
Nos últimos anos, o kefir tornou-se numa verdadeira tendência no mundo da alimentação saudável - e em 2025 deu o salto para a ribalta. São cada vez mais as pessoas que procuram alternativas naturais e fermentadas para incluir no dia a dia, seja em smoothies, bowls de pequeno-almoço ou mesmo como substituto de outros laticínios, e a verdade é que o kefir tem vindo a desempenhar um papel fundamental nessa troca de alimentos e dietas.
Mas o que é que é esta bebida? "O kefir é uma bebida fermentada obtida a partir da inoculação de 'grãos de kefir' em leite ou em soluções açucaradas. Estes 'grãos' não são cereais, mas sim agregados de bactérias e leveduras benéficas que vivem em simbiose. Existem dois tipos principais: o kefir de leite, preparado com leite de vaca, cabra ou ovelha, e o kefir de água, feito em água com açúcar mascavado ou mel, e por vezes frutas secas”, explicou a nutricionista Ana Bravo à MAGG.

Trocado por miúdos, o kefir é um aglomerado de pequenos pedaços gelatinosos formados por muitas bactérias e leveduras que vivem juntas, e quando os grãos de kefir se juntam no leite ou na água com açúcar, eles “comem” parte do açúcar do líquido e produzem ácidos e gás. Isto ajuda o intestino, melhora a digestão e pode trazer outros benefícios para a saúde. Assim, “o kefir é visto como uma opção artesanal e autêntica, em contraste com produtos ultraprocessados”, referiu a nutricionista.
“Nutricionalmente, o kefir de leite fornece proteína e cálcio semelhantes aos de outros lácteos fermentados. A diferença está na microbiota: o kefir tem maior diversidade, inclui leveduras e costuma ter menos lactose residual, em comparação com o iogurte”, continuou.
Em termos de benefícios, estes estão muito virados, como já mencionado, para a digestão, mas também existem alguns na parte da pele e do bem-estar. "Em termos digestivos, estudos clínicos mostram que o kefir melhora a digestão da lactose, com efeitos semelhantes aos do iogurte, e provoca alterações modestas na composição da microbiota intestinal”, começou por explicar.
“Relativamente à pele e ao bem-estar, dois estudos indicaram melhorias na hidratação da pele após oito semanas de ingestão, inclusive em pessoas com dermatite atópica. No entanto, ainda não há evidência robusta de efeitos no cabelo ou para cuidados cosméticos diários”, acrescentou Ana Bravo.
Mas a verdade é que também existem alguns riscos. "Pessoas com alergia à proteína do leite devem evitá-lo. Para quem tem intolerância à lactose, o kefir costuma ser melhor tolerado do que o leite, mas a resposta é individual."
“Em pessoas imunocomprometidas [com um sistema imunológico enfraquecido] ou doentes graves, os probióticos [os microrganismos vivos que ajudam na digestão] podem causar eventos raros, como bacteremia ou fungemia, portanto é recomendável cautela, preferindo produtos pasteurizados e de controlo de qualidade em vez de kefir caseiro”, explicou a nutricionista.
E como é que se pode, afinal, consumir kefir? “Pode ser consumido puro ou combinado com frutas, cereais e smoothies, dependendo do gosto de cada pessoa”, rematou Ana Bravo. Assim, se quiser experimentar, já existem muitas variedades à venda nos supermercados.