Nunca esteve tão em voga falar em cancelar contas de Facebook e tudo começou com o escândalo em redor da Cambridge Analytica — a empresa que foi acusada de usar de forma ilegal os dados de milhares de utilizadores para favorecer a campanha de Donald Trump.
Aqui na MAGG fizemos o teste para perceber quanta informação é que a rede social guardava sobre nós e, chocados com os resultados, tentámos sair da plataforma mas falhámos redondamente. O Facebook é uma ferramenta indispensável de trabalho e de ligação com amigos, contactos e membros de família.
Assim, fomos à procura das melhores medidas de segurança para que os nossos leitores as pudessem pôr em prática para uma navegação mais segura. Mas agora surgiu um estudo que revela que um período de tempo sem Facebook pode ser benéfico para a saúde mental através da redução dos níveis de cortisol — a hormona do stresse.
A experiência, publicada no "The Journal of Social Psychology", contou com a participação de 138 utilizadores ativos que, em média, passassem mais de 2,8 horas diárias a navegar no Facebook.
Os inquiridos responderam a um breve questionário acerca do seu grau de satisfação com a vida e com a plataforma, e disponibilizaram ainda uma amostra de saliva para ser analisada em laboratório.
Metade dos participantes foi obrigada a estar cinco dias sem usar a plataforma, enquanto que o outro grupo continuou a usá-la de forma contínua e normal.
Antes do início da experiência, foi sugerido aos participantes que escrevessem acerca de como achariam que seriam os próximos dias sem Facebook. Cinco dias depois, teriam de regressar e disponibilizar outra amostra de saliva.
Aqueles que fizeram uma pausa do Facebook assumiram que iriam ter uma vida aborrecida e desinteressante, e de facto o questionário revelou baixa satisfação com a vida em geral. No entanto, os níveis de cortisol destes indivíduos estavam muito reduzidos em comparação com o outro grupo de utilizadores que nunca deixou de usar a plataforma.
Eric Vanman, psicólogo e orientador da pesquisa, contou ao "Business Insider" que não acredita que este efeito seja exclusivo à rede social de Mark Zuckerberg.
"Não acreditamos que os resultados que retirámos deste estudo estejam diretamente relacionados com o Facebook, já que é expetável que os níveis de stresse das pessoas reduzam sempre que tiram uma pausa da sua rede social favorita", continua.
Vanman não tem dúvidas que a plataforma se tornou numa ferramenta essencial para milhares de pessoas espalhadas pelo mundo, mas diz que devido à quantidade de "informação social", rapidamente se pode tornar num fator de stresse na vida dos utilizadores.
"São cada vez mais as pessoas que fazem pausas do Facebook porque não aguentam a pressão e o stresse, mas depois acabam por voltar porque se sentem excluídas e infelizes. Depois, voltam a acusar um esgotamento mental e fazem uma nova pausa — é um círculo vicioso que parece nunca ter fim", diz o investigador à mesma publicação.
Seja como for, o psicólogo acredita que os resultados concluem que fazer uma pausa ocasional na rede social pode ser benéfico para a saúde mental mas não nega que o difícil é dar o primeiro passo — largar a internet onde tudo está a acontecer, e em que os milhares de partilhas e interações entre utilizadores estão a acontecer, em tempo real, à distância de um clique.