Uber ou Bolt, mas com motoristas armados, caso o pretenda. Esta é a maneira mais fácil de descrever a BlackWolf, uma aplicação que segue o modelo dos TVDE convencionais, mas que conta com especialistas em proteção treinados e armados. O serviço está disponível apenas nos Estados Unidos, tendo começado a espalhar-se pelos vários pontos do país.

A BlackWolf nasceu em 2023 pelas mãos de Kerry KingBrown, ex-guarda-costas e detetive privado com 18 anos de experiência na área. Este negócio, que começou por estar disponível apenas em Atlanta, onde a empresa está sediada, teve como mote o combate à criminalidade nos Estados Unidos, que, de acordo com o fundador, começou a crescer.

"Há demasiadas pessoas a serem roubadas," disse Kerry KingBrown, citado pela "News Nation", referindo-se especificamente aos roubos que acontecem no âmbito de viagens com recurso a estas aplicações. "Nós não reinventámos o serviço de boleias, apenas o tornámos mais seguro", é assim que a aplicação é descrita no site oficial.

A premissa do projeto passou por conferir mais segurança a quem usufrui deste género de serviços, dando quase o mesmo nível de tratamento que o presidente dos Estados Unidos recebe. Por isso mesmo, a empresa também leva a cabo um processo minucioso no que toca à a escolha dos motoristas.

Os condutores devem ter mais de quatros anos de experiência nas forças armadas, forças policiais ou em segurança privada, de acordo com o site. Além disso, devem ter um certificado em manobras de reanimação cardiorrespiratória e ter concluído uma formação em condução defensiva.

Os clientes têm a opção de solicitar um motorista armado ou desarmado, dependendo das suas preferências –no primeiro caso, os preços começam nos 60 dólares (cerca de 55€) e, no segundo, nos 50 dólares (cerca de 46€), com um custo adicional de 1,75€ por cada quilómetro efetuado, sensivelmente. Além disso, também oferece o serviço de transporte escolar, para os pais que preferem que os filhos sejam levados à escola desta forma.

Atualmente, a BlackWolf está disponível em Atlanta, Miami, Daytona Beach, Fort Lauderdale, Fort Myers, Jacksonville, Orlando, Phoenix, Tampa e West Palm Beach. A popularidade da aplicação é cada vez maior, tendo sido, pelo menos até ao mês de maio, descarregada por mais de 210 mil pessoas nos Estados Unidos, segundo diz a "News Nation".

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No entanto, nas redes sociais da aplicação, os céticos em relação a este serviço fazem-se ouvir, com comentários que só têm tido tendência a multiplicar-se. "Isto vai acabar mesmo bem, mal posso esperar", "E se o condutor lhe [ao passageiro] apontar a arma?", "Ah, sim. Elevaram a fasquia do típico argumento americano de 'acabar com a violência armada com mais armas'. Quando é que vão aprender?", são apenas algumas das observações.

Contudo, também há quem faça questão de frisar o quão adepto da iniciativa é. "Depois de ver as notícias recentes sobre uma rapariga de 12 anos e um condutor da Uber, a vossa missão está a colmatar uma necessidade", comentou um utilizador, referindo-se a uma menina do Texas que, alegadamente, terá sido abusada sexualmente por um motorista da concorrente da BlackWolf, de acordo com a CBS.