Enquanto todos aguardam pela estreia de "Big Brother — A Revolução" e choram por saudades de Diogo e Soraia, um grupo de jovens criou um novo programa de internet que está a conquistar o público. O "BB Twitter" nasceu naquela rede social com o propósito de trazer maior representatividade a causas e movimentos. Vai ter a duração de um mês e uma semana e conta com galas e extras, tal como o "BB2020" que esteve em exibição na TVI.
Nasceu da cabeça de algumas pessoas atentas aos reality shows da TVI e que já utilizavam aquela conta da rede social para comentar o programa da estação de Queluz de Baixo. Agora, criaram um formato semelhante ao de "BB Zoom", que vai obrigar 11 concorrentes, de uma seleção de 200 candidatos, a interagirem uns com os outros.
"Foi uma ideia peregrina que nasceu no Twitter e que pretende satirizar os reality shows da TVI, não só o 'Big Brother' mas todos", contou à MAGG o ator que dá vida à apresentadora daquele programa, que prefere manter a sua identidade anónima. O objetivo do projeto consiste em provar "que é possível trazer pessoas com ideais bons, socialmente conscientes e haver entretenimento e piada ao mesmo tempo", frisou.
Nos programas do "BB Twitter", nada é encenado e os concorrentes são todos pessoas reais, que estão nas suas casas a compartilharem experiências através de videochamadas. Apenas a apresentadora é representada por um ator. Tininha Brocher é a anfitriã daquele programa, caraterizada com uma peruca loira e unhas pintadas e compridas, a artista é conhecida pela sua língua mordaz.
Apresentadora "é inspirada em Cristina Ferreira"
"A Tininha Brocher é inspirada na Cristina Ferreira, uma mulher rica e poderosa, mas que não tem uma posição neutra quando o assunto é homofobia ou outras questões relevantes", revelou à MAGG o ator que dá vida a Tininha Brocher.
"A nossa preocupação foi escolher pessoas diferentes das que aparecem na televisão. Pessoas da comunidade LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgéneros] que sejam em simultâneo ativistas", referiu o ator. "Bem como selecionar mulheres do norte que não sejam barraqueiras e problemáticas, que é o que a TVI tem feito", diz, acrescentando que os reality shows na televisão portuguesa veiculam uma falsa representatividade.
O formato conta já com dois episódios e será sempre exibida uma gala seguida de um Extra, sendo que o último vídeo é emitido antes do começo de "Big Brother — A Revolução" chegar ao ecrã dos portugueses.
"Nenhum dos concorrentes é uma personagem, todos são pessoas reais e que fazem desafios reais", reiterou o ator de Tininha. "Agora, os concorrentes já se estão a conhecer e a participar em desafios para se conhecerem uns aos outros e eles divertem-se imenso", contou à MAGG.
Todos os vídeos são feitos de forma amadora e à distância, respeitando as normas de higiene e segurança, devido à pandemia do novo coronavírus. Algo que, no entender da equipa que produz este formato online, não foi respeitado pela TVI. "Tiro o chapéu ao último reality show da TVI, mas não foi suficiente porque puseram maus profissionais no programa".
"Acho que a TVI e qualquer canal tem de dizer a verdade, que continuam a representar partidos fascistas e a representar as minorias como se fossem marionetas para conseguirem dinheiro", desabafou o ator de Tininha Brocher.
E acrescenta: "Muitas das pessoas que veem os reality shows são população idosa e não lhes chega, por exemplo, a informação do que é a transição de género", bem como outras temáticas da sociedade que se relacionam com preconceito e igualdade de género.
Por isso, a finalidade do "BB Twitter" é que quem assista àquele programa possa ver conteúdo divertido e satírico, enquanto se promove a reflexão sobre vários temas da sociedade.
Veja aqui o primeiro episódio do programa online.