As previsões para o custo de tudo o que implica o regresso às aulas das crianças e jovens não são animadoras. Depois de vários aumentos na área da alimentação, da habitação e dos combustíveis, a educação é a próxima preocupação das famílias: os portugueses esperam gastar 632€, em média, com o início do ano lectivo, ou seja, mais 107€ do que no ano passado.
Os dados são da investigação Observador Regresso às Aulas 2023, estudo conduzido pela Cetelem, que refere que no agravamento de 20% nos custos ligados à educação estão contabilizados 95€ para o material escolar e 150€ destinados a roupa, mobiliário, telemóveis, tablets, computadores e meios de transporte de mobilidade suave (como bicicletas e trotinetes).
No que aos alunos de ensino secundário e superior diz respeito, o mesmo estudo aponta para que os gastos sejam de 626€ e de 829€, respetivamente.
Devido aos custos, o período de início do ano letivo mostra-se uma fonte de stresse para 27% dos encarregados de educação. Adicionalmente, 22% dos educandos refere temer não conseguir financiar a educação. O estudo mostra ainda que apenas 36% das famílias portuguesas afirma ter capacidade total para financiar essas despesas (um decréscimo de 15 pontos percentuais face ao mesmo período em 2022) e que 5% dos encarregados de educação precisam de ajuda para o financiamento.
Com o aumento do custo de vida em Portugal, 55% dos encarregados de educação revelam que não têm poupanças destinadas à educação dos filhos. A maior parte das famílias (96%) pretende adotar medidas para tornar as compras de regresso às aulas menos dispendiosas, sendo que 69% tencionam cingir-se a comprar o que é estritamente necessário. A procura de promoções, a reutilização do material escolar e a compra de materiais de marca branca ou em segunda mão vão ser algumas das medidas tomadas para tentar que as despesas sejam mais baixas.