Cristina Ferreira celebra 44 anos esta quinta-feira, 9 de setembro. Com uma presença vincada no digital há cerca de dez anos, tem mais de um milhão e meio de seguidores no Instagram e um público diversificado.“Uma das coisas que defendo muito — e acho que é o grande sucesso da Cristina — é o seu lado genuíno e autêntico", começa por explicar à MAGG Miguel Raposo, especialista em marketing de influência.

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"É uma figura pública que conquistou, ao longo dos últimos anos, uma audiência muito grande em televisão e toda a sua naturalidade à volta, e o digital, foram uma alavanca gigantesca.” O especialista confirma a presença assídua de Cristina Ferreira no digital. "Publica muito conteúdo, o que é ótimo" e revela um dos "grandes segredos" da apresentadora para ter um grande alcance: ter um "perfil normalíssimo" nas redes sociais.

"Há muita coisa que é publicada no momento, nota-se claramente. Há outras que, obviamente, são pensadas: as capas da revista, as campanhas publicitárias. Mas acho que o grande segredo passa pelo facto de não ser um 'feed perfeito'. É o que o torna real e muito mais autêntico para as pessoas que a seguem", revela.

Miguel Raposo explica que "há criadores de conteúdo muito grandes que publicam menos e o que publicam é tudo muito perfeito... não sai uma foto sem 'Photoshop', não sai uma foto sem ser cuidada". Na opinião do especialista, o facto de isso não acontecer nas redes sociais de Cristina Ferreira é algo muito positivo. "É um perfil sem o grande problema de ‘tenho que lançar uma foto’ ou ‘não posso lançar agora esta foto porque tem que ser só às 9 horas da noite e tem que ser trabalhada’.”

Na sua visão, "um dos grandes erros que muitas pessoas influentes da televisão tentam fazer é ter um lado perfeito nas redes sociais", mas no caso de Cristina Ferreira, "conseguimos ver a mesma pessoa nos dois lados [na televisão e no digital] e a apresentadora, "mesmo fora do ecrã, é igual".

O também diretor de marketing digital assegura à MAGG que "é complicado conseguir mostrar a mesma personalidade" no digital e fora das redes, e que esse é "o grande problema das pessoas quando vão para o digital". Miguel Raposo é assertivo: "Há pessoas com perfis semelhantes e que estão na televisão há muitos anos a fazer outros programas da manhã e nunca tiveram um crescimento tão grande como ela, exatamente porque depois, nas redes sociais, não conseguem demonstrar que são a mesma pessoa”.

"O cruzamento do 'offline' com o 'online' é muito bem feito"

Do Facebook (onde se mantém, com quase 2 milhões de seguidores) migrou para o Instagram, mas faz sucesso dentro e fora dos ecrãs. "Daily Cristina" começou por ser um blog. Hoje continua ativo, mas ao nome associa-se, agora, a marca, com a sua própria comunidade no digital: roupa, calçado, vernigel, eyewear e outros acessórios, um perfume e, claro, a revista.

Para Miguel Raposo, o "cruzamento do 'offline' [referindo-se aos conteúdos televisivos] com o 'online' " é "muito bem feito" e traduz-se em "resultados muito grandes", uma vez que "as pessoas estão a ver uma coisa e sabem que no digital se está a passar exatamente a mesma", sendo a revista um exemplo de uma "conversão muito boa".

"Antes de alguém comprar a revista é no digital da Cristina que vê o que é que vai acontecer e fica com vontade de a comprar. Vê o ‘making of’, vê um 'preview' do que é que poderá ser uma possível capa."

A audiência é grande e o público é diversificado, mas Cristina Ferreira chega a todos, adaptando o conteúdo aos consumidores a que pretende chegar. "Tanto pode ser conteúdo mais direcionado para um público que vê televisão, para as pessoas que compram a revista, para as pessoas que compram o livro, como há a campanha do perfume. O digital tem esse lado bom que é conseguirmos trabalhar em função do público", considera o especialista.

"Não há muitas figuras públicas que tenham conseguido transformar o seu digital numa segunda casa e Cristina conseguiu isso.”

Quanto à estratégia de comunicação nas redes, Miguel Raposo salienta que não reconhece a existência de uma estratégia pensada, mas está seguro de que a apresentadora pretende levar o público do digital para a televisão e vice-versa. A Gala dos Globos de Ouro de 2019 é outro exemplo de um cruzamento de sucesso entre os meios. "Há uma foto do vestido, de imediato a foto está no Instagram, já está a ser comentada e, entretanto, ela está a apresentar. Isso funciona muito bem, ela tem sido muito bem acompanhada no digital."

O projeto final

"Começou muito cedo" e "hoje em dia é inacreditável", refere Miguel Raposo destacando "um mérito muito grande" de Cristina Ferreira. Fala num crescimento muito rápido, com origem "na carreira e no trabalho" e "que tem que ver com uma ambição tanto para o digital como para tudo o resto".

A entrevista de Cristina Ferreira no "Jornal das 8" assinalou o regresso da apresentadora aos ecrãs da TVI. Numa conversa conduzida por Pedro Pinto, falou sobre a SIC e os novos projetos e funções enquanto diretora de Entretenimento e Ficção e confessou: "Este é o meu projeto final profissional. Não vou a mais lado nenhum. Vou ficar aqui até ao fim dos meus dias."

Depois de encerrar "um ciclo e uma dupla" ao lado de Manuel Luís Goucha em "Você na TV", estreou-se com o "Dia de Cristina", a 23 de setembro de 2020, seguido de "All Together Now", em março de 2021.

Numa entrevista ao apresentador, seis meses depois de voltar à "casa-mãe", Cristina Ferreira falou sobre o que, ao longo destes anos, a vida lhe acrescentou."Há uma coisa que eu tenho pena que me tenha acrescentado, mas que é inevitável, que é a dureza. "Porque tu para sobreviveres tens que te tornar mais racional, tens que te tornar mais dura, mais fria. E isso é o contrário daquilo que eu sou."

"A única coisa que tenho — e acho que é uma vantagem que eu levo — é ser honesta", assegurou Cristina em conversa com Manuel Luís. "Tenho esse orgulho profundo de dizer apenas a verdade". Durante a entrevista, confessou, ainda, uma dificuldade acrescida em assumir o cargo de liderança na TVI por ser mulher. "Eu cheguei aqui por mérito, foi por trabalho. Foi apenas a mostrar que tinha capacidade e qualidades para aqui chegar."