Para Spike Lee, a 91.ª gala da Cerimónia dos Óscares será inesquecível. Após ter sido nomeado em 1990 para Melhor Argumento Original com "Do the Right Thing" e em 1998 para Melhor Documentário com "4 Little Girls", o realizador norte-americano, que tinha já vencido um Óscar honorário em 2016 , venceu pela primeira vez um Óscar não honorário na categoria de Melhor Argumento Adaptado com o filme "BlacKkKlansman".
Nomeado também para as categorias de Melhor Realizador e Melhor Filme pela primeira vez em toda a sua carreira, Spike Lee não ficou contente por ter pedido o Óscar de Melhor Filme para "Green Book - Um Guia para a Vida", o inesperado vencedor da noite.
De acordo com o site "Deadline", logo após o anúncio do filme vencedor, o realizador levantou-se e dirigiu-se até à saída do Dolby Theatre. Após uma intensa conversa com o também realizador Jordan Peele, Lee regressou à plateia, ficando de pé no corredor com as costas voltadas para o palco.
No vídeo de entrega do Óscar de Melhor Filme é possível ver Spike Lee — que estava vestido de roxo em homenagem ao cantor Prince — de pé e de costas para o palco entre os segundos 00:30 e 00:35.
Na conferência de imprensa após a cerimónia, o realizador foi questionado sobre o seu mau perder e respondeu com piada, recorrendo ao seu já conhecido fascínio pelo basquetebol. "Eu achei que estava no [Madison Square] Garden [campo da equipa New York Knick]. O árbitro decidiu mal". Visivelmente animado – com um copo de champanhe na mão e o Óscar na outra, Spike Lee falou ainda sobre o filme "Do the Right Thing", que lhe valeu a sua primeira nomeação para os Óscares .
"Sempre que alguém conduz alguém, eu perco",disse Lee numa clara referência a "Miss Daisy" o filme que venceu a categoria de "Melhor Filme" em 1990. "Mas desta vez, [as personagens] trocaram de lugares" acrescentou o realizador. No entanto, Spike Lee reconheceu que houve uma evolução após 29 anos de cerimónia. "Em 1989 não fomos nomeados para Melhor Filme, mas desta vez fomos."