Ter os níveis de colesterol e de pressão arterial mais elevados do que o suposto antes dos 40 anos aumenta a probabilidade de ter doenças de coração, revela um novo estudo publicado a 1 de julho no Journal of the American Colllege of Cardiology.
Valores de colesterol LDL (o mau) nos 100mg/dL ou acima em jovens adultos foram associados a um aumento em 64% do risco de aparecimento de doença coronária anos depois.
A mesma investigação mostrou que uma pressão arterial sistólica (máxima) de 130 mmHg (ou mais) foi associada a um aumento em 37% do risco de insuficiência cardíaca anos depois. Já uma pressão arterial diastólica (mínima) de 80 mmHg ou mais está ligada ao mesmo problema, aumentando a possibilidade em 21%.
Quais são os níveis ideais da pressão arterial? Devem ser inferiores a 120 mmHg sistólica e inferiores a 80 diastólica (entre 120 a 80). Já, quanto ao colesterol, o Centers for Disease Control and Prevention, diz que o valor deverá ser inferior a 100mg/dL.
“O principal foco do estudo são os jovens adultos: não esperem para fazer escolhas saudáveis”, disse, citado pela “CNN”, Andrew Moran, o principal investigador da Columbia University Irving Medical Center, em Nova Iorque, também envolvido no estudo.
“Os nossos resultados mostram que esperar até à meia idade ou mais para melhorar a dieta e o exercício nem sempre é suficiente para reverter os estragos acumulado em idade jovem.”
Como foi feito o estudo?
O estudo envolveu dados de pressão arterial, colesterol e saúde cardiovascular de 36.030 adultos dos Estados Unidos com uma idade média acima dos 17 anos.
Os investigadores, que utilizaram dados de seis fontes diferentes, observaram a saúde de adultos com idades entre os 18 e 39 anos, e depois com idades acima dos 50.
Notaram, então, que a pressão arterial diastólica elevada, assim como valores acima do normal de colesterol LDL, antes dos 40 anos, estavam ligadas a incidentes de doença de coração coronária, bem como de insuficiência cardíaca.
“O mais surpreendente foi ver esta associação forte entre colesterol LDL alto em adultos jovens e os acontecimentos posteriores na vida”, disse Moran.
“Também ficámos surpreendidos com a ligação entre a pressão arterial de adultos jovens e a insuficiência cardíaca na vida adulta”, disse, acrescentando ainda: “Foi uma descoberta nova e marcante, porque muitos eventos de insuficiência cardíaca acontecem em idades mais avançadas."
Apesar dos resultados, o investigador avança que serão necessários mais estudos para que se consiga “determinar o relacionamento causal”. Ao mesmo tempo, será necessário investigar mais, no sentido de perceber se resultados semelhantes podem surgir comparando a saúde cardiovascular da infância à vida adulta.
“Agora que encontrámos estas associações de fatores de risco na idade adulta com doença cardíaca e risco de AVC, surge a questão: e mais cedo na vida, como na infância e adolescência? Estamos intrigados com o período da infância e com o potencial de oportunidades para a prevenção precoce”, terminou o investigador.