O "Governo Sombra" vai deixar de exercer na TSF. O programa semanal de debate, que se estreou na rádio do grupo Global Media em outubro de 2008, passa a ser emitido em formato podcast no site do "Expresso", mantendo-se em antena na SIC Notícias.
Ao que a MAGG apurou, esta saída da TSF foi uma decisão tomada em conjunto pelos quatro intervenientes do formato: Carlos Vaz Marques, João Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira.
"Governo Sombra" começou por ser um programa semanal na TSF, passando para a televisão em 2012. Foi emitido na TVI24 até 2019 e, em janeiro de 2020, aquando a mudança de Ricardo Araújo Pereira para a SIC, rumou ao canal generalista da estação de Paço de Arcos. Em agosto de 2020, passou a ser emitido na SIC Notícias, no dia habitual, sexta-feira à noite.
Depois da habitual pausa de verão, os elementos do formato regressam na próxima sexta-feira, 3 de setembro, não se sabendo ainda se o nome do programa se manterá ou se será criado um novo programa com os mesmos intervenientes.
Carlos Vaz Marques de saída da TSF
Jornalista na TSF há 32 anos, Carlos Vaz Marques encontra-se agora em processo de saída da rádio fundada por Emídio Rangel. O moderador do "Governo Sombra" relatou, numa série de posts no Instagram, os acontecimentos de uma situação que descreve como "bullying profissional".
"Nunca pensei, ao fim de mais três décadas de dedicação, vir a ser colocado pelo Global Media Group, actual detentor da marca TSF, na situação atentatória da minha dignidade profissional a que estive sujeito nos últimos meses", escreveu.
"Vi-me durante meses sob uma situação que só posso descrever como uma forma de bullying profissional. Foi a própria TSF a acabar unilateralmente com o programa 'O Livro do Dia' e o novo diretor achou que depois de mais de uma década sem qualquer aumento salarial estava na altura de me fazer aceitar um corte no vencimento para menos de metade", escreve o jornalista.
Carlos Vaz Marques relata ainda que fez uma contraproposta (o regresso do programa "O Livro do Dia" ou rescindir amigavelmente com a empresa), mas nenhuma das sugestões foi aceite. "Durante meio ano, tentei sensibilizar a direcção de recursos humanos da empresa para o atropelo de que estava a ser vítima. Tudo em vão. Fui colocado numa equipa de turno e ao longo dos últimos meses a minha actividade profissional limitou-se (nos dias em que houve alguma coisa para fazer, pois na maior parte deles em nada pude contribuir para a antena da TSF, embora sujeito a cumprir horário), a uns telefonemas de circunstância e à recolha de curtas declarações telefónicas gravadas a respeito de temas correntes, frequentemente sem qualquer relevância noticiosa", relata.
"Perante isto e mais um punhado de circunstâncias que constarão do processo que seguirá os trâmites legais adequados, decidi ser tempo de não aceitar mais ofensas à minha honra e dignidade profissional. A minha relação com o Global Media Group, actual detentor da marca TSF, lamentavelmente terá de ser resolvida em tribunal", explicou ainda o moderador do "Governo Sombra".