Durante os seis dias em que o primeiro-ministro britânico Boris Johnson esteve internado na unidade de cuidados intensivos do hospital de St. Thomas, em Londres, ao seu lado estava também internado Larni Zuniga, enfermeiro do serviço nacional de saúde inglês. O homem de 54 anos lutava pela vida depois de ter sido infetado com COVID-19, mas esta segunda-feira, 27 de abril, soube-se que não resistiu ao vírus e acabou por morrer, de acordo com o jornal "Daily Mail".
O enfermeiro natural das Filipinas trabalhava no Reino Unido há 12 anos e tinha acabado de receber, em fevereiro, cidadania britânica. Larni Zuniga não via a família há cinco anos e esperava receber a mulher, Edith, no Reino Unido em junho. Além de ser casado, o enfermeiro tinha também uma filha, Mutya, que numa publicação online expressou o quão difícil está a ser lidar com a morte do pai: "Não consigo parar de chorar. É muito doloroso de suportar".
A pandemia veio alterar os planos de voltar a reencontrar-se com a família, depois de todos os sacrifícios destacados pelos amigos. "Ele trabalhou muito e enfrentou momentos difíceis por não ver a sua família, apenas para lhes garantir uma vida confortável", diz o amigo Arnold Barrientos, de acordo com o jornal britânico.
Também Christian, primo e enfermeiro, falou sobre o profissional de saúde: "Larni era um verdadeiro profissional, que tocou a vida de muitos. Fez uma tremenda diferença na vida de muitas pessoas".
Além de Larni Zuniga, também Dave Hunt, 38 anos, assistente de vendas de uma empresa especializada em soluções de software, esteve 10 dias internado na mesma unidade de Boris Johnson, e tal como ele, acabou por recuperar. Dias depois de o primeiro-ministro ter tido alta, a 12 de abril, Dave Hunt saiu dos cuidados intensivos e partilhou a sua experiência: "Absolutamente horrível".