Em 2019 "Sex Education" estreou-se na Netflix e nesta altura ainda estava longe de atingir o sucesso que atualmente a faz estar em todo o lado. Literalmente. É vê-la nos cartazes nas paragens de autocarro, ora nos destaques da Netflix, ora nas conversas à porta da escola ou no escritório. É que esta é uma série sobre adolescentes mas que chega a toda a gente.

A segunda temporada começou a 17 de janeiro e os novos episódios eram há muito aguardados. O impacto é tão forte para os fãs da série, como o é para as personagens. Aimee Lou Wood, 24 anos, que interpreta Aimee Gibbs, é uma das atrizes que mais fala sobre aquilo que a série representa para si, e que vai muito além do set de gravações.

Numa entrevista à rádio 1 Newsbeat da BBC, Aimee falou sobre os vários aspetos que a atormentaram na sua adolescência. É o caso da masturbação, tema abordado na primeira temporada, algo que ela "pensava que era apenas de rapazes" fazendo com que se sentisse "esquisita" por ter vontade de se masturbar.

Mas não era a única. "Quando filmei uma cena de masturbação, perguntaram-me: 'Como assim, tiveste uma cena dessas? Isso é apenas para rapazes'". E o facto é que percebeu que tal como ela, vários atores com quem contracena na série tinham várias questões sobre sexo durante a adolescência.

"Comida, emprego, sexo... é uma parte muito importante da vida e não sabemos o suficiente", disse a atriz Aimee, e acrescentou: "Gostava de ter sabido que era normal querer sexo por prazer, e não apenas para fazer bebés."

Na série Aimee é agredida sexualmente e aceita a situação, história que introduz o tema da violência no namoro. A atriz revela que fazer retratar este caso teve um grande impacto em si. "Tive de voltar à altura em que tinha essa idade e ao quão confiante era. Muitas raparigas vão rever-se nisso".

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Já Emma Mackey, uma das protagonistas na série que faz o papel de Maeve Wiley, fala sobre a importância da série quebrar tabus — que muitas vezes podem não chegar a ser desmitificados através das aulas de educação sexual na escola.

"A série faz com que a pessoa não se sinta tão sozinho. Gostava que tivesse sido exibida quando estava na escola para me fazer sentir mais normal", disse Emma na entrevista à mesma rádio, partilhando do mesmo sentimento expressado por Aimee.

Algo também partilhado pelas duas atrizes e pelo restante elenco da série, foi a descoberta da palavra "vaginismo". Esta é a palavra usada para falar sobre uma disfunção sexual feminina que se caracteriza, de acordo com o serviço de saúde pública do Reino Unido (NHS) pela contração dos músculos vaginais à penetração vaginal. O caso foi retratado na série pela atriz Tanya Reynolds, que interpreta Lily.