A primeira gala do programa "Ídolos", da SIC, aconteceu este sábado, 21 de maio, e com uma entrada em grande que nos remeteu para o canal concorrente: a TVI. A estreia das galas começou com uma atuação da apresentadora do "Ídolos", Sara Matos, uma ex-moranguita que, há 12 anos, deu a conhecer o seu talento como atriz na série "Morangos com Açúcar", assim como a sua voz com o tema "Danço A Caminhar", de Ana Bloom.

Muita coisa mudou em 12 anos, como a idade da agora também apresentadora, que já tem 32 anos e é mãe de Manuel, fruto da relação com Pedro Teixeira, as escolhas da musicais, evoluindo para "Andorinhas", de Ana Moura, tema que interpretou na primeira gala do "Ídolos", e também a sofisticação do look.

"Ídolos". Sara Matos créditos: instagram

Sara Teixeira abriu a gala num deslumbrante conjunto verde, composto por um crop top de manga comprida e uma saia com uma grande racha, cheio de brilhos e a combinar com a pele extremamente bronzeada. Parecia a personagem de "A Princesa e o Sapo", filme da Disney, mas numa versão mais arrojada.

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Em suma, a apresentadora mostrou a versão 2.0 da Sara Matos que todos ficámos a conhecer em "Morangos com Açúcar". Passou de uma moranguita com açúcar normal a um abacate polvilhado com açúcar de coco — que o normal já está ultrapassado e a própria Sara Matos deverá ser adepta das alternativas menos processadas, não tivesse ela sido capa da revista "Women's Health Portugal" em abril.

Quem também mostrou grande evolução foi o artista Diogo Piçarra, que atuou a meio da primeira gala de "Ídolos". "É como voltar a casa 10 anos depois e sem dúvida foi onde tudo começou", disse. O cantor apresentou ainda algumas novidades, como vários concertos nos próximos meses e "quem sabe um álbum no final do verão".

Antes e depois do exemplo de sucesso que venceu a edição de 2012, outros concorrentes mostraram que merecem o mesmo no "Ídolos" de 2022.

Dos 15 finalistas que chegaram à primeira gala, só 10 passaram à do próximo sábado, 28 de maio. Nuno, Diana, Caco, Ana e João ficaram pelo caminho, mas alguns deles deixaram a sua marca na gala, tal como outros concorrentes que continuam no talent show.

Inveja, Eduardo. Temos inveja do outfit e da tua voz

"Ídolos". Eduardo Gonçalves créditos: instagram

Queremos tudo o que tem Eduardo Gonçalves. A voz com que interpretou intensamente o tema "House of the Rising Sun", de The Animals, assim como o conjunto laranjinha — dos óculos às calças — que escolheu para a atuação. O casaco de veludo que Eduardo levou é uma versão mais moderna e original dos blazers de Manuel Luís Goucha e que, temos de confessar, roubou alguma da nossa atenção durante a performance.

No entanto, é de reconhecer que foi uma forte atuação, que levou a alterar o estatuto do corrente. "Já deixou de ser John Lennon, ele é o Eduardo", afirmou Ana Bacalhau, referindo-se à comparação que tinha sido feita entre o concorrente e o grande nome da música nas fases anteriores.

Talvez esteja mesmo na altura de deixares mesmo de pensar na Engenharia Mecânica, Eduardo. Tens todo o nosso apoio na carreira musical e aguardamos por mais inspiração no que toca à moda.

O alentejano está de volta e mais moderno

"Ídolos". Miguel Pavia créditos: instagram

Miguel Pavia, 17 anos, é o alentejano de Beja que está de regresso e estrou-se nas galas num registo mais moderno. Qual agro beto qual quê, este alentejano deixou as calças sarja bege e apareceu em palco com umas calças púrpura e um colete claro combinado com uma camisa preta. Um conjunto não só divertido, como aparentemente confortável, porque Miguel não parou em palco durante toda a atuação do tema "O Tempo Vai Esperar", de Quatro e Meia.

O look foi notado por Pedro Tatanka, já os outros jurados focaram-se mais na atuação. E não é que o alentejano deu um murro ao painel?

"Acho que o Miguel jogou aqui uma carta muito engraçada que foi o do 'outra vez arroz'. Que é: começaste a cantar e tal, com aquela cena, aquele movimento pendular de corpo, assim um bocadinho sem jeito, no sentido positivo, e nós 'vem aí outra vez arroz'. Que é o Miguel naquele modo suave que já conhecemos. E de repente sacas do microfone, vens por aí e mandaste aqui um murro no júri", elogiou em modo de brincadeira o maestro Martim Sousa Tavares.

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Outro elogio foi feito por Joana Marques, extremamente fofinha desta vez. "A verdade é que para nós não foi um murro, foi uma coisa muito suave e até terna", disse. "Acho que da última fase para agora fizeste-te artista. Parabéns", continuou a radialista e humorista.

Depois de mais comentários sempre positivos, eis que se seguiu um momento awkward, que é como quem diz, super constrangedor, após uma pergunta de Sara Matos.

"Diz-me como é que te sentes depois de teres cantado para milhões de pessoas?", questionou, ao que o concorrente respondeu: "Se quer que seja sincero, nem pensei nisso. Só queria vir para o palco e provar aos jurados que a oportunidade que me deram era merecida". A apresentadora saiu-se depois com um "és muito genuíno",

Miguel agradece, fica um a olhar para outro, ela dá um abraço, ele balança e molha os lábios, claramente desconfortável, e nós, como espetadores, só desejamos que aqueles segundos infinitos e constrangedores acabem. O que aconteceu ali? Nunca vamos perceber.

Tosty, tasy? Ficámos confusos

"Ídolos". Diana Silva créditos: instagram

Diana Silva escolheu o tema "A Million Dreams", de Pink, para atuar na primeira gala do Ídolos. Foi uma escolha inteligente para mostrar que consegue ser a melhor showomen ao interpretar a canção que integrou a banda sonora do filme "The Greatest Showman".

Depois de dar show no palco, Martim Sousa Tavares foi o primeiro a comentar, mas não se saiu muito preciso. "Olá, Diana. Tasty Diana, não é?". "Toasty", esclareceu a concorrente. E nós esclarecemos também o leitor que, em português, tasty significa "saboroso" e toasty" algo como "quentinho" — portanto, nada que ver uma palavra com a outra.

"Ups" terá pensado o maestro, mas passou à frente do momento awkward, o segundo só na primeira gala. "Isto tem uma razão e eu gostava de agradecer-te e já agora perguntar aqui aos meus colegas se também vos acontece o mesmo que é: a Diana é uma espécie de boletim informativo no Instagram que me lembra quantos dias faltam até à próxima gala, até ao próximo dia em que tenho de estar aqui", explica Martim.

Mas a confusão já estava instalada e se tudo poderia ter passado despercebido depois desta explicação, o maestro achou que não faria mal voltar a misturar as palavras. "Desculpa. É toasty, não é tasty, mas se calhar para muitas pessoas que ouviram também é tasty. Os ouvidos também comem, e os olhos, e tudo mais", continuou. E com esta percebemos que Martim não podia ter-se enterrado mais. Falar sobre Diana e dizer que os ouvidos e os olhos comem? Martim, esperávamos mais de ti. Neste caso menos, esperávamos que ficasses em silêncio. Seria melhor.

Momento "zzzz" do "Ídolos"

"Ídolos". Ana Carolina créditos: instagram

Sábado à noite, o relógio já estava próximo da meia noite e se num programa televisivo não há assim uma atuação em que se atiram para o chão e levam as notas vocais aos agudos de ficar de boca aberta, mais rapidamente o que se fecha são os olhos. Ora, foi o que aconteceu por breves instantes após a atuação de Diogo Piçarra.

Depois de o ídolo já afirmado no mundo da música, começou uma luta constante para tentar não adormecer. É que seguiram-se depois atuações normais, sem grandes aspetos a chamar à atenção, de Juliana Anjo, Mário Pedrosa, Ana Carolina e Caco.

Ainda por cima, a bonequinha do programa, Ana Carolina, com um ar angelical, até transformou a canção forte e enérgica "Bohemian Rhapsody" dos Queen numa versão de embalar. Assim fica difícil de resistir a um momento "zzzz" ao assistir ao programa.

Ana Rangel, mune-te de chá de cebola. Para a próxima dá certo

créditos: instagram

A saúde é algo que não se controla, mas Ana Rangel conseguiu controlar a voz até chegar à gala deste sábado. Foi como que uma milagre, porque dois dias antes da atuação estava afónica. Ninguém diria, para quem chegou e arrasou com um tema de Adele — que poderia ter irritado Joana Marques, mas não foi o que aconteceu.

"Tive que fazer uma desintoxicação da Adele desde os castings, porque nós ouvimos [Adele] cerca de 320 vezes e hoje não pensei que voltasse a saber-me bem, mas estou curada. Gostei de ouvir-te", disse a humorista de "Extremamente Desagradável", rubrica de  “As Três da Manhã” da rádio "Renascença".

Quase todos os jurados aperceberam-se de que Ana esteve sem voz dias antes, menos Martim Sousa Tavares. "Tem piada porque eu até ia notar aí uma corzinha na tua voz que era nova. Portanto, pensa ficar afónica mais vezes, se calhar", brincou.

Apesar de ter conseguido disfarçar o problema que tivera, a atuação não foi suficiente e Ana Rangel foi uma das que acabou por ir para casa mais cedo. Mas há que ver as coisas pelo lado positivo: agora já pode recuperar completamente, com muito chá de cebola, gargarejo com água morna e sal e "Hello" à voz que sempre teve.

Se fosse o Coachella, Gabriela Lemos estava perfeita. No "Ídolos" nem tanto

"Ídolos". Gabriela Lemos créditos: instagram

A concorrente Gabriela Lemos, 16 anos, de Mirandela, não chegou a levar as alheiras para os jurados, mas levou um look arrasador, com um vestido anos 60 colorido e brilhante, botas prateadas de cano alto e um lenço na cabeça a dar estilo — digno de ir direta para o Coachella.

Segundo Martim Sousa Tavares e Pedro Tatanka, Gabriela arriscou na atuação, embora "too much" ("demasiado", em português), disse Tatanka. Já para nós, faltou algo mais e que vai além de estar "mais presa" em palco, segundo Joana Marques.

Sentimos que quase foi engolida pelo instrumental e que podia ser uma atuação para o Singstar. Aí, conseguiria atingir de certeza os pontos pelo correto uso das palavras no tempo e no tom da música. Contudo, conseguiu passar à próxima fase do "Ídolos".