Harry — O que estou a dizer é — e isto não é um avanço para te seduzir de nenhuma forma — que homens e mulheres nunca poderão ser amigos porque a parte sexual mete-se sempre no caminho.

Sally — Isso não é verdade. Eu tenho vários amigos homens e a parte sexual não está envolvida.

Harry — Não, não tens.

Sally — Sim, tenho.

Harry — Tu achas que tens.

Sally — Estás a dizer que faço sexo com estes homens sem saber?

Harry — Não, o que estou a dizer é que eles todos querem ter sexo contigo.

Sally — Não querem nada.

Harry — Querem, pois.

Sally — Como é que tu sabes?

Harry — Porque nenhum homem pode ser amigo de uma mulher que ache atraente. Ele quer sempre ir para a cama com ela.

Este é um dos diálogos mais memoráveis da história do cinema, sobretudo para quem gosta de filmes sobre relações. E este, “When Harry Met Sally” (1989), que em português tem o miserável título de “Um Amor Inevitável”, é um dos melhores filmes de sempre sobre relações. E sabem o que é que este filme tem que ver com a Super Bock? Sim, a nossa Super Bock. Muita coisa. Mas já lá vamos.

Neste diálogo, a discussão é: homens e mulheres podem ser só amigos? Não, diria ele. Sim, diria ela. Evidentemente, dizemos nós. E é saudável, e bom, que assim seja. Porque sejam homem, mulher, não-binário, o que for, amizade é amizade.

Há dias, fui jantar com uma amiga. O sítio era incrível. Foi ali à beira Tejo, com vista para o rio, uma coisa especial e única. A minha amiga Marta pode mesmo dizer que teve o privilégio de jantar comigo num sítio onde muito poucas pessoas alguma vez estiveram e dificilmente voltarão a estar. Foi um sítio tão especial, tão especial, tão especial que nós fomos mesmo os primeiros clientes de sempre. E umas horas mais tarde foram servidos os últimos clientes de sempre. E depois fechou para sempre. Mas que sítio era este?

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Foi uma plataforma elevada, em cima de um outdoor de comunicação que dizia "Nada a Esconder". E na verdade toda a gente que passava olhava para nós. Ou seja, por ali não havia mesmo nada a esconder. Este spot maravilhoso e nada discreto estava a uns 3 metros do chão, tinha apenas uma mesa, duas cadeiras e uma escada, montada pela Super Bock na zona do Cais da Pedra, Alcântara, em Lisboa. À vez, casais de amigos subiam, jantavam, conversavam, brindavam, e davam lugar ao próximo casal. A mim e à Marta sucederam-se o Ruben Rua e a Liliana Santos. E a eles a Carolina Deslandes e o Miguel Cristovinho. E outros vieram depois. A ideia foi esta mesmo, a de celebrar a amizade, a amizade pura, desinteressada, aquela que se sente com tudo e não só com o coração. Isto tudo, claro, no Dia Internacional da Amizade, ou, como a Super Bock criativamente lhe chamou, o Dia de Não Valentim.

Durante quase uma hora, entre algumas cervejas, um excelente risotto e um carpaccio fresco e bem cortado, conheci coisas da Marta que não sabia, que a vida a correr não nos permite conhecer. As amizades precisam também disto, que paremos, que as exploremos, que nos foquemos nelas, sem telemóveis e redes sociais, sem gente à volta ou problemas na cabeça, para que existam, apenas.

Respondendo à dúvida que fica no ar no título deste artigo, sim, fomos jantar e há qualquer coisa entre nós — amizade. Bonito, não foi? Foi.

Dia de Não Valentim

Há muitos anos que a Super Bock nos toca com anúncios bonitos que abordam a amizade. O genial "Somos Só Amigos", que viralizou esta primavera. Os amigos à chuva na praça de Guimarães, enquanto a canção pergunta “Why does my heart feels so sad”? Os amigos a dançar, os abraços, a emoção quando toca “The Story”, de Brandi Carlile, e isto já vem de 2008.

"Há muitos anos que trabalhamos este território da amizade, com bastante consistência. Acreditamos muito no sucesso desta caminhada. Sabemos que é muito importante para os portugueses este contexto de estar com os amigos, conviver. Acreditamos nessa lógica como marca, até porque nós defendemos emoções", explicou à MAGG Bruno Lopes, responsável de Marketing da Super Bock. "O Dia de Não Valentim está muito ligado à campanha de 2024. Amigos que não querem ser mais do que isso. São amigos. Não são só amigos. Queremos ajudar a diluir esse preconceito que ainda existe de que um homem e uma mulher que estão a jantar os dois, ou num bar a conversar, são um casal. Não. Podem ser bons amigos", disse.