Quando frases como "vou deixá-la tão apanhada que até vai implorar" ou "dorme com ela e depois abandona-a" estão no centro de uma aposta adolescente, já sabemos que vem aí drama intenso. "Relações Perigosas", o novo filme que se estreou esta sexta-feira, 8 de julho, na Netflix, é uma espécie de "After" versão francesa, que nasceu a partir do romance homónimo de Pierre Choderlos de Laclos, publicado em 1782.
Leu bem. 1782. Mas não se preocupe, porque neste "Relações Perigosas" versão Netflix o Instagram é a estrela da festa e os dramas mesquinhos têm tanto de reais como de atuais. Neste universo fictício, fala-se a língua do amor (vulgo, francês), mas só depois de se desmarcar de apostas indecentes é que o romance vem à tona. É um processo custoso? É. Mas a temperatura aumenta (e roça assim a sensação térmica desta semana) sempre que o casal protagonista entra em cena.
Célène (Paola Locatelli) tem 17 anos, acredita no amor de novela e, talvez por isso, vive mais offline do que online, emaranhada nos livros que devora diariamente. Está noiva, mas vê-se obrigada a trocar Paris por Biarritz e, às tantas, entra numa escola que compete facilmente com "Elite" ou "Gossip Girl" no que diz respeito a egos com dimensões catastróficas.
Célène acredita piamente que vai casar com Pierre, que ficou em Paris, mas o cenário idílico desmorona-se assim que cruza olhares com Tristan (Simon Rérolle), "um famoso surfista que é tão perigoso quanto sedutor", e que domina o liceu ao lado de Vanessa (Ella Pellegrini), "uma antiga grande estrela do cinema e rainha do Instagram", avança a sinopse.
Este jovem sensação decide olhar para a novata parisiense como "um desafio pessoal" e é aí que o drama começa a fervilhar. O objetivo da aposta? Segundo Vanessa, dormir com Célène "e depois abandoná-la". Mas nem tudo é assim tão linear.
Nesta produção da plataforma de streaming, de Rachel Suissa, há lágrimas, beijos e discussões. E depois de marinada em sentimentos ao longo de 1h49, esta aposta revela-se um verdadeiro presente envenenado (ou apaixonado, depende do ponto de vista).