Com o objetivo de provar que os ovos não têm uma ligação direta com o aumento dos níveis de colesterol no sangue, Nick Norwitz, doutorado em Metabolismo pela Universidade de Oxford e conhecido por fazer várias experiências e pesquisas relativamente ao impacto da alimentação na saúde, decidiu comer o equivalente a 24 ovos por dia, totalizando assim 720 ovos num mês.

O homem de 28 anos foi acompanhando os resultados ao longo do mês e a conclusão do estudo é realmente surpreendente. Para além dos níveis de colesterol não terem aumentado, estes acabaram mesmo por diminuir. 

Os ovos são considerados por muitos aficionados do ginásio e por alguns especialistas da área da saúde como um superalimento. No entanto, alguns médicos têm uma opinião contrária, defendendo que este alimento pode aumentar os níveis de colesterol e causar, consequentemente, problemas cardíacos. 

Sãp também demonizados há décadas por causa das gemas que são ricas em colesterol, uma das várias substâncias produzidas pelo nosso organismo, que, em níveis elevados, pode acumular-se e danificar os vasos sanguíneos que irrigam o coração, refere o "Daily Mail".

Nick Norwitz
Nick Norwitz

Contudo, pesquisas recentes mostraram que este alimento tem pouco impacto direto na quantidade de colesterol que se acumula. Assim, para descobrir se os ovos são efetivamente prejudiciais para a saúde, Nick comeu 720 ovos num mês para acompanhar de perto o que acontecia aos níveis de colesterol no sangue. 

Durante esta experiência, o jovem comeu o equivalente a 24 ovos por dia. Os resultados? Nick Norwitz viu os seus níveis de LDL, popularmente conhecido como colesterol “mau”, diminuírem de densidade em 18%.  

O estudo foi gravado e publicado num vídeo no YouTube que já conta com mais de 170 mil visualizações. "Eu levantei a hipótese de que comer 720 ovos num mês, o que por si só equivale a 133.200 mg de colesterol, não aumentaria o meu colesterol. Especificamente, não aumentaria meu colesterol LDL (...) E, de facto, não aconteceu, nem um bocado. Embora a minha ingestão de colesterol mais do que quintuplicasse, o meu colesterol LDL diminuiu”, conta o jovem no vídeo. 

Mas porque é que os ovos não aumentaram o colesterol? Alguns cientistas explicam que no intestino, o colesterol liga-se a recetores nas células intestinais, estimulando a libertação de uma hormona chamada colina. A colina ajuda o fígado a processar gorduras e colesterol, facilitando o transporte do colesterol pelo corpo, ajudando assim a equilibrar os níveis no sangue, salienta a mesma publicação.

Depois das duas primeiras semanas da experiência, Nick decidiu ainda começar a comer 60 gramas de hidratos de carbono por dia. Para isso, focou-se em frutas como bananas, mirtilos e cerejas congeladas, que comia mergulhando-as em manteiga de macadâmia.

Para atingir a meta de 60 gramas, teve de comer o equivalente a duas bananas por dia ou 21 mirtilos. O norte-americano explicou que comer mais hidratos de carbono pode ajudar a reduzir ainda mais os níveis de colesterol no sangue. Em pessoas com dietas pobres em hidratos, os níveis de LDL têm tendência a aumentar. 

No que diz respeito a Portugal, aproximadamente um quarto dos portugueses apresenta colesterol de risco elevado (>240 mg/dl) e 45,1% apresenta risco moderado (190-239 mg/dl).  

Pode ver mais estudos de Nick Norwitz aqui. 

Por Rita Alexandra (estagiária MAGG)