Na gala do "Ídolos" deste sábado, 30 de abril, foram atribuídos mais de uma dezena de bilhetes dourados para a próxima fase. Ou os jurados — Ana Bacalhau, Pedro Tatanka, Joana Marques e Martim Sousa Tavares — estavam muito generosos (na última foram apenas seis) ou realmente o talento era tanto que não tiveram como não atribuir a passagem direta. No fundo, foi uma junção dos dois.
Um dos exemplos foi a concorrente Carolina Cardoso, 18 anos, de Tarouca, que interpretou "All I Want", de Kodaline, de uma forma muito "fofinha" que não convenceu o jurado e maestro Martim Sousa Tavares. "Se calhar, dos quatro, sou o menos embevecido. Achei que foi muito querido, mas numa zona extremamente fofinha. Uma zona cuidada, delicada, tudo isso. Mas faltou-me algum sal", disse no fim da audição.
Contudo, Carolina lá passou, mas com um pedido. "Para mim também é um sim, mas sem a guitarra", disse Martim Sousa Tavares sobre a próxima fase.
Diversidade musical foi o que não faltou no "Ídolos" deste sábado, sendo que além do estilo country interpretado pela jovem de 18 anos, a alma de Évora chegou à sala de audições do programa pela voz de Joaquim Rosa, de 26 anos. O concorrente cantou "Morena de raça", de Buba Espinho, e, apesar de Ana Bacalhau não ter sentido "a força" "dos coros alentejanos numa só voz", como queria ter sentido na voz de Joaquim, assim como Joana Marques que achou a interpretação "mortiça", Martim Sousa Tavares ficou rendido.
"Acho que tens muita coragem em vir aqui trazer este reportório. Deixaste-me muito tocado e se os meus colegas não te quiserem passar, vou bater-me por ti para mudar-lhes a opinião. Provavelmente não vais ser o vencedor, mas trouxeste serviço público", disse, apesar de reconhecer que esta "pode não ser a voz de que estão à procura".
Do Alentejo para o Brasil, Jessie Trexa, drag queen desde 2017, entrou na sala de audições para arrasar e fê-lo com "A queda", de Glória Groove. Assim que terminou a atuação, grandes elogios se seguiram. "Estava aqui a pensar que é como se Pabllo Vittar e a Broadway se chocassem de frente e se transformasse numa coisa" para a qual Joana Marques nem teve mais palavras.
"Tu foste muito coerente com a atitude com que entraste. A energia esteve lá, no sítio certo. Montaste aqui um show", disse o maestro Martim Sousa Tavares, que não se sentiu a "ferver" pelo facto de Jessie Trexa ter cantado pouco, mas a concorrente prometeu fazer o jurado ferver se passasse. Apesar do "não" de Joana Marques, ao look branco e azul, a drag queen juntou o dourado do bilhete da próxima fase.
Duas novas tentativas, dois "sim"
Diogo Duarte (27 anos), do Bombarral, e Diana Silva (24 anos), de Valongo, voltaram ao programa do Ídolos e, desta vez, conquistaram.
No caso do concorrente Diogo, tinha participado na edição de 2015, mas ao chegar à fase do teatro esqueceu-se da letra da música e não conseguiu continuar. Em 2022 não só a sabia de cor, como cantou e encantou com "Here I Go Again", de Whitesnake, do início ao fim.
"A ti imagino num palco. Tens um à vontade que dá uns pontinhos extra", elogiou Martim Sousa Tavares. Já Pedro Tatanka sentiu que o concorrente podia ter "arranhado a voz", mas vê potencial em Diogo Duarte, assim como Ana Bacalhau e Joana Marques.
"Acho que escolheste bem a música, isto porque tinha-me cruzado com o Diogo ali há pouco e ele disse que ia cantar a música do Sporting", contou a humorista. O hino do Sporting foi pedido pela filha de Diogo, que cumpriu, mas só depois de o "Here I Go Again" ter feito com que o "maluco que se leva a sério" passasse a mais uma fase.
Já Diana Silva escolheu cantar em português, "Anda estragar-me os planos", de Salvador Sobral, e levou o bilhete dourado pela segunda vez, agora passados alguns anos e com mais experiência na música desde a última participação no "Ídolos".