"Um pénis muito grande é um objeto de desejo para muitos. Mas para alguns homens, ser XL complica as suas vidas e relações, e a cirurgia de redução do pénis parece ser a única resposta". Esta é a premissa do documentário "My Massive Cock" ["A Minha Enorme Pila", em português], exibido esta segunda-feira, 24 de outubro, no Channel 4.
Homens com pénis de tamanho acima da média participaram no documentário e revelaram que a dimensão do órgão sexual masculino já os prejudicou tanto na vida amorosa como no trabalho. Scott, que tem um pénis de 23,7 centímetros (em ereção) afirma ainda que é motivo de gozo por parte dos amigos e que, na vida amorosa, acaba por sentir-se objetificado. "As pessoas só querem a nossa atenção por causa do nosso pénis e não por quem somos."
Com um pénis de 26,6 centímetros em ereção, Matt, de 39 anos, diz que não consegue manter uma relação. "Ser dotado dá-nos atenção, mas não carinho. É um problema porque não é uma coisa que possamos abordar. Se falamos sobre o tema, é manhoso, se não falamos, traz problemas". O homem revela ainda que tentou encontrar o amor online mas que acabou por ser fetichizado devido ao tamanho do pénis. Matt confessa ainda que usar preservativos o deixa com tonturas, uma vez que não há profiláticos suficientemente grandes, e que já ponderou recorrer a uma cirurgia para reduzir o pénis.
Joe, que tem um pénis de 24 centímetros, recorre a roupa interior especial, com uma bolsa, de forma a ocultar o volume da zona genital. Por mês, gasta cerca de 230 euros em cuecas especiais, e revela que o seu órgão sexual é "desproporcional" em relação ao corpo. "É mais grosso do que o meu antebraço. Consigo agarrar no meu pulso mas não consigo agarrar na minha pila". O britânico diz ainda que foi rejeitado numa entrevista de trabalho devido a "comportamento e roupas desadequadas".
O jornal britânico "The Guardian", que fez uma crítica ao documentário intitulada "Não vai conseguir apagar da memória este documentário sobre pénis", escreve que o conteúdo tem momentos de chorar a rir, mas que também dá que pensar.
"Questões de empoderamento, vulnerabilidade, preconceito social e pressões que raramente associamos aos homens foram abordadas, mas não desenvolvidas. Ainda assim, quando a gargalhada deu lugar à empatia e a crueza à compaixão, foi diferente o suficiente para ser refrescante. E deu voz a homens vulneráveis que, normalmente, são ignorados", escreve Lucy Mangan, jornalista do "The Guardian". .