Depois de apresentar a sua última coleção em outubro, Vera Fernandes entrou na passerelle da ModaLisboa de lágrimas nos olhos e muito emotiva. Aquilo que acabava de lançar era caótico, como definiu na altura, e o que estava a sentir também. Nesta edição do evento de moda da capital, que se realiza até este domingo, 10 de março, a história foi outra.

Com mais energia e de sorriso no rosto, a criadora explica-nos a história de Boucle, o nome da nova coleção, que é fruto de todos os laços que a compõem. "Às vezes é preciso desformatar para voltar a formatar", afirma, explicando que estas peças são sinónimo da execução de "um ponto de situação", que se afigura como necessário – e que são tanto para as "mulheres empoderadas" como para as "Lolitas" desta vida.

Por isso, acaba por ser a calma depois da tempestade e, embora de forma diferente, um regresso às origens – "voltámos à Buzina", frisa Vera Fernandes. Em que é que isso se traduz? Bem, na utilização "de modelos que já existiam", continua, acrescentando que estes foram "buzinificados" (que é como quem diz levados "ao expoente máximo do glamour", que é o ADN da marca).

Mas temos de confessar algo: não foram só as peças que foram buzinificadas, nós também. Aliás, é difícil não ficarmos completamente rendidos às criações da marca, especialmente quando vão ao encontro de uma das maiores tendências do momento: os laços, presentes em praticamente todas as peças da Buzina, assentando nas zonas do decote, dos ombros, das costas ou do pescoço.

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E apesar de ser um elemento estético que está bastante em voga, não é por isso que figuram na coleção. É que os laços são, na verdade, reflexo do tal processo de desformatação de que a criadora falava, assente em "fazer e desfazer nós,  por todos os desatares que a vida tem que nos dar, e também por toda a sensibilidade" que eles podem encapsular.

No entanto, não foi só isso que se viu na passerelle. Houve também espaço para cores vivas, que faziam par com as peças volumosas e franzidas já habituais da marca, que agora regressa ao mundo em que os icónicos tafetãs são reis. Só que, ao contrário de outras coleções, vão ser muito mais difíceis de obter, já que Vera Fernandes quer que as suas peças sejam cada vez mais exclusivas.

"Então, eu posso dizer que, a nível de matéria-prima, eu fui a fábricas buscar stocks excedentes e esta edição é, mais do que nunca, limitada. Olho para aqueles tecidos e vejo história, vejo bagagem e vejo uma nova oportunidade", confirma-nos. Ou seja, embora haja peças que possam vir a ser replicadas no que ao modelo diz respeito, o mesmo poderá não se aplicar ao tecido utilizado.

Por isso, prepare a carteira e seja rápido: as peças da Buzina, que vão de vestidos a capas, passando por conjuntos com calças, "ficaram disponíveis de imediato", explica a criadora, reiterando que "será mesmo limitada". E se achar que são muito extravagantes, Vera Fernandes deixa um conselho: "se tiverem atitude e determinação, vocês é que vão construir o estilo à volta da peça".

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