"Gossip Girl" está de volta. A sequela da série original, emitida entre 2007 e 2012, estreou em 2021. Uma primeira temporada com 12 episódios depois, chega a segunda leva, com ainda mais mentiras, caos, traição, vingança, luxo, paixão e manipulação. A MAGG esteve à conversa com alguns dos atores e agora diz-lhe o que pode esperar da segunda temporada.
A 28 de novembro foi realizada uma conferência de imprensa virtual para promover os novos episódios, sendo que os dois primeiros já estão disponíveis na HBO Max Portugal desde 1 de dezembro. Desde o regresso de personagens icónicas da série original à maior aposta na diversidade, os fãs da trama podem contar com muitas novidades.
Esta conversa contou com a presença do escritor e produtor executivo (tanto da série original como da sequela), Joshua Safran, e dos atores Thomas Doherty (que interpreta Max Wolfe), Emily Alyn Lind (ou Audrey Hope), Evan Mock (Aki Menzies), Whitney Peak (Zoya Lott), Savannah Lee Smith (Monet de Haan), Zión Moreno (Luna La), Eli Brown (Obie Bergman) e Grace Duah (Shan Barnes).
Uma temporada com "muito mais drama, mais discussões"
Numa sequela, os espectadores tendem sempre a fazer comparações. "Que personagem se assemelha a Blair Waldorf? Quem é a Serena van der Woodsen? Temos algum Chuck Bass?", pensarão. E muitos ficaram desiludidos por as duas séries serem tão diferentes. A boa notícia é que, na temporada que aí vem, estão mais parecidas que nunca.
"A segunda temporada é mais como a série original. Há muito mais drama, mais discussões", disse Emily Alyn Lind, que assume o papel de Audrey, à MAGG. Joshua Safran, o produtor executivo, não concorda na totalidade. "Acho que a primeira temporada também foi como a original", crê, embora reconheça que "a segunda é mais parecida", uns 95%.
Para Joshua Safran, que esteve sempre envolvido em ambas as produções, os primeiros episódios foram mais suaves e "não tiveram cliffhangers (tanto suspense) nem drama louco, porque o objetivo era dar a conhecer as personagens". Emily Alyn Lind argumenta que ainda só as conhecemos "de forma superficial" e é agora que vamos conseguir "perceber todos os antecedentes" e "justificar as ações" de cada um.
Será possível compreender melhor a identidade da Gossip Girl
A promessa vem do produtor executivo. Quem viu os primeiros 12 episódios sabe que, ao contrário do que aconteceu no programa de 2007, onde apenas revelaram a identidade da anónima Gossip Girl nos últimos momentos, para esta sequela, decidiram mostrar logo quem estava por detrás da divulgação dos mexericos.
A MAGG quis saber se, em alguma altura, a equipa se arrependeu de ter tomado essa decisão, afastando-se totalmente da premissa da série original e acabando desde logo com o mistério que durante anos agarrou tantos fãs. "Zero arrependimentos", garantiu Joshua Safran.
"Nem eu teria feito o programa se não pudesse fazer com que os professores fossem a Gossip Girl", acrescentou. Mais uma grande diferença para com o original: a Gossip Girl não é uma entidade única, individual, de uma pessoa apenas, e sim assumida por várias. "Acho que, na segunda temporada, as pessoas vão entender melhor", acredita, quanto a esta decisão.
Safran entende que parte do público "nunca sabe o que sentir para com os professores". "É suposto estarmos de acordo com eles ou percecioná-los como vilões?", cita. "É isso mesmo que queremos", explica, referindo-se a essa dúvida. "Na segunda temporada torna-se claro" se são os bons ou os maus da fita, de acordo com o produtor executivo.
Nesta temporada inaugural, optaram também por levar a Gossip Girl a expor quem enviou que mexericos, algo que nunca antes tinha acontecido e que podia acabar com o reinado desta figura de poder de Nova Iorque, por falta de confiança. Pelos vistos, a equipa de produção da série chegou mesmo a considerar fazer isso mesmo no programa original.
"Na primeira 'Gossip Girl' já tínhamos debatido se ela deveria divulgar quem mandava as dicas", adiantou Joshua Safran à MAGG. Acabaram por não o fazer, mas agora pareceu-lhes a melhor altura, dada a atual "crueza e crueldade das redes sociais", que "mudaram tanto que as pessoas já não querem saber" desse tipo de aspetos e, por isso, "continuam a enviar as dicas".
Vêm aí mais personagens do programa inicial
Para grande alegria dos fãs, a primeira temporada desta sequela trouxe de volta caras familiares para quem acompanhou o drama de 2007, como Margaret Colin, que interpretava Eleanor Waldorf, Wallace Shawn, que assumia o papel de Cyrus Rose, e Zuzanna Szadkowski, a icónica Dorota.
Já que tentaram distanciar-se tanto da primeira série, por que motivo quiseram trazer algumas das personagens antigas? "Porque não é um reboot e sim uma sequela. Então, eles continuam a existir neste Mundo. E o original não aconteceu assim há tanto tempo. Acabou há dez anos, não há 30", relembra o produtor executivo.
"Estas personagens continuam neste Mundo, porque, quando és rico, tendes a continuar rico. Estão na casa dos 30, não dos 60", continua. "A marca da Eleanor Waldorf (Waldorf Designs) ainda anda por aí, mesmo que seja a Blair a geri-la. O Dan continua um romancista, e está a correr muito bem, algo que vamos perceber nesta temporada", exemplifica.
O produtor executivo de "GG" está convicto de que "é muito importante continuar esse enredo" e, por essa razão, continuarão a trazer as personagens originais. "Esperamos ter mais pessoas a vir", assume. Há um regresso já confirmado: o de Georgina Sparks, representada por Michelle Trachtenberg.
"Sempre soube que queria a Michelle de volta. Nós mantivemos o contacto ao longo dos anos e, quando foi confirmada a primeira temporada, ela veio falar comigo a perguntar quando é que a Georgina voltava", revelou Joshua Safran à MAGG. O produtor decidiu guardar este grande regresso para a segunda temporada, "quando a história estivesse mais cimentada".
Isto porque, acredita, "a Georgina funciona melhor onde consegue criar o maior caos" e, com o enredo mais desenvolvido, torna-se possível. "Nós sabíamos que ela vinha. Estávamos todos ansiosos", comenta, sobre esta personagem "anarquista" que "só quer ver o mundo a arder".
"A Georgina nunca te conheceu e, mesmo assim, vai destruir-te", acrescenta, dando a entender que vêm aí muitas confusões. Para Safran, a atriz e a personagem "são completamente diferentes". "A Michelle é super querida. Vê-la voltar ao papel, de forma automática, foi extraordinário", afirma. "Há a Georgina, mas também há outros", disse à MAGG, sem especificar quem estará de volta.
Aposta num elenco com diversidade vai continuar
"Queremos que as personagens sejam ainda piores", em termos de maldade, assume o produtor executivo, que adianta que, nesta produção com a HBO Max, apostaram numa "maior representação da sexualidade e da diversidade", de forma a "mostrar o quão global ficou Nova Iorque e a riqueza".
Desta vez, "a maior parte dos miúdos não são americanos" ou pelo menos têm ascendência de outras culturas, algo que estava em falta na série inaugural. Agora, está também mais presente o universo LGBTQIA+, e tentam abordar a forma "como o sexo impacta as pessoas".
Thomas Doherty, Emily Alyn Lind e Evan Mock formam agora um trisal (Max, Audrey e Aki) e consideram-se a parte mais cómica do programa, que concede um alívio a todo o drama. Quando questionados se estariam abertos a diferentes tipos de relações na vida real, como um trisal, mostraram divergir das personagens.
"Eu mal consigo estar numa relação. Adicionar outra pessoa… acho que não seria capaz", retorquiu Evan Mock. "Não percebo como é que as pessoas conseguem fazer isso. Tiro-lhes o chapéu. Eu não conseguia", concordou Thomas Doherty. "Sem comentários", respondeu Emily Alyn Lind.
Há uma nova rainha em Constance Billard
O reinado de Julien Calloway (retratada por Jordan Alexander) está muito tremido. A personagem principal, a influencer máxima, aquela cujo enredo gira todo em torno, vai perder muito poder na segunda temporada. É a altura de Monet de Haan (Savannah Lee Smith) brilhar.
"A Monet vai ter um papel muito maior nesta temporada, o que foi muito entusiasmante para mim. Vemos mais camadas dela, emoções diferentes além da raiva e de ser má. Vemo-la tornar-se mais sensível com os pais, por exemplo. Não é tão superficial", explicou a atriz que encarna a personagem, que na primeira temporada foi secundária.
Os novos episódios vão contribuir "para mostrar de onde vem a amargura dela" e "porque é que sente a necessidade de controlar os outros". Mas de onde vem esta sede repentina de protagonismo e a guerra contra Julien, de quem Monet era tão amiga? "A Monet estava sempre a dar o seu máximo à Julien e a torná-la a melhor influencer que pudesse", começou por explicar a atriz.
"Já a Julien estava sempre a estragar tudo, e a Monet fartou-se e pensou 'Porque não eu? Eu consigo fazer melhor'. Foi uma série de situações em que a Julien não deu ouvidos à Monet, e ela fartou-se", justifica Savannah Lee Smith sobre esta nova dinâmica e mudança na hierarquia.
Para encarnar Monet, Savannah inspira-se nas "mean girls" que enfrentou no ensino secundário, em Los Angeles. "Experienciei algum bullying na escola", contou, acrescentando também retirar inspiração de personagens como Regina George, Gretchen Wieners (ambas de "Mean Girls") e Blair Waldorf (da primeira "Gossip Girl").
A dinâmica entre personagens vai mudar de forma drástica
Com esta perda de popularidade, o que será feito de Julien Calloway? Pelos vistos, está mesmo a ficar sem amigos — que o diga Emily Alyn Lind. "A Audrey é uma amiga muito protetora, que cuida daqueles de que gosta e que afasta quem se tenta meter. Na primeira temporada, ela aguentou a amizade com a Julien", começa por dizer.
"Embora as intenções da Julien sejam boas, ela estraga tudo muitas vezes. A Audrey está sempre lá para limpar a porcaria que ela faz. Nesta temporada, a Audrey não vai aturar os erros da Julien. Agora estará ocupada a lidar com o novo relacionamento", revelou a atriz que interpreta Audrey, a melhor amiga da personagem principal, à MAGG.
Também Whitney Peak, que assume o papel de Zoya, irmã de Julien, reconhece um afastamento, principalmente depois de fazer novas amizades. "Isso vai fazer com que ela consiga individualizar-se, sem estar só no grupo de amigos da Julien. Ela está a tentar encontrar o seu lugar no mundo, priorizar-se, perceber quem é", afirmou, sobre o enredo de Zoya nesta temporada.
Zoya também poderá estar a sentir-se "chocada e traída" pelo pai, que "sempre lhe ensinou o que era correto e que agora parece estar a voltar atrás com a palavra dele", depois de aceitar dinheiro de quem não devia. "Pode ser que se resolvam", atirou a atriz, sem querer revelar demasiado.
Quanto a Obie Bergman, a personagem de Eli Brown, vai continuar a fugir ao drama. "Ele andou a saltar entre as duas irmãs e agora já está farto", disse o ator à MAGG. Agora, Obie tem uma nova namorada, Grace, que "vai ser muito saudável para o Obie — pelo menos durante uma fase".
Amiga das duas rivais da temporada, de que lado vai ficar Luna La (interpretada por Zión Moreno)? "A Luna escolhe-se a si própria, não toma um partido. Ela é muito inteligente e não quer nada com este drama, só quer que acabe", assegurou a atriz à MAGG.
Enquanto a segunda temporada pertence a Monet, a terceira vai ser focada em Luna La (Zión Moreno), que vai sofrer uma reviravolta na segunda temporada, de acordo com o que foi dito nesta conferência. Mas, até lá, ainda vai acontecer muito drama na escola privada Constance Billard.