Desde o início de 2018 que o número de jovens que utiliza o Instagram para consumir notícias duplicou. E a tendência, sabe-se agora, é que este número continue aumentar. Pelo menos, é esta a conclusão de uma nova investigação realizada pela Reuters Institute Digital que diz que, no Reino Unido, um quarto da população com idades compreendidas entre os 18 e os 24 anos usaram o Instagram como a principal rede social para saber mais sobre as notícias referentes à surto do novo coronavírus no mundo.
Segundo a empresa que organizou a investigação, o Instagram é, atualmente, usado por mais de um terço de todas as pessoas que participaram na recolha de dados e por dois terços de pessoas que têm menos de 25 anos. E de todos os inquiridos, 11% dos utilizadores usam a rede social para ver notícias — colocando o Instagram imediatamente atrás do Twitter no que toca a este tipo de consumo de conteúdo.
A explicação, diz a Reuters Institute Digital, pode estar nos acontecimentos dos últimos tempos, como o surto da COVID-19 em todo o mundo, mas também o movimento #BlackLivesMatter que esteve (e está) ativo em vários países depois da morte de George Floyd, um homem negro, às mãos de um polícia branco.
"O Instagram está cada vez mais popular nas camadas mais jovens da população. Os jovens respondem muito bem a todo o tipo de histórias que são contadas, de forma eficiente e cativante, através das imagens", explica Nic Newman, um responsável pela investigação, à BBC. E ainda que, em termos de utilização, o Instagram esteja perto de superar os números de Twitter, o responsável garante que isto não significa que uma rede social venha a substituir a outra.
"Os mesmos utilizadores poderão continuar a usar o Facebook e o Instagram ou, até, o Twitter e o Instagram. Não significa necessariamente que uma seja suplantada por outra", adianta. No entanto, e apesar destes dados, o mesmo estudo permitiu concluir que as redes sociais continuam a ser as plataformas menos fiáveis para ler notícias.
De todos os inquiridos, apenas 26% das pessoas disseram ter confiança na forma como o algoritmo das redes sociais que utilizavam — onde se incluem plataformas como o Facebook, o Twitter, o Instagram e outras — lhes mostrava notícias relevantes sobre a pandemia. Uma pequena percentagem adiantou ainda que confiavam nas notícias que lhes chegaram através de aplicações de chat, como o Messenger do Facebook e o WhatsApp.