Se juntássemos "Jogos sem Fronteiras" com uma sitcom hilariante, nascia "Taskmaster", o novo programa de sábado à noite da RTP1, que a produção admite ser o produto mais "silly" (em português, tolo) alguma vez produzido pelo canal público, mas também o mais divertido de sempre.
Na teoria, trata-se de uma adaptação do formato britânico com o mesmo nome, apresentado pelo humorista Greg Davies e pelo também comediante Alex Horne. Na prática, é a concretização de um sonho de dois fãs loucos pelo conceito, que garantem não ter medo do ridículo: Vasco Palmeirim e Nuno Markl.
Inês Aires Pereira, Toy, Jessica Athayde e Gilmário Vemba serão as vítimas (leu bem, depois perceberá porquê) fixas deste novo programa da RTP1, que vai marcar presença na grelha da RTP1, todos os sábados, às 22 horas. E porquê este elenco? Vasco Palmeirim diz que é simples: "têm comédia lá dentro".
Imagine o seguinte cenário: cinco figuras públicas entram numa mansão de luxo e, semana após semana, são desafiadas a protagonizar provas (físicas) inusitadas. A partir do momento em que aceitam participar no "Taskmaster", não têm outra opção senão cumprir todos os jogos, encomendados por Vasco Palmeirim, independentemente do que lhes apareça à frente. Sempre com Nuno Markl no terreno, para garantir que não fazem batota ou quebram as regras.
Cada famoso enfrenta os desafios às cegas, sem qualquer acesso à prova dos restantes concorrentes, absolutamente proibidos de estabelecer contacto entre si. Só depois de todas as provas serem concluídas com sucesso, é que o elenco se reúne e assiste à prestação de cada um, para que Vasco Palmeirim, o taskmaster ou "patrão" do jogo em Portugal, consiga eleger um vencedor.
Será esta a dinâmica dos oito episódios da primeira e, até à data, única temporada — com cerca de 90 minutos cada. O primeiro episódio? Será protagonizado por patos, patos e mais patos. É tudo o que podemos dizer.
"Vão sentir vergonha alheia"
O que pode esperar? "Um programa com uma componente de humor muito forte", garante José Fragoso, diretor de programas da RTP1. "Conseguida muito à custa dos convidados do programa", acrescenta. E a MAGG confirma. Entre os palavrões de Inês Aires Pereira, a performance física de Toy, as piadas de Gilmário Vemba e as descargas de raiva de Jessica Athayde, podemos garantir: é de ir às lágrimas.
"Vão sentir vergonha alheia", explica Jessica Athayde, enquanto Inês Aires Pereira pede encarecidamente a Markl que explique que os concorrentes "não são burros" e que "tudo parece mais fácil em casa".
Mas, atenção, estes não serão os únicos concorrentes. Há uma quinta cadeira vazia, que será preenchida por um famoso diferente todas as semanas. Ainda sem qualquer confirmação de uma segunda temporada, sabe-se que, pelo menos, Fernando Mendes, António Zambujo, Pedro Tochas, Carla Andrino, Inês Castel-Branco, Rita Salema, Jorge Mourato serão convidados especiais da temporada de estreia.
"Quero muito fazer isto e tem de ser com o Markl"
Com o cenário do "Preço Certo" como palco, totalmente renovado, o novo programa da RTP1 marca a estreia de Vasco Palmeirim e Nuno Markl enquanto dupla televisiva. E, à imprensa, Vasco garante o programa só resulta "tão bem" porque tem Markl como braço direito.
"É um programa que eu e o Markl queríamos fazer há muito, muito tempo. Acho que já há cerca de quatro ou cinco anos. Tanto melgámos a RTP, que a RTP e a Freemantle se juntaram para nos dar este presente", começa por dizer Vasco Palmeirim. "A dinâmica é muito fácil: basicamente eu sou o patrão dele [Markl]. Sou eu que idealizo as provas e ele é o meu braço direito, juiz e árbitro. É muito fácil trabalhar com o Nuno, e já o faço desde 2009", diz.
"Escrever com o Nuno é saber o que ele está a pensar; e é ele saber o que eu estou a pensar. A nossa confiança um no outro é tal que eu já consigo escrever para ele e ele para mim", explica, com a ressalva de que, desde o início, sempre disse que só fazia sentido conduzir o programa com Markl, colega de profissão e padrinho do filho.
"Quem vê o programa britânico percebe que há uma grande química entre Greg Davies e Alex Horne. Não faria sentido que isto fosse o meu primeiro trabalho com alguém e que eu estivesse a conhecer aquela pessoa ali. Porque [a química] tinha de ser trabalhada. Por isso o que eu disse à RTP foi: 'quero muito fazer isto e tem de ser com o Markl'. Não só porque ele tem muita graça, mas porque não temos qualquer constrangimento um com o outro. E isso é fundamental", conta. "De facto, olhando para isto, só podia ser com ele. Não podia ser com outra pessoa".
"Não vou tratar assim o Markl"
À imprensa, o taskmaster português garante que a dupla teve espaço criativo para escrever o guião do programa, mas não liberdade para criar novos desafios. "Nós pensámos logo nas provas que queríamos fazer, mas o que nos disseram foi que o formato é fechado", diz, e que, por isso, o melhor seria mesmo "fazer provas que comprovadamente correm bem e que são fáceis de perceber", explica. Ainda assim, nem tudo é igual ao formato original.
"Aquilo que nós queríamos era que a essência do inglês lá estivesse, mas fazendo obviamente à nossa maneira. Temos um programa muito diferente. O taskmaster inglês [Greg Davies] trata muito pior o pequenito Alex Horne e eu disse logo: não vou tratar assim o Markl".
Porque é que Vasco é o taskmaster e Markl o braço direito? Vasco Palmeirim explica: "em termos de humor, é muito mais engraçado, principalmente em provas muito físicas, estar lá o Markl do que estar eu. É muito mais engraçado uma Inês Aires Pereira, grávida, pedir ajuda ao Markl do que a mim. Por isso, tendo em conta o trabalho de campo que o braço direito tem de fazer, fazia todo o sentido que fosse o Markl. Pelo lado da comédia e até pela rapidez de resposta que tem".
"Acho engraçado que o mais pequenino [eu] esteja num cadeirão muito muito grande e o maior esteja ali numa cadeira em que parece que está sentado num penico. Palavras do próprio", acrescenta. E Markl concorda. Diz que o cadeirão até é "bastante confortável, apesar de ridículo" e "bastante humilhante", mas remata: "com a humilhação eu posso bem".
Markl será a figura de autoridade presente nas provas e, por isso, chegou mesmo a 'sofrer' com algumas ideias dos concorrentes. "O que já não tem tanta piada — quer dizer, para o espectador vai ter —, é quando eles usam o meu corpo para determinados fins das suas provas", diz, em tom de brincadeira. "Fisicamente foi muito intenso (...) mas foi muito divertido".
Em entrevista, o animador da Rádio Comercial e autor do programa "O Homem que Mordeu o Cão" (que completa 25 anos em outubro deste ano), diz que "Taskmaster" prima pela imprevisibilidade e surpreende muito até pela imagem que já temos de cada um dos concorrentes.
"Há muito aquela curiosidade antes de acontecer. Pensamos: como é que aquela personalidade vai realizar aquela prova? E muitas vezes o que acontece é que as pessoas têm uma ideia de como é que o Toy, o Gilmário, a Inês ou a Jessica resolveriam uma coisa e aquilo vai por caminhos muito inesperados, até para eles próprios", diz.
Mesmo grávida, Inês Aires Pereira não pensou duas vezes antes de aceitar o convite
"TaskMaster", o novo programa da RTP1, que estreia já a 19 de março, assume-se como um formato para toda a família e Inês Aires Pereira já admitiu que vai pôr o namorado e a filha a assistirem ao formato. Mas deixa no ar aquele que seria o seu desejo: "gostava de ver a estreia do episódio já com o bichinho na mama", diz.
A atriz de 32 anos, atualmente grávida de nove meses, garante que a gravidez "já está no termo" e que "a partir de agora pode ser a qualquer momento". Mas garante que a gravidez não foi um entrave à participação no programa. "Expliquei à minha médica e ela disse-me: 'tu é que sabes os limites do teu corpo'", diz, acrescentando que, à data das gravações, já estava no segundo trimestre.
"E ainda bem que aceitei fazer. Diverti-me muito. Foi muito tranquilo", conta. "Mas estava com muito medo de parecer burra", admite, com a ressalva de que a pressão influencia muito a performance do concorrente. "Em casa é muito mais fácil".
"Aquilo está tão engraçado, porque acho que somos todos pessoas que não se levam muito a sério, que não têm medo do ridículo e que só querem brincar", diz.
Em entrevista, a atriz garante que foi genuína e que recorreu ao "vernáculo nortenho", com muitos palavrões à mistura. "Há muitos 'pis'", diz, sendo que até houve alturas em que teve de repetir certas cenas.
Já no que ao futuro diz respeito, Inês Aires Pereira garante que aceitaria entrar numa eventual segunda temporada sem pensar duas vezes. "Aceitaria. Espero que seja um sucesso. Tem tudo para ser um sucesso e que venham muitas temporadas".