Hábitos saudáveis dão mais anos de vida. Nada de novo, não é? Pois. Mas nunca até aqui tinha sido avaliado o real impacto que tem na esperança média de vida o facto de se seguir uma vida regrada e livre de maus hábitos.

Um estudo norte-americano revela quais os cinco hábitos que, mantidos a longo prazo, diminuem o risco de sofrer de cancro ou doenças cardiovasculares. São eles:

  • seguir uma dieta rica em frutas, vegetais, com pouca carne e baixa em gorduras e açúcares;
  • não fumar;
  • deixar o álcool para de vez em quando;
  • praticar exercício físico pelo menos 30 minutos todos os dias;
  • manter um Índice de Massa Corporal entre os 18.5 e 25.

Se os conselhos não são surpresa para ninguém, talvez os investigadores chamem a atenção pelo nível de impacto que podem ter. O estudo revela que, para pessoas de 50 anos, ter estes cinco hábitos prolonga a vida em 14 anos no caso das mulheres e em 12,2 anos para homens.

A investigação durou mais de trinta anos, tempo suficiente para concluir que quem segue estes hábitos tem 82% menos probabilidades de morrer de doença cardiovascular e 65% menos hipóteses de ter cancro.

O estudo

Para a investigação, os cientistas da Escola de Saúde Pública de Harvard analisaram dados de saúde e estilo de vida de cerca de 123 mil norte-americanos, acompanhados para dois grandes estudos: o Nurses Health Study (que incluiu apenas mulheres) e o Health Professionals Follow-Up Study (apenas para homens). As mulheres foram acompanhadas durante 34 anos e os homens durante 27. Durante esse período, todas as mortes entre os participantes foram registadas e os cientistas usaram esses dados para determinar se as pessoas com hábitos saudáveis ​​viviam mais tempo e, se sim, por quantos mais anos.

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Ao todo, 42.167 pessoas morreram, dos quais 13.953 de cancro e outras 10.689 de doença cardiovascular. Examinados separadamente, cada um dos cinco hábitos saudáveis foi associado individualmente a um menor risco de morte prematura, mas o efeito foi maior para as pessoas que adotaram o leque dos cinco.

Ainda assim, menos de 2% das pessoas analisadas tinham estes cinco hábitos fundamentais para uma vida longa e um terço admitia ter apenas um ou dois. Estes são valores que justificam o lugar que os Estados Unidos ocupam no ranking da longevidade. Recorde-se que no ano passado, o país registava o número mais baixo de todos os países desenvolvidos: à nascença, uma mulher norte-americana pode esperar viver um pouco para lá dos 79 anos (79.5) e um homem cerca de de 83 (83.3, menos 6 anos do que no Japão, por exemplo). Os investigadores lembram que, embora os EUA sejam um dos países mais ricos do mundo, tem uma esperança média de vida mais curta do que pessoas que outros países com características semelhantes, em parte devido às altas taxas de doenças que podem ser evitadas.