Dos tempos de "Rebolation", em 2009, quando ainda fazia parte do coletivo Parangolé, até "Posturado e Calmo", o grande hit do cantor em 2023 (até ao momento), Léo Santana tem feito ouvir a sua voz não só no Brasil, mas também deste lado do Atlântico.

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Portugueses, compatriotas brasileiros e outras nacionalidades da lusofonia marcaram presença no primeiro dia do festival O Sol da Caparica e cantaram em plenos pulmões e dançaram sem parar os êxitos do cantor baiano de 35 anos, que, como se costuma dizer, deixou tudo em palco.

Antes de atuar no Parque Urbano da Costa da Caparica para 25 mil pessoas, o artista de 35 anos esteve em Guimarães para participar no Brazil Groove Music. Nesta visita a Portugal, o baiano esteve acompanhado da mulher, a bailarina Lore Improta e da filha, Liz, que faz 2 anos no próximo mês de setembro.

Léo Santana com a mulher, Lore Improta e a filha, Liz, no Oceanário de Lisboa
Léo Santana com a mulher, Lore Improta e a filha, Liz, no Oceanário de Lisboa

O Gigante, como é conhecido devido aos seus impressionantes dois metros de altura, conversou com a MAGG antes do concerto. E confirma-se: Léo Santana tem tanto de tamanho como de simpatia.

Esteve com a sua família a passear por Lisboa. Do que é que gostaram mais?
Primeiro da culinária, óbvio (risos)! Gostei do carinho que vocês têm tido comigo e com a minha família. Tenho sido muito bem recebido, desde a chegada no aeroporto até ao local do show. Muita gente na expectativa nas minhas redes sociais, perguntando como é que  eu me estava sentindo em estar aqui. Eu tenho uma história com Portugal de muitos anos, desde a minha liderança na banda Parangolé, desde o "Rebolation". Estar de volta no momento mais especial da minha vida, com canções mais fortes, com um trabalho mais sólido, pai, marido, tem um gostinho mais especial.

Como é que explica esta paixão dos portugueses pela música brasileira?
É bom gosto! Nós temos essa conexão, portugueses e brasileiros. "Zona de Perigo" foi primeiro lugar muito tempo. Claro que falta tirar as dúvidas perante a energia do show da galera aqui de Portugal, hoje, mas acho que não tem segredo. Quando a galera se identifica com o swing, com as letras, com a melodia, acho que é isso. Eu fico feliz por ser um dos artistas que vocês, portugueses, adoram ouvir.

Temos muita imigração oriunda do Brasil, em particular da região de onde é natural, a Baía e, nos anos mais recentes, há uma nova vaga de pessoas que vieram para Portugal. Que histórias é que os seus compatriotas partilham consigo?
Tenho alguns amigos aqui, principalmente da minha comunidade, do subúrbio de Salvador [da Bahia], Boa Vista do Lobato, um lugar periférico, favela, e escolheram vir para cá para tentar a vida e, graças a Deus, estão vivendo super bem.

Agradeço ao povo português por ter recebido mais um brasileiro, especialmente por ser um amigo meu. Ele me conta que, sim, é muito difícil, como em qualquer outro lugar, quando se larga tudo no país de origem e se muda 100%. Ele já não vai há alguns anos ao Brasil, o que é difícil mas, ao mesmo tempo, ele diz 'cara, eu 'tou muito mais feliz aqui em Portugal, em Lisboa, do que no meu próprio país'. Então é sinal de que vem dando certo. Creio que, apesar das dificuldades que alguns brasileiros que imigraram para cá encontraram, tem toda uma positividade, tem conquista.

Também nos alegram a nós, portugueses, que não somos tanto assim.
Ai é? Que bom! Eu fico feliz de saber que, de forma direta ou indireta, que a nossa música os alegra e ajuda a matar a saudade do país. Não só dos brasileiros mas também para os portugueses se divertirem um pouco. Fico feliz e lisonjeado por isso.

Se não fossem as redes sociais, em particular o TikTok, acha que a sua música teria tanto impacto, sobretudo nos últimos anos?
Sim, até porque a gente já vem de há algum tempo. Eu sou da era da rádio e da TV, e soube acompanhar o mercado da internet, do streaming, das plataformas digitais. Glória a Deus por isso (risos)! Eu acho que eu viveria bem, sim, até porque, no sucesso do "Rebolation", do "Tchubirabirom", não existia essa força das redes sociais. Claro que o mundo da música é sempre uma incerteza, a gente nunca sabe o que vai ser sucesso. Mas está muito mais fácil h0je, sendo bem sincero. Faz um vídeo, posta, já tem uma visibilidade. Antigamente era o velho jabá das rádios, era tudo mais... suado. Continua sendo, porém tem mais possibilidades e avanço.

Veja as fotos do concerto de Léo Santana

Fotos: Fotoverdiano