Portugal continua sob medidas apertadas de combate à epidemia de COVID-19 e as deslocações hospitalares não são exceção. Todo o cuidado é pouco para evitar a infeção, mas também para evitar outras doenças que recém-nascidos, indefesos, podem contrair: desde o sarampo, a tosse convulsa, até ao tétano. A estes juntam-se grávidas e grupos de risco e de forma reduzir idas aos centros médicos em altura de pandemia, foram estabelecidas medidas excecionais e temporárias sobre o Programa Nacional de Vacinação (PNV).

Uma delas estabelece quem deve ter prioridade de vacinação: "Vacinação recomendada até aos 12 meses de idade, inclusive. As crianças devem cumprir atempadamente a vacinação recomendada no primeiro ano de vida, que confere proteção precoce contra onze doenças potencialmente graves", refere o comunicado da Direção Geral de Saúde (DGS), publicado a 25 de março.

Este destaca ainda que aos 12 meses as vacinas mais importantes são aquelas que protegem contra o meningococo C, o sarampo, a papeira e a rubéola. Até esta idade, não é possível prescindir das vacinas do PCV e mesmo as crianças com mais de 12 meses que ainda não as tenham tomado, devem fazê-lo "o mais brevemente".

Além das crianças até aos 12 meses, o PNV para o período da epidemia de COVID-19 estabelece ainda que deve ser cumprida a vacinação BCG das crianças com risco identificado de tuberculose grave, a vacinação de doentes crónicos e outros grupos de risco no âmbito do PNV e recomenda ainda algumas medidas excecionais para as grávidas.

"Devem procurar ativamente a vacinação contra a tosse convulsa, que tem como objetivo a proteção do bebé nos primeiros meses de vida. A vacinação poderá ser adiada, mas nunca para além das 28 a 32 semanas de gestação".

Mas será que as medidas do Serviço Nacional de Saúde serão aplicadas de forma igual nos hospitais públicos e privados? Sandra Bessa, técnica superior da divisão de comunicação e relações públicas da DGS, disse à MAGG que "o cumprimento do PNV deve ser sempre respeitado por todas as instituições que o aplicam, independentemente de se tratarem de instituições públicas ou privadas".

É ainda recomendado à comunidade "o cumprimento do PNV, uma vez que permite reduzir o impacto das doenças alvo da vacinação na saúde do indivíduo e da população, mas o PNV não é obrigatório."

Para clarificar melhor a atuação dos hospitais privados, a MAGG contactou o hospital Lusíadas Lisboa que informou que "em alinhamento com as normas e orientações que vão sendo publicadas pela DGS, a atividade de cada uma das Unidades Lusíadas tem sido alvo de alterações", acrescentando que essas são atualizadas de forma permanente no site, onde estão também os horários atuais para vacinação.

A Lusíadas Saúde revelou também que tem tomado algumas medidas de forma a prestar cuidados separando os utentes sem e com a infeção de COVID-19 (ou que tenham estado em contacto com alguém doente). Criou por isso novos circuitos de doentes, "para conseguir assegurar todos os cuidados clínicos da maneira mais segura", diz a entidade.

Também contactado pela MAGG, o hospital CUF Cascais diz que relativamente à aplicação do comunicado da DGS "não têm nenhuma indicação em contrário, portanto à partida o departamento de enfermagem está a funcionar", o que não confirma a aplicação ou não das medidas. Revelam, no entanto, que normalmente a administração das vacinas devem ser marcadas previamente com o hospital.