As pessoas que praticam iogasão todas jovens, atléticas, elegantes. O Ioga é só para quem está em forma, exclusivo e para uma elite. Quem tem lesões deve antes praticar Pilates, porque o ioga é agressivo e exigente fisicamente. Essa coisa de equilibrar corpo e mente é uma moda, os retiros são caros e por isso não são para qualquer um. Com a vida que temos hoje, nem sequer há tempo para não ter tempo.

De certeza que já ouviste um discurso deste tipo, ou podes até ter esta mesma opinião. Já te deves ter cruzado com a hashtag #yoga no Instagram e viste imagens lindíssimas de pessoas que exibem a sua melhor forma, que mostram ao mundo o que conseguem fazer com o seu corpo e o que aquelas posturas lhes transmitem, entre citações e frases adaptadas de autores mais ou menos conhecidos. Imagens que se tornam verdades absolutas e que balizam um universo que achas que não é para ti. Ou…

#not

Estas coisas que se pensam estão quase sempre espelhadas nos olhares, nas palavras, em toda uma linguagem corporal que se releva quando não correspondes ao estereótipo. Mas a tua realidade pode ser outra. Pode ser a realidade da aceitação, da auto consciência e da autosuperação, com toda a legitimidade que lhes é inerente, porque exibes as tuas mais belas fragilidades com o tapete orgulhosamente estendido onde quer que seja possível a prática do ioga. Podes ser persistente e ter um “querer” do tamanho do mundo que te leva muito mais longe do que alguma vez imaginaste. Talvez por isso queiras arriscar treinar espargatas, pontes e invertidas, com a certeza de que o melhor ainda está para vir. Podes não ter vergonha da tua idade, das marcas e do semblante de quem já carregou crianças no ventre, de quem luta contra a “lei da gravidade”, de quem venceu a batalha contra o excesso de peso ou contra doenças evasivas, de teres a coluna curva ou joelhos que estalam. Podes arriscar estar em silêncio, sem que sintas que é uma perca de tempo.

#perfeitanaimperfeição

No tapete és mais forte. Podes ser perfeita na tua imperfeição. Aos 40 ou 50 anos que tens, tiras pelo menos 10. No tapete, a única pessoa a quem interessa saber de onde vens, quem és e para onde vais, é a ti própria. No tapete surgem dúvidas e caem lágrimas. No tapete, ao teu lado, está outro ser imperfeito que a vida fez o favor de cruzar no teu caminho. Sentes essa energia e sabes que isso traz mudança. No tapete, crias um elo fortíssimo contigo mesma e chegas a sentir que tu e a prática do ioga são um só. Esta união leva-te a realizar feitos fantásticos e a querer contagiar todos à tua volta. O yoga tem este efeito nós, as #papayoga.

* Crónica de Christine Trévidic, Paula Henriques e Sozia Zambujo

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