Há feiticeiros, monstros, demónios e até criaturas mágicas. A verdade é que a panóplia de figuras místicas é vasta e no universo fantástico de "Harry Potter" há um pouco de tudo, incluindo falta de representatividade racial e de genéro. Mas isso está prestes a mudar e já há cineastas norte-americanos dispostos a trabalhar para resolver o problema.
A ausência de diferentes identidades de género, etnias e até orientações sexuais tem vindo a ser notada pelos fãs da saga. E, com este pretexto, já há cineastas nos Estados Unidos dispostos a reinventar a história de "Harry Potter", tal e qual como a conhecemos.
Desta vez, a premissa é simples: todos os géneros podem fazer o casting, contudo para alguns papéis é mesmo obrigatório ser "não branco", como para interpretar Sirius Black ou o futuro protagonista da adaptação, ainda a definir. Mas as novidades não ficam por aqui. Já lá vamos
"O propósito é refletir a diversidade que há dentro da comunidade de fãs nas personagens que eles tanto amam, introduzindo pessoas de cor, histórias queer e personagens com diferentes religiões", sublinhou a responsável pelo projeto e estrela de TikTok Megan Mckelli, ao jornal "Daily Mail".
Recorde-se de que J.K. Rowling, autora de "Harry Potter", esteve na mira dos críticos quando disse que o título de mulher deve ser apenas atribuído a “pessoas que menstruam” e a decisão de avançar com esta nova adaptação da saga surge na sequência de a comunidade LGBTQI+ alegar que a escritora teceu comentários anti-trans.
E o incidente foi além das acusações. Já que as competições de quidditch, jogo mágico criado pela autora de "Harry Potter", J.K. Rowling, que catapultou para fora do ecrã e foi transportado para os relvados, vão mesmo mudar de nome na sequência dos alegados comentários transfóbicos.
“As ligas esperam poder alterar o seu nome para se continuarem a distanciar dos trabalhos de J.K. Rowling, que tem estado continuamente sob escrutínio pelas suas posições anti-trans nos últimos anos”, remata Maru Kimball, diretora-executiva da US Quidditch, em declarações à BBC.
Até à data, ainda não é claro que J.K. Rowling tenha aceitado os novos planos para a saga, mas os produtores estão dispostos a enfrentar uma luta judicial com a escritora.
Harry não será protagonista e há novas personagens transgénero ou não binárias
A nova produção revela-se sigilosa, mas já são públicas algumas novidades da nova produção. Uma coisa é certa: Harry não será o protagonista e, idealmente, o papel principal, anteriormente desempenhado pelo ator Daniel Radcliffe, será desempenhado por um ator "não branco".
A mãe de deverá ser uma mulher trans ou não binária e o papel do pai de Harry Potter, James Potter, deverá ser entregue a um ator não caucasiano, neste caso, segundo declarações oficiais, "asiático, negro, afro-descendente, com ambiguidade étnica, multirracial, latino, hispânico, do Médio Oriente, do sul asiático, indiano ou ilhas do Pacifico".
No entanto, para Remus Lupin, por exemplo, ainda não é pedida nenhuma característica específica.
Os cineastas pretendem que esta nova versão dos filmes, a ser transmitida como websérie, comece a ser gravada no início do verão deste ano. Porém, ainda não há qualquer informação relativa á data de estreia.
Neste momento, e enquanto esperam uma resposta de Rowling, os cineastas já têm em campo uma agente, Hannah Schill, para os ajudar a recrutar um novo elenco.