A onda de entusiasmo é palpável em relação a "Toda a Luz que Não Podemos Ver". Esta minissérie é a mais recente aposta da Netflix, tendo chegado ao catálogo da plataforma esta quinta-feira, 2 de novembro – e desde a sua estreia que não se fala de outra coisa, tendo até conquistado a liderança do top diário do serviço de streaming em 67 países, incluindo Portugal.
A que é que se deve tamanho sucesso? Bem, em primeiro lugar, este novo projeto é uma adaptação do romance homónimo de Anthony Doerr – que foi, nada mais nada menos, do que o vencedor de um prémio Pulitzer. A par disto, a realização está aos comandos de Shawn Levy, conhecido pelo seu trabalho em "Stranger Things", uma das séries mais vistas e aclamadas da mesma plataforma.
Mas o sucesso não fica garantido só pela ficha técnica, digamos. O enredo também foi um dos fatores que chamou a atenção dos fãs, já que casa uma componente histórica, assente no contexto da invasão de Paris, onde a série se desenrola, pela Alemanha Nazi, com várias cenas dramáticas (e para lá de emocionantes).
A narrativa acompanha Marie-Laure LeBlanc, interpretada pela atriz Aria Mia Loberti, que é um dos grandes destaques da série. Não dizemos isto apenas por ser a protagonista do projeto, mas porque o é sem qualquer tipo de formação ou experiência na representação, tendo sido escolhida entre milhares de candidatos por ter algo em comum com a personagem: o facto de ser cega.
Contudo, a recém-atriz não descura o facto de sempre ter desejado ser artista, algo que fica patente num artigo publicado na "Vanity Fair", no qual confessa que esse era um sonho que pensava não ser concretizável. "Nunca me passou pela cabeça que isso fosse uma opção por causa de quem eu sou. Quando fazes parte de um grupo marginalizado, percebes que existe uma hegemonia e poder do qual não fazes parte", disse à mesma publicação.
Mas, voltando ao enredo, este centra-se nesta rapariga francesa cega, que se refugia na casa do seu tio, em Saint-Malo, depois do ataque à capital francesa, com o seu pai, interpretado por Mark Ruffalo, escondendo uma preciosidade: um diamante lendário que não pode, em quaisquer circunstâncias, cair nas mãos erradas (ou, trocado por miúdos, ficar sob a posse da Gestapo, a polícia secreta oficial da Alemanha Nazi).
E como em qualquer romance que se preze, não pode faltar uma história de amor arrebatador. É por isso que, neste processo, Marie-Laure conhece Werner Pfennig (Louis Hofmann), um brilhante jovem alemão alistado pelo regime de Hitler para rastrear transmissões ilegais. As suas vidas acabam por se cruzar devido ao amor que ambos sentem por um programa radiofónico.
Por isso, os quatro episódios por que "Toda a Luz que Não Podemos Ver" é composta vão entrelaçar as vidas de Marie-Laure e Werner ao longo de uma década, "contando uma história sobre o poder extraordinário das ligações humanas". "Um farol capaz de nos orientar mesmo quando tudo parece perdido", conclui a Netflix.