E se pudesse ver cerca de 55 horas de arquivo das gravações esquecidas do disco "Let It Be", dos Beatles, em movimento? É isso que está nos planos de Peter Jackson, o realizador que trouxe "O Senhor dos Anéis" e "O Hobbit" ao cinema e que, recentemente, realizou "They Shall Not Grow Old" — um documentário sobre a Primeira Guerra Mundial com base apenas em fotografias e computadores para lhes dar movimento.
Além de mostrar como foram as gravações do disco, lançado em 1970, este novo documentário vai também acompanhar o grupo numa altura em que as divergências artísticas e os vários conflitos internos no seio da banda ameaçavam o seu sucesso e popularidade.
A nova produção de Peter Jackson será feita em parceria com a Apple, (não a empresa fundada por Steve Jobs, mas a editora dos Beatles), e conta com a aprovação de Paul McCartney, Ringo Starr, Yoko Ono e Olivia Harrison — viúva de George Harrison, guitarrista e um dos compositores mais importantes da banda de Liverpool.
Ao jornal britânico "The Guardian", o realizador revelou que este projeto será "como uma espécie de máquina do tempo capaz de nos transportar de volta para 1969, onde poderemos ver quatro grandes amigos fazer boa música em conjunto."
Mas apesar de o arquivo ser composto por várias gravações em vídeo, há também muitas fotografias que farão parte do documentário e que serão alvo do mesmo tipo de técnicas de manipulação utilizadas em "They Shall Not Grow Old" — em que, através de computadores e de tecnologia avançada, serão transformadas em frames como se de um filme se tratasse.
À mesma publicação, Jackson adiantou que há material inédito que nunca foi mostrado e que fará parte do seu filme. É o caso dos 18 meses anteriores à separação definitiva da banda.
"É uma tesouro histórico que está ali [em arquivo], e sinto-me muito honrado pela disponibilização de todas estas imagens. Fazer este projeto vai ser uma alegria enorme." Apesar disso, o realizador não quis, para já, adiantar o título da sua nova produção ou uma possível data de estreia.