Quase que conseguimos imaginar Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, a fumegar pelas orelhas. É que as coisas não têm estado nada fáceis para o empresário norte-americano que, em março, teve de lidar com um escândalo a nível internacional. Tudo começou quando se descobriu que a empresa Cambridge Analytica usou dados privados dos utilizadores para influenciar a campanha política do agora presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Agora, quase seis meses depois, o Facebook alertou os utilizadores para mais um caso de roubo de informação privada — e tal como aconteceu com a Cambridge Analytica, foi um aplicação maliciosa a responsável.
A anúncio foi feito na quarta-feira, 22 de agosto, num comunicado de imprensa feito por Ime Archibong, vice-presidente e responsável por estabelecer parcerias entre o Facebook e outros meios, marcas ou empresas.
"Hoje banimos a aplicação myPersonality — que estava ativa na nossa rede desde 2012 — do Facebook por se recusarem a aceitar a nossa auditoria e porque é claro que partilharam informação pessoal e privada com outras empresas sem nunca ter em atenção as devidas precauções de segurança", lê-se no comunicado.
Segundo a mesma fonte, terão sido perto de quatro milhões de contas pessoais afetadas e que a plataforma digital fará questão de alertar através de uma mensagem na aplicação. "Como resultado da nossa investigação, vamos alertar as 4 milhões de pessoas que decidiram partilhar a sua informação pessoal do Facebook com a myPersonality e que possa ter sido usada de maneira errada e imprópria", revela a empresa.
Contudo, e ao contrário do que aconteceu com o escândalo da Cambridge Analytica, esta aplicação parece ter tido acesso apenas à informação do utilizador que deu autorização à aplicação. Isto significa que, caso seja um dos utilizadores afetados, a informação dos seus amigos estará a salvo.
"Por enquanto não temos provas que a myPersonality, uma aplicação de quiz, terá tido acesso à informação dos amigos dos utilizadores afetados e, por isso, não os vamos alertar. Se por algum motivo essa situação se alterar, tomaremos as medidas necessárias", continuou o vice-presidente.
Esta investigação minuciosa sobre todas as aplicações que estão ligadas ao Facebook começou em março, no rescaldo da polémica anterior, e desde então já levou à desativação de cerca de 400 aplicações que tinham como único objetivo comprometer a segurança de todas as pessoas inscritas na rede social.
Espera-se que até ao final do ano sejam desativadas ainda mais plataformas duvidosas e, com isso, sejam reveladas mais e novas formas que tenham comprometido a informação daqueles que diariamente recorrem à rede social para efeitos profissionais e pessoais.