O amor que os ingleses têm pelas camisolas natalícias está a ajudar a aumentar a crise da poluição do plástico, afirma a associação de caridade britânica Hubbub, que desenvolve planos de sustentabilidade ambiental. A associação escreveu um artigo onde apela a que os consumidores reusem as camisolas antigas, comprem em lojas vintage ou que façam as próprias camisolas.
Quer sejam com bonecos de neve ou árvores de Natal, estima-se que cerca de 12 milhões de camisolas sejam compradas este ano, além das 65 milhões existentes nos armários dos britânicos. Além de ser um enorme aumento do desperdício, segundo o estudo conduzido pela Hubbub a maioria das sweaters natalícias contêm plástico.
Este estudo analisou 108 peças de vestuário de 11 lojas físicas e online, incluindo a Primark, George at Asda e Topshop, e descobriu que 95% das camisolas eram, parcial ou totalmente, feitas com materiais de plástico. A Hubbub afirmou que a roupa tornou-se no pior exemplo, em termos de fast fashion, no que toca à poluição ambiental.
Com o aparecimento do Dia das Camisolas de Natal, uma campanha anual da Save the Children que acontece sexta-feira, 13 de dezembro, e incita à doação de dinheiro para ajudar a associação, são esperados milhões de consumidores nas lojas, à procura da camisola natalícia perfeita para as festividades.
O estudo da Hubbub concluiu que duas em cada cinco camisolas de Natal apenas são vestidas uma vez durante a época festiva, e que um em cada três jovens adultos compra camisolas novas todos os anos. As fibras de plástico foram encontradas em três quartos das camisolas testadas e 44% eram feitas inteiramente de material acrílico. Contudo, apenas 29% dos consumidores conseguem perceber que as camisolas que vestem contêm plástico.
Sarah Divall, coordenadora de projeto da Hubbud, disse ao "The Guardian": "Nós não queremos que as pessoas parem de vestir camisolas natalícias e que tenham um ótimo Natal, mas há tantas formas de continuarem a fazer isso sem terem de comprar camisolas novas todos os anos. A fast fashion é a maior ameaça ao ambiente e as camisolas de Natal são também bastante problemáticas, visto que muitas delas contêm plástico. Nós aconselhamos a que as pessoas troquem entre si, reusem ou até faças as próprias camisolas".
Em defesa das lojas presentes no estudo da Hubbud, Leah Riley, consultora de políticas de sustentabilidade do Consórcio Britânico de Retalho, disse: "Os consumidores podem estar descansados que a maioria das roupas que compram têm impactos ambientais muito baixos. Os retalhistas estão a fazer ações onde roupas velhas podem ser reutilizadas, e assim contribuir para a economia circular".