As cores usadas para pintar as usas escondem traços de personalidade que podem ser desvendados e analisados. Quem o diz é Alexandre Monteiro, palestrante e autor de livros sobre análise comportamental, que acaba de lançar o seu mais recente trabalho, "Torne-se Num Decifrador de Pessoas" (editado pela Planeta e à venda por 15,90€). As cores mais claras e coloridas, revelam uma pessoa mais social e emotiva, enquanto quem usa cores mais escuras transmite um pragmatismo assertivo.

Quem use unhas pintadas de vermelho, no entanto, pode revelar uma personalidade mais tradicional e de extroversão controlada. Quem as tenha sempre roídas, pelo contrário, pode ser uma pessoa mais ansiosa ou perfecionista.

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Estas são só algumas dicas que o autor descreve no seu livro e que, segundo conta, são exercícios simples de realizar no dia a dia para começar a decifrar o que escondem alguns dos comportamentos que adotamos, quase sempre de forma inconsciente, nas relações interpessoais que estabelecemos.

Sabia, por exemplo, que há uma técnica muito simples para perceber se aquilo que alguém lhe diz é, de facto, genuíno? Ou que a forma como cruzamos os braços diz muito daquilo que somos e do que sentimos face a uma determinada situação ou interação?

Folheámos as páginas do novo livro de Alexandre Monteiro e mostramos-lhe as oito dicas mais surpreendentes e interessantes que encontrámos.

Quer perceber se alguém está em stresse? Olhe para as articulações

Segundo Alexandre Monteiro, nas situações de stresse, há uma tendência constante de proteger as articulações, já que são elas "que ligam os ossos do esqueleto aos outros ossos e cartilagens". Quando nos sentimos agitados ou stressados, é frequente tocarmos ou esfregarmos "zonas com uma maior presença de articulações" porque "há libertação de cortisol e adrenalina que geram uma impressão ou dor nas articulações e faz com que a pessoa esfregue ou acaricie o punho, os nós dos dedos, as palmas das mãos, ou os cotovelos", lê-se.

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Se isso acontecer, é sinal de que a pessoa em questão está a passar por um período de stresse. Além disso, considera que as mãos dizem aquilo que, por vezes, o rosto ou as expressões faciais escondem. "Quanto mais próximas as pontas dos dedos estão da palma da mão, maior a tensão negativa. O fechar do punho é um expoente máximo de tensão".

Experimente fazer o teste: pegue numa fotografia em que os retratados estejam sorridentes e tente olhar para as mãos, se visíveis. "Só olhando para as mãos, e sem olhar para a cara, conseguimos ler como é que realmente estas pessoas estão e em que situação é que se encontram emocionalmente", diz.

O gesto de cruzar os braços tem significados diferentes

O simples gesto de cruzar os braços durante uma conversa é, regra geral, associado a posições defensivas ou de rejeição. No entanto, Alexandre Monteiro diz, no seu livro, de que isso nem sempre corresponde à verdade. E ainda que no momento em que uma conversa surja, o cruzar repentino de braços possa transmitir desconforto, se a conversa iniciar quando um dos intervenientes já está de braços cruzados, significa apenas que está numa posição neutra.

Também neste ponto, o autor garante que é importante olhar-se para a posição das mãos. Se, no cruzar de braços, "esconde as mãos, [isso] indica timidez ou introversão", lê-se no livro.

Se as mãos, no entanto, estiveram "a abraçar o tronco, [isso] revela necessidade de proteção". Mas se o polegar estiver visível, já denota poder e confiança.

As unhas escondem informações importantes sobre a pessoa

Outra das formas de ler a pessoa com quem está a falar, é olhar-lhe, discretamente, para as unhas — nomeadamente para a limpeza, a pintura, o corte ou se estão ou não roídas. Se estiverem, Alexandre Monteiro explica que isso "indica necessidade de conforto, nervosismo", ou que a pessoa em que estão é perfecionista, "principalmente aqueles que eliminam as assimetrias e os defeitos na unha".

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A cor das unhas pintadas também revela informação sobre o estado de espírito. "Quanto mais claras e coloridas, mais social e emocional; se mais escuras ou nude, indica mais pragmatismo; se mais brilhantes e com cores garridas, mais extrovertida e gosta de ser o centro da atenção".

Unhas pintadas a vermelho, diz Alexandre Monteiro no seu livro, "revela uma pessoa mais tradicional, de extroversão controlada".

Os toques que revelam o contrário do que se diz

Quer ter a certeza de que aquilo que dizem sobre si é verdadeiro? Veja se, no momento em que o elogiam, estão a tocar em alguma parte do corpo. Confuso? Alexandre Monteiro explica.

"Quando alguém lhe diz que gosta muito de o ver e está a coçar um olho, ou quando lhe dizem que o adoraram ouvir, mas mexem no ouvido, ou que vai ter muito sucesso, mas tapam o nariz, o que lhe está a dizer é exatamente o contrário: não quer ver, ouvir, cheirar ou não lhe agrada".

Estes toques acontecem, regra geral, em momentos de avaliação e contrariam a mensagem verbal que foi feita. Mas também pode acontecer "antes de a pessoa partilhar uma opinião ou fazer uma declaração".

Sabe qual é a resposta mais mentirosa do mundo?

A frase "tudo bem" à pergunta "Está tudo bem?". É comum respondermos desta forma mesmo quando, na realidade, não está tudo bem. E se não estiver, o corpo dá sinais disso mesmo.

"Um deles é a microcomichão do antebraço, podendo também acontecer agarrar o antebraço. Quanto mais alto o agarrar, maior o incómodo".

Este é, segundo o autor, a prova cabal para perceber se alguém está, de facto, bem, ou não.

A importância do contacto visual numa conversa

Outra das dicas de Alexandre Monteiro para que se avalie o grau de respeito entre duas pessoas, passa por identificar o contacto visual. Isto porque, escreve, "tendemos a fazer um maior contacto visual com as pessoas de quem gostamos e concordamos e menor com aquelas de quem não gostamos".

Ao olhar uma pessoa nos olhos durante uma conversa, está, na verdade, "a dizer que se sente bem, é confiante, confiável e competente". Mas, acima de tudo, também indica interesse.

"Um ouvinte atento vai manter o olhar nos olhos e emitir sinais de concordância com o abanar da cabeça no fim das frases". No entanto, o abanar de cabeça constante indica o contrário: tédio.

Abanar as pernas ou os pés indica sinais de ansiedade

Outro indicador que revela ansiedade ou desconforto é o abanar constante de pernas ou pés no chão. Para Monteiro, no entanto, é importante que se analise a frequência com que isso acontece.

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"Se a pessoa o faz com muita frequência e sem razão aparente, indica níveis de ansiedade elevados ou alguém muito nervoso", escreve no livro. No entanto, quando isso acontece de forma esporádica ou após uma pergunta, indica apenas que aquela questão deixou a pessoa nervosa.

Em situação de agressão iminente, olhe para os sinais

Uma das dicas de Alexandre Monteiro para ajudar a perceber se, num conflito intenso, a pessoa que nos confronta tem intenção de partir para a agressão, passa por olhar para a perna dominante.

"Quando queremos atacar [como dar um murro, por exemplo], não mantemos os dois pés à mesma largura. Recuamos o pé dominante para ganhar força para dar o murro. Este é um pré-indicador de violência", escreve.

Se, durante a conversa, a mesma pessoa fechar o punho, o simples facto de o fazer indica "que está pronta para reagir", que está a tentar conter qualquer tensão negativa" ou que vai lutar.