“Ser farmacêutico é uma animação”, esta foi a resposta de Carla Gonçalves, quando lhe pedimos que descrevesse a sua profissão numa só palavra. E o título pode explicar porquê. Há 16 anos na área, Carla Gonçalves é uma das muitas profissionais da área da saúde que ajudam a identificar problemas, a atenuar desconfortos e a decifrar sintomas – e que guardam centenas de histórias caricatas que merecem ser contadas.

Para celebrar a campanha das Farmácias Holon, Sempre lá na Hora H, que tem como objetivo partilhar a importância destes profissionais junto da comunidade, desafiámos Carla Gonçalves, farmacêutica na Farmácia Holon Campo Grande, a partilhar connosco alguns destes momentos.

O resultado? Muitas histórias emocionantes, alguns momentos embaraçosos e umas quantas curiosidades desta profissão que, começamos já por dizer, não se resume a “ir lá atrás buscar umas caixinhas e pôr no balcão. É muito mais do que isso.”

A carreira como farmacêutica

A primeira experiência de Carla Gonçalves não foi em farmácia. A profissional de saúde licenciou-se, numa fase inicial, em engenharia química. Trabalhou vários anos em investigação, mas acabou por perceber que esta não era a área certa. “Estava farta de estar muito tempo fechada no laboratório e acabei por ir tirar farmácia”. Desde então, conta “Sem sombra de dúvidas é disto que eu gosto e não quero fazer outra coisa.”

Farmácias Holon
créditos: Farmácias Holon

É certo que o contacto com o público é muito gratificante, mas também traz algumas dificuldades e nem todos os dias são bons.

Se há clientes prestáveis e afáveis, há outros que se podem tornar pouco tolerantes ou, pior ainda, que perdem a noção do contexto em que estão e que fazem perguntas estranhas como “se eu sou casada”. Isto, num contexto ainda mais particular: “depois de ter comprado Viagra”, contou entre risos.

O pior cliente é mesmo o que não sabe o que quer ou o que “vem fazer recados para a mulher e não tem margem de manobra”.

As histórias que não esquece

Mas vamos a curiosidades, de certeza que já pensou no que é que os farmacêuticos usam por baixo da bata, certo? Bom, não podemos responder por todos, mas Carla Gonçalves usa roupa que tenta “que seja sempre confortável”, isto porque, explica “são muitas horas de pé.”

Quer mais? Sim, a também engenheira química, ao contrário do que possa pensar, não leva os bolsos cheios de cremes e medicamentos para casa. “Os laboratórios não nos dão nada”, conta.

Conhece as pessoas do bairro melhor do que ninguém – até mesmo contando com o padre –, porque, disse entre risos, “aqui vêm [pessoas de] todas as religiões, ao contrário da igreja”.

Não sabe todos os medicamentos de cor, mas os “que saem todos os dias ou os mais comuns, já estão completamente intrínsecos”.

Quando lhe pedimos que descrevesse esta profissão numa palavra, não hesitou: “é uma animação”. Quer perceber melhor porquê? Veja o vídeo.