
Apesar de a kombucha estar agora viral nas redes sociais, a verdade é que esta bebida feita com chá fermentado tem mais de dois mil anos de história. A kombucha tornou-se recentemente viral por causa de vários benefícios ligados à saúde. Mas será que são todos verdade?
Nada mais é do que uma bebida fermentada feita a partir de chá, normalmente verde ou preto, açúcar, probióticos e levedura. Esta mistura fica a fermentar durante um período de tempo, que pode variar entre uma semana a um mês, resultando numa bebida ligeiramente gaseificada, com um sabor habitualmente avinagrado.
De acordo com o centro médico e académico sem fins lucrativos Cleveland Clinic, os probióticos são “micróbios benéficos” presentes na kombucha que podem trazer vários benefícios para o organismo. No entanto, a investigação sobre os verdadeiros efeitos da kombucha na saúde ainda é limitada.
“Não existem muitos estudos robustos e de qualidade que sustentem todo o entusiasmo em torno da kombucha”, afirma a especialista Maxine Smith.
No que diz respeito a perda de peso, há quem acredite que a kombucha é uma poção mágica, mas não é bem assim. “Não contaria com a kombucha para perder peso se não fizer outras mudanças na alimentação e no exercício. Não é assim tão simples”, refere a também especialista Julia Zumpano.
Ainda assim, incluir esta bebida numa alimentação equilibrada pode ser positivo para a perda de peso, principalmente se for utilizada como alternativa a refrigerantes. “Algumas variedades de kombucha contêm mais açúcar do que outras, por isso opte por uma com menor teor de açúcar”, aconselha Julia Zumpano.
A kombucha é rica em antioxidantes e polifenóis, compostos que ajudam a proteger o organismo e a reduzir a inflamação crónica. “Os polifenóis atuam como potentes antioxidantes no organismo e ajudam a diminuir a inflamação, que está na origem de muitas doenças. Além disso, o processo de fermentação aumenta a quantidade de polifenóis na bebida”, explica Maxine Smith.
“Beber kombucha sozinha não vai eliminar toda a inflamação no corpo. Mas se a kombucha for combinada com uma dieta anti-inflamatória, como a dieta mediterrânea, pode ajudar”, acrescenta Zumpano. “A kombucha pode alimentar e aumentar as bactérias benéficas do intestino, ajudando a reduzir as bactérias prejudiciais. Manter esse equilíbrio pode trazer benefícios para o sistema digestivo”, explica a especialista.
Julia Zumpano reforça que uma alimentação saudável é fundamental para proteger o coração, e há indícios de que a kombucha possa trazer benefícios cardiovasculares, aumentanto o colesterol “bom” (HDL) e reduzindo o colesterol “mau” (LDL).
Apesar de alguns dos benefícios apresentados pela bebida, consumir kombucha em excesso pode causar efeitos menos positivos, como dores de cabeça, náuseas, desconforto gastrointestinal ou, em casos extremos, levar à cetoacidose – uma condição médica grave em que há excesso de ácido no sangue.
“A toxicidade por chumbo também é uma possibilidade se a kombucha caseira for fermentada em recipientes de barro ou outros materiais que libertem chumbo para a bebida”, alerta Smith. Por isso, é preciso ter atenção ao produzir kombucha em casa. Se o processo não for feito corretamente e de forma higiénica, a bebida pode ser contaminada por fungos indesejáveis. “Se notar uma cor estranha ou um cheiro semelhante a acetona, tenha cuidado”, alerta a especialista.
No fundo, a kombucha apresenta vários potenciais benefícios para a saúde. Contudo, não existe uma grande quantidade de estudos que confirmem os mesmos. “Definitivamente, vale a pena experimentar e pode trazer bons resultados. Só não exagere nem espere milagres”, conclui Julia Zumpano.