
Alguma vez se perguntou o que é que realmente acontece quando corta o açúcar da sua alimentação? Com o desenvolvimento da indústria alimentar, tornou-se cada vez mais comum adicionar sacarose e outros tipos de açúcar aos alimentos para os tornar mais apetecíveis, mesmo que não se trate de sobremesas. Para além de melhorar o sabor e a textura dos alimentos, os açúcares têm efeitos biológicos no cérebro. Esses efeitos são tão significativos que têm alimentado o debate sobre a possibilidade de se ficar “viciado” em açúcar.
No que diz respeitos aos efeitos no cérebro, a sacarose ativa os recetores do sabor doce na boca, o que leva, por sua vez, à libertação de uma substância química chamada dopamina — que é libertada quando somos expostos a um estímulo recompensador. Os efeitos recompensadores da dopamina ocorrem sobretudo numa área do cérebro ligada ao prazer e à motivação. Este sistema de recompensa influencia diretamente o nosso comportamento, levando-nos a repetir as ações que provocam a libertação desta substância, explica a BBC.
Experiências feitas em animais e em seres humanos demonstraram que a doçura intensa pode até superar o efeito da cocaína em termos da resposta interna de prazer que desencadeia. De acordo com a mesma publicação, estudos feitos com ratos demonstram que há fortes evidências de que o consumo de sacarose pode alterar as estruturas cerebrais ativadas pela dopamina, ou seja, o açúcar pode moldar a forma como o nosso cérebro funciona a longo prazo.
Portanto, se consume muito açúcar e está a pensar cortá-lo de forma radical, prepare-se porque é possível que sofra de abstinência com sintomas como desejos intensos por doces, dores de cabeça, fadiga e, até, tonturas.
O que vai acontecer se deixar o açúcar?
Ao cortar as chamadas “calorias vazias”, poderá controlar melhor o seu peso e até passar a consumir alimentos mais ricos em nutrientes. No entanto, dependendo dos alimentos que deixa de consumir, pode acabar por privar o seu corpo da sua principal fonte de energia, revela o site de saúde Health.
Em primeiro lugar, é preciso entender que eliminar completamente o açúcar da sua alimentação é praticamente impossível, uma vez que os hidratos de carbono são, no fundo, açúcares. O organismo digere e transforma os hidratos de carbono em glicose, que é usada ou armazenada nas células como fonte de energia. Portanto, o foco deve ser evitar os açúcares adicionados.
Ao cortar o açúcar da sua rotina alimentar vai conseguir controlar e até perder peso, visto que este componente está muito associado a alimentos com alto valor energético e com poucos nutrientes. Estará ainda a prevenir doenças cardíacas, uma vez que as bebidas açucaradas, por exemplo, podem diminuir o colesterol HDL (o “bom”) e aumentar os triglicéridos, revela o site. Outro benefício é a prevenção da diabetes e a redução do risco de cáries, dado que os açúcares alimentam as bactérias na boca que provocam cáries e doenças nas gengivas.
Contudo, não é realista nem saudável ver o açúcar como um inimigo. A verdade é que o organismo precisa de glicose para funcionar corretamente. Por isso, o melhor será mesmo reduzir os alimentos processados e com muito açúcar e manter uma relação equilibrada com a comida.