Spoiler alert. "Bridgerton", a nova série-sensação da Netflix, tem sexo. Tem muito sexo. Mas para ver as cenas tórridas entre o viril (mas algo perturbado por um passado atribulado) duque de Hastings (Regé-Jean Page) e a virginal, mas determinada, Daphne Bridgerton (Phoebe Dynevor), vai ter de aguardar pacientemente até meio da primeira temporada, já disponível na plataforma de streaming.

"Bridgerton", que está no top 10 das séries mais populares da Netflix em Portugal, é a primeira série original do universo Shondaland a chegar à Netflix. A mega-produtora fundada por Shonda Rhimes é responsável por alguns outros êxitos televisivos dos últimos anos cujos nomes provavelmente conhece: "Anatomia de Grey", "Clínica Privada" e "Como Defender um Assassino".

A série, baseada nos livros de Julia Quinn, cruza o que de melhor existe em dois universos aparentemente irreconciliáveis. Romances de época como "Orgulho e Preconceito" e "Mulherzinhas" com histórias contemporâneas como "Gossip Girl". Isto porque, nesta trama que se passa numa Inglaterra do século XIX, no meio aristocrático, há um twist de modernidade: a ascensão social de pessoas de raça negra. O próprio protagonista, Simon, conde de Hastings, é herdeiro de um título concedido pelo rei Jorge III (uma figura quase ausente da série), que se casou com uma mulher de ascendência africana (a rainha Charlotte, interpretada por Golda Roshuevel).

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créditos: Netflix

Essa união fez com que várias pessoas de raça negra passassem a fazer parte do meio aristocrático no qual se passa a ação da série. Mas nem tudo é ficção, uma vez que há especulações sobre a verdadeira rainha Charlotte (Carlota de Mecklemburgo-Strelitz), que se diz que poderia ter ascendência africana.

Os fãs da série "Gossip Girl" irão reconhecer de imediato a agitação e mistério em torno da identidade de Lady Whistledown, a cronista que narra, num boletim semanal assinado sob pseudónimo, todas as intrigas, amores, desamores e escândalos da corte.

No centro de toda esta narrativa está Daphne Bridgerton, a mais velha das irmã do clã aristocrático. Chegada à idade de casar, a jovem é apresentada à sociedade e assim começa a odisseia para encontrar o melhor partido para dar o nó e constituir família. Mas a entrada em cena de Simon, duque de Hastings e melhor amigo de Anthony, o irmão de Daphne e chefe da família Bridgerton, vai causar um verdadeiro turbilhão na corte.

Pelo meio há muitos bailes com vestidos faustosos, champanhe a correr non stop, beijos roubados às escuras, romances proibidos, uma gravidez indesejada e muitas idas à modista para provas de vestidos. "Bridgerton" vive muito do romance inesperado entre os protagonistas mas também dos elos de amizade entre as duas famílias em torno das quais gira a trama: os Bridgerton (compostos pela matriarca Lady Violet e os seus oito filhos) e os Featherington, cuja fortuna está em ruínas devido ao vício do jogo do barão. E, claro, das diatribes hilariantes de Eloise Bridgerton (Claudia Jessie), que está determinada em descobrir a verdadeira identidade de Lady Whistledown e em fugir ao destino de todas as jovens aristocratas daquela época: o casamento.