A XXVIII edição dos Globos de Ouro, da SIC, aconteceu na noite deste domingo, 29 de setembro, no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Além dos looks elegantes e outros que não correram assim tão bem que as celebridades escolheram para desfilar na passadeira vermelha, a gala teve vários momentos marcantes.
Desde o discurso emotivo de Manuel Luís Goucha, que à terceira vez que estava nomeado ganhou o Globo de Ouro de Personalidade do Ano em Entretenimento, à homenagem que Catarina Furtado fez a Sara Tavares, que morreu em novembro de 2023, destacamos seis deles.
1. A celebração do álbum “Viagens” de Pedro Abrunhosa
Além de Ana Moura, Dino d’Santiago e Las Ketchup, conhecidas pelo êxito “Aserejé”, Pedro Abrunhosa foi um dos artistas que atuou na gala dos Globos de Ouro. A atuação foi uma celebração de “Viagens”, o álbum de estreia do cantor, que foi lançado há 30 anos e foi um sucesso.
“Viagens” foi tripla platina e considerado o melhor álbum dos anos 90. Pedro Abrunhosa presenteou o público com os temas “Não Posso Mais”, “Socorro” e “Tudo o Que Eu Te Dou”.
O cantor não se ficou pelo palco e, durante a atuação, cumprimentou várias celebridades, como Soraia Chaves, Manuel Luís Goucha e Rui Oliveira, Ricardo Araújo Pereira, Diana Chaves, Sara Matos, João Manzarra e Cláudia Vieira.
2. Manuel Luís Goucha venceu Globo de Ouro e dedicou-o à mãe
Manuel Luís Goucha, que ganhou o Globo de Ouro de Personalidade do Ano em Entretenimento após ter sido três vezes nomeado, fez um discurso emotivo quando subiu ao palco para receber o galardão, não conseguindo conter as lágrimas.
“Parabéns aos nomeados. Quatro companheiros que muito respeito profissionalmente e, em alguns casos, porque os nossos caminhos se cruzaram, de quem sou verdadeiro amigo”, começou por dizer, mencionando os restantes nomeados, César Mourão, Vasco Palmeirim, Cláudio Ramos e João Baião.
Manuel Luís Goucha dedicou o prémio ao marido, Rui Oliveira. “Tenho que agradecer também ao meu companheiro de 25 anos de vida, o meu marido Rui. É ele que me aquieta, é ele que me desafia e, sobretudo, é ele que me facilita a vida para que eu me dedique, ao fim destes 40 anos, a esta paixão que nasceu em criança ao ver a televisão”, afirmou.
Além disso, o apresentador da TVI deixou uma mensagem aos “artistas presentes, das mais diversas vertentes, e ausentes”. “Gostaria que não se acomodassem ao sistema. Não deixem que o poder, seja ele qual for, não mais vos receie enquanto agentes de mudança, de luta e de liberdade. A liberdade não floresce no meio da ignorância”, mencionou.
Por fim, dedicou o prémio à mãe, Maria de Lourdes Sousa, que morreu em agosto deste ano, aos 101 anos. “Permitam-me que eu dedique a alguém que talvez esteja algures noutra dimensão. Mamã, ganhei o Globo!”, concluiu.
3. Catarina Furtado regressou aos Globos de Ouro para homenagear Sara Tavares
Catarina Furtado regressou aos Globos de Ouro da SIC para homenagear Sara Tavares, cantora que morreu em novembro de 2023 após vários anos a lutar contra um tumor no cérebro. Depois de um discurso emotivo da apresentadora da RTP, Mayra Andrade, Ana Moura, Dino d’Santiago, Branko e Nuno Guerreiro cantaram alguns dos êxitos mais marcantes da artista, como “Ponto de Luz” e “Coisas Bunitas”.
“Há 30 anos, Portugal viu nascer uma estrela. Há 30 anos conhecemos uma das almas mais bonitas da música de Portugal, de Cabo Verde, do mundo. Discreta, mas absolutamente hipnotizante. A Sara Tavares é um sopro de identidade e de brilho, de anti-vedetismo, anti-ego, mas a pertencer à família dos eternos, daqueles que a memória e a história nunca vão trair, porque o que nos deixa é de uma qualidade inquestionável. E é luz”, começou por dizer.
“A Sara marca, de muitas formas, a nossa cultura e a vida de tantas pessoas com o seu bom feeling. A mim, é de uma maneira muito única, porque a Sara foi a minha primeira. Ao longo dos anos ouvimo-la dizer que não sentia saudades de nada, porque vivia tudo com muita intensidade. Eu sinto saudades dela, muitas. Dessa intensidade serena, da convicção doce, da sensibilidade corajosa. Sinto falta das suas opiniões sustentadas e das certezas nunca impostas com intransigência, de uma pureza nunca ingénua. E do seu olhar, um olhar que falava antes dela e, às vezes, por ela”, continuou.
Sara Tavares começou no programa “Chuva de Estrelas”, tendo sido a primeira vencedora do programa da SIC, em 1994. “A Sara é muito mais do que uma concorrente que venceu um programa de televisão ou que conquistou um resultado histórico na ‘Eurovisão da Canção’. (...) Sinto mesmo que devo, em sua honra, porque sei que seria o que a Sara gostaria que eu dissesse aqui, embora detestasse ser o centro das atenções, que se querem conhecer a essência da Sara, se querem saber quem ela é, vão ouvir a sua obra musical e as suas autorias. É nas palavras dela na música que irão encontrar a sua raiz e a sua imensa beleza. A Sara é poesia, poesia para sempre”, concluiu Catarina Furtado.
4. Cândido Costa venceu o Prémio Revelação
Cândido Costa, 43 anos, venceu o Prémio Revelação, estando nomeado juntamente com Ana Lua Caiano, Antório Castro, Jüra e Rui Pedro Silva, e, ao recebê-lo, não deixou o humor de lado.
“Eu não consigo deixar de ter este pensamento. Estão a dar-me isto agora, porque se me tivessem dado imediatamente no final da minha carreira de futebolista, provavelmente tinha sido penhorado”, começou por brincar, relembrando as dificuldades que enfrentou depois de abandonar os relvados.
“Eu acho que há aqui uma mensagem subjacente a este Globo que torna a coisa um bocado especial aos 43 anos. Nunca é tarde para se ser revelação. Seja em que área for, estamos sempre a tempo de nos renovarmos, de nos revigorarmos, de nos regenerarmos, mas não o fazemos sozinhos”, continuou.
Cândido Costa dedicou o prémio aos pais, aos irmãos, aos filhos, Salvador, Rafael e Gabriel, e à mulher, Cidália Oliveira. “A mulher que faz com que isto seja tudo possível, a mulher mais soltinha desta noite. Cidália, hoje vai haver funaná. Te amo”, concluiu.
5. Joana Marques, Ana Galvão e Inês Lopes Gonçalves não deixaram nada por dizer
Joana Marques, Ana Galvão e Inês Lopes Gonçalves, as “Três da Manhã” da Rádio Renascença, estrearam-se no palco dos Globos de Ouro para animarem a gala da SIC. A humorista começou por explicar às estreantes o que podem esperar deste evento.
“Não se preocupem, isto não tem nada que saber, até porque é sempre igual. Aliás, o espectador lá em casa nem sabe se está a ver isto em direto ou se é uma repetição do ano passado que eles puserem, porque é sempre a mesma coisa: os mesmos nomeados, os mesmos convidados, outra vez a Clara de Sousa a apresentar, é uma grande seca”, atirou.
Joana Marques, na primeira intervenção do trio na gala, ainda brincou com Cristina Ferreira, que apresentou os Globos de Ouro em 2019, quando esteve na SIC. “Vamos fazer com que a nossa presença nos Globos seja como a da Cristina Ferreira”, disse. “Épica?”, questionou Ana Galvão. “Não, a primeira e a última”, respondeu a humorista, conquistando gargalhadas do público presente.
6. Paulo de Carvalho recebeu Prémio Mérito e Excelência
Paulo de Carvalho recebeu o Prémio Mérito e Excelência nos Globos de Ouro da SIC. O cantor de 77 anos tem mais de 60 anos de carreira, 28 álbuns lançados e duas vitórias do Festival da Canção. Em 1974, com o tema "E Depois do Adeus", representou Portugal na Eurovisão, ficando em 14º lugar, e em 1977, enquanto membro do grupo Os Amigos, levou o tema "Portugal no Coração" e ficou também em 14º lugar.
Em 1993, foi compositor de "Cidade (até ser dia)", tema que venceu o Festival da Canção e que ficou em 10.º lugar na Eurovisão na voz de Anabela. Paulo de Carvalho é conhecido por temas como “Lisboa, Menina e Moça”, “Os Putos”, “Flor Sem Tempo”, “Nini dos Meus 15 anos” e “Depois do Adeus”.
Conheça todos os vencedores.
Cinema
Melhor Atriz
- Anabela Moreira ("Mal Viver/Viver Mal" e "A Semente do Mal")
- Carla Maciel ("Légua")
- Maria João Pinho ("A Sibila)
- Rita Blanco ("Mal Viver/Viver Mal)
- Rita Cabaço ("O Vento Assobiando nas Gruas")
Melhor Ator
- Albano Jerónimo ("O Pior Homem de Londres" e "The Nothingness Club")
- João Arrais ("Nação Valente")
- Pedro Inês ("Índia")
- Rúbem Simões ("Vadio")
- Rui Morrison ("Sombras Brancas")
Melhor Filme
- "Baan", Leonor Teles
- "Mal Viver/Viver Mal", João Canijo
- "Nação Valente", Carlos Conceição
- "Nayola", José Miguel Ribeiro
- "Onde Fica Esta Rua ou Sem Antes nem Depois", João Pedro Rodrigues e João Rui Guerra da Mata
Entretenimento
Personalidade do Ano
- César Mourão
- Cláudio Ramos
- João Baião
- Manuel Luís Goucha
- Vasco Palmeirim
Personalidade do Ano - Digital
- Ana Garcia Martins ("A Pipoca Mais Doce")
- Guilherme Geirinhas
- Joana Marques
- Mariana Cabral ("Bumba na Fofinha")
- Nuno Markl
Moda
Personalidade do Ano
- Ana Duarte
- Béhen - Joana Duarte
- Constança Entrudo
- Luís Pereira
- Manuel Alves e José Manuel Gonçalves
Ficção
Melhor Atriz
- Helena Caldeira ("Rabo de Peixe")
- Inês Aires Pereira ("Erro 404")
- Márcia Breia ("Lúcia, a Guardiã do Segredo")
- Margarida Vila-Nova ("Matilha")
- Sofia Ribeiro ("Senhora do Mar")
Melhor Ator
- Afonso Pimentel ("Matilha" e "Rabo de Peixe")
- Albano Jerónimo ("Rabo de Peixe")
- José Condessa ("Rabo de Peixe")
- Paulo Pires ("Codex 632")
- Rodrigo Tomás ("Rabo de Peixe")
Melhor Projeto
- "Codex 632"
- "Lúcia, a Guardiã do Segredo"
- "Matilha"
- "Senhora do Mar"
- "Rabo de Peixe"
Teatro
Melhor Atriz
- Antónia Terrinha ("A Omissão da Família Coleman")
- Eduarda Arriaga ("Girafas")
- Emília Silvestre ("Longa Jornada para a Noite")
- Maria Jorge ("Remédio")
- Marina Mota ("Bravo 2023!")