A 91.ª cerimónia de entrega dos Óscares ainda está longe de acontecer mas, e como não podia deixar de ser, já há uma nova polémica a alimentar os utilizadores das redes sociais. Desta vez, a vítima é Kevin Hart, ator e comediante que, esta quarta-feira, 5 de dezembro, foi confirmado como o próximo apresentador da cerimónia e o sucessor de Jimmy Kimmel, que conduziu duas galas seguidas — em 2016 e 2017.
Tudo começou quando Kevin Hart confirmou, através da sua página de Twitter, que seria o próximo apresentador, e referiu ser a "oportunidade de uma vida e um privilégio enorme poder fazer parte da lista de apresentadores que deram luz àquele palco." Porém, não demorou muito até que as críticas começassem a surgir.
Tudo começou quando um utilizador escreveu na sua página de Twitter que não percebia a escolha da academia, tendo em conta o público que assistia às galas.
"Tendo em conta que os fãs dos Óscares são mulheres e homens gays, é impressionante como é que a academia foi capaz de contratar um gajo que bateu na ex-mulher, traiu a atual quando estava grávida do filho e ainda disse que um dos seus maiores medos era que o filho fosse gay."
A publicação, que foi partilhada várias vezes na rede social e que deu origem a uma peça no jornal "The Guardian" sobre as decisões questionáveis de Kevin Hart até agora, fazia referência a três acontecimentos chave na vida do artista. É que em 2017, no livro "I Can't Make This Up: Life Lessons", o ator revelou, numa espécie de auto-reflexão, que agrediu várias vezes a ex-mulher e que só decidiu que tinha de mudar de atitude quando se apercebeu do mal que estava a fazer a si e a ela.
"Estou mesmo a lutar e a levantar as minhas mãos como se ela fosse um homem? Tenho mesmo as minhas mãos levantadas, não para me defender, mas para ripostar. Estou à espera que ela me dê um soco para o devolver com o dobro da força", escreveu.
Apesar de o casamento não ter dado certo, Hart parecia ter encontrado o amor verdadeiro junto de Eniko Parrish, com quem vive atualmente. Mas nem isso correu bem: é que enquanto a mulher estava grávida de oito meses do filho, o comediante traiu-a e admitiu o caso de infidelidade que, apesar de ter sido perdoado, continua a ser um dos aspetos mais comentados da vida do ator.
Mas a verdadeira polémica, e o que está a gerar as maiores críticas por parte dos fãs da cerimónia, aconteceu com um bit que o humorista fez num dos seus espetáculos — onde falou de um dos seus filhos (de três, no total), da relação que queria ter com ele no futuro, e do medo que sentia de um dia ele chegar a casa e assumir-se homossexual.
"Um dos meus maiores receios é que o meu filho seja gay. É só um receio, mas não sou homofóbico. Sejam felizes e façam o que quiserem. Mas eu, enquanto homem heterossexual, vou fazer de tudo o que estiver ao meu alcance para impedir que o meu filho seja gay", revelou.
Ao longo da performance, o humorista foi recordando alguns dos momentos que protagonizava com o filho e onde lhe disse variadas vezes para parar com certos comportamentos por serem "demasiado gays". Apesar de o espetáculo de stand-up ter acontecido em 2010, são várias as pessoas que estão a recordar a atuação de Kevin Hart como forma de protesto contra a decisão da academia.
À revista "Rolling Stone", em 2015, o ator admitiu que nunca mais iria fazer a mesma piada outra vez mas defendeu-a e revelou que o foco da mesma era, não atacar ou ridicularizar a comunidade LGBT, mas sim realçar as suas próprias inseguranças enquanto pai.
A escolha de Kevin Hart para apresentar a 91.ª cerimónia dos Óscares, que vai acontecer a 24 de fevereiro, é já um dos temas mais comentados do Twitter e são muitas as dúvidas quanto ao desempenho do humorista que, até agora, ainda só apresentou cerimónias como os BET Awards, os MTV Video Music Awards e os MTV Music Awards.