O projeto Manuais Digitais arrancou em 2018, na Madeira. Desde então, tem vindo a transformar-se numa referência, incitando outros países a adotarem a estratégia da desmaterialização. Este ano letivo, a medida passou a cobrir 9.500 alunos e dois mil docentes – o que corresponde, respetivamente, a 45% e a 33% dos alunos e professores da região autónoma, avança a "SapoTek".

No entanto, cada vez mais se tem questionado o impacto a nível cognitivo que um futuro completamente digital pode ter nas crianças e jovens – e, afinal, não parece muito promissor. Quem o diz é o professor Santana Castilho, na conferência da Associação Nacional de Professores desta sexta-feira, 21 de outubro.

"Estudos feitos por centros de investigação e cientistas da neurociência concluíram que o desenvolvimento cognitivo dos jovens que tiveram um grande mergulho nas tecnologias digitais aos 11 anos está similar àquele que há 30 anos as crianças tinham com 8/9 anos de idade", explica Santana Castilho, em declarações à RTP.

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Existem várias razões que, alegadamente, demonstram os efeitos nocivos da adoção desta medida. Uma delas é a situação dos Estados Unidos da América, onde "a experiência dos manuais digitais começou há 8 anos" – e, desde então, tem sido abandonada sistematicamente". Porquê? "Porque o custo relativamente aos manuais em papel disparou, é cinco vezes mais caro. E porque as doenças oftalmológicas aumentaram em 30%", frisou o professor.

Em Portugal, a desmaterialização abrange 66 agrupamentos e cerca de 12 mil alunos, segundo o “Jornal de Notícias”. Mas esta é uma iniciativa que se deve expandir por todo o País. Isto porque o ministro da Educação, João Costa, já havia revelado as suas expectativas no que ao assunto diz respeito – que todas as escolas tivessem manuais digitais até 2026, altura em que a sua legislatura termina.

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