Há mais um laboratório a testar a eficácia da vacina contra a COVID-19 nas faixas mais jovens. Depois da Pfizer e da Moderna, a AstraZeneca já deu início aos ensaios na faixa etária dos 6 aos 17 anos. Os testes começaram este sábado, 13 de fevereiro, na Universidade de Oxford, no Reino Unido, e estes são os primeiros ensaios a nível mundial, dado que, até agora, só adolescentes de 16 e 17 anos foram testados, e as conclusões ainda não foram tornadas públicas.
De acordo com os investigadores da conhecida universidade, estes testes serão vitais para determinar a segurança e a resposta imunológica de crianças à vacina da AstraZeneca, conhecida tecnicamente como ChAdOx1 nCoV-19, escreve o "Diário de Notícias". Para estes primeiros ensaios, foram recrutados 300 voluntários, com idades compreendidas entre os 6 e os 17. Desse grupo, 240 vão receber a vacina Oxford/AstraZeneca, e os restantes uma vacina de controlo contra meningite.
Embora, até à data, as crianças pareçam ser menos afetadas pelo coronavírus, o investigador Andrew Pollard, encarregue dos ensaios de Oxford, relata que "é importante estabelecer a segurança e a resposta imunológica" à vacina, e acrescenta que é preciso entender o efeito da doença nas faixas etárias mais jovens.
"A ciência mostra que a COVID-19 está associada a um risco de mortalidade e morbilidade consideravelmente inferior nas crianças quando comparado com os idosos. Também há evidências de que as crianças têm menos probabilidade de ser infetadas. Mas o seu papel na transmissão ainda é pouco clara", salientou o investigador.
A Pfizer e a Moderna também já começaram a testar crianças e adolescentes, mas apenas em idade igual ou superior a 12 anos, avança o "New York Times", e ambos os laboratórios esperam resultados até ao verão.
Estes testes ganham especial importância quando a vacinação nas crianças pode ter um papel a desempenhar na imunidade colectiva do coronavírus. Os cientistas estimam que 70 a 90 por cento da população pode precisar de ser imunizada contra o vírus para alcançar essa imunidade coletiva, especialmente perante as variantes mais contagiosas que começam a circular em várias partes do mundo, salienta o "Diário de Notícias".
"Nem todos os adultos podem receber a vacina porque há alguma relutância, ou talvez haja até mesmo alguns sistemas imunológicos vulneráveis e que simplesmente não respondem", disse Emily Erbelding, médica de doenças infecciosas do National Institutes of Health, ao "New York Times". "Por isso, acho que temos que incluir crianças se quisermos obter imunidade coletiva."