor é, de facto, a última. Pondo o nosso mau génio de lado, não nos arrependemos das quase duas horas de história que vimos do início ao fim. Mas esta é só uma das nossas sugestões.

Também pode ver "Ficas Comigo" que junta intriga, sexo, traição e #dramas. Tudo o faz destes filmes maus, bons.

Da comédia ao drama, mostramos-lhe 6 filmes da Netflix que são tão maus que acabam por ser bons.

"Mudança Mortal"

Ao misturar o género do thriller com o de terror, "Mudança Mortal" conta a história de um jovem casal que tenta, a todo o custo, salvar uma relação que está há vários meses por um fio. Uma das soluções que os dois decidem tomar, percebemos logo ao início, passa por começar do zero — mudando-se para outro lugar onde ninguém os conheça.

Claro que, por se tratar de um filme, nada é assim tão fácil quanto parece. De repente, a mudança ganha contornes esquisitos com a casa que escolheram para viver a estar envolta num enorme mistério que promete pôr à prova uma relação já de si frágil.

O filme assusta pouco, tem interpretações medianas e a escrita não surpreende. Mas garantimos que vai ficar vidrado no ecrã do início ao fim.

"Não Podes Fugir do Amor"

Protagonizado por Christina Milian, ex-estrela pop com discos lançados entre 2001 e 2015, "Não Podes Fugir do Amor" tem todos os ingredientes necessários para um serão bem passado em frente ao ecrã.

Não é dos filmes que alguma vez verá a ganhar um Óscar, mas também não é isso que esperamos deles a não ser que nos entretenham. Às vezes, só isso basta.

Nesta produção, estreada este ano, a história foca-se na figura de uma cantora que, ainda a recuperar de um enorme desgosto amoroso e da falta de sorte que tem tido na indústria da música, se vê obrigada a aceitar um trabalho num resort de luxo. O que esta mulher não esperava, no entanto, é que fosse trabalhar para o mesmo sítio onde o seu ex-noivo, aquele de quem se separou, se vai casar com a nova parceira.

Tenso, certo? E ainda só leu a sinopse.

"Amor e Uma Estalagem"

Igualmente protagonizado por Christina Milian, este é de 2019 e também tem o amor como foco principal. Nesta história, a atriz dá corpo a uma empresária de São Francisco, nos EUA, que decide mudar-se para a Nova Zelândia depois de ficar na posse de uma casa nova no meio do campo.

Habituada ao ritmo frenético da cidade, a mudança tem como objetivo renovar casa, de características rústicas, com a ajuda de um empreiteiro bem parecido, carismático e interessante.

De repente, a mudança de casa ganha outras proporções — sempre mais românticas.

"Never Back Down"

Também neste, não espere a resposta para o sentido da vida que não é disso que se trata. O que encontra é uma série de tipos que usam como desculpa as suas frustrações várias para andarem à porrada em tudo o que é corredor da escola, ginásio ou campeonato de artes marciais.

A história de "Never Back Down" é simples. Um tipo, farto de trocar de casa com a família e de ver o nome do pai enxovalhado em praça pública, decide inscrever-se em aulas de kick boxing quando começa a perceber que nem na nova escola consegue evitar andar à pancada.

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A escrita é má, os atores assim-assim e não há nada de muito surpreendente neste conjunto. Mas assim que o começar, vai querer vê-lo até ao fim. É inevitável.

Ah, e já agora, o segundo filme também está disponível no catálogo da Netflix.

"Ficas Comigo"

Aqui há intriga, sexo, amor, traição e #dramas. Só isso, arriscamos dizer, torna obrigatória a inclusão de "Ficas Comigo" nesta lista.

Ora leia esta espécie e sinopse e veja se não é capaz de imaginar exatamente o tipo de história que lhe espera: depois de uma noite de sexo casual e consentido, Holly vê-se a desenvolver uma intensa e perigosa obsessão por Tyler, com quem passou a noite. De repente, aquela noite dá lugar a uma relação doentia, com a jovem a mudar-se para a escola de Tyler com objetivo de manter a relação — que, à exceção do sexo, nunca existiu — viva.

Agora que leu, tem ou não os ingredientes todos para ser um drama máximo? Não interessa se tem boa qualidade ou não. Vai querer vê-lo, independentemente disso.

"A Última Carta de Amor"

Todas as cartas de amor são ridículas, já dizia o outro. Fernando Pessoa, vá, que o respeitinho é muito bonito. Mas talvez tivesse razão.

Este filme, intitulado "A Última Carta de Amor", é talvez a expressão máxima dessa ideia — até porque, percebemos logo ao início, nunca a última carta de amor é, de facto, a última. Haja rigor, senhores. A história acompanha a vida de uma repórter de investigação que ao encontrar cartas de amor trocadas em meados de 1965, decide esmiuçar aquele que foi o mistério de um dos casos amorosos que nunca ninguém descobriu como sucedeu.

Pelo caminho, e para surpresa de absolutamente ninguém, a jornalista vê-se a braços com os dilemas da sua relação com o companheiro. Nada previsível e, ainda assim, não nos queixámos das quase duas horas em que nos sentámos à frente do ecrã para o ver.

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